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Combustíveis caem de forma abrupta na próxima semana. Gasóleo até 18 cêntimos mais barato

Na próxima semana, a gasolina simples 95 poderá descer cerca de nove cêntimos, enquanto o gasóleo simples poderá ficar mesmo até 18 cêntimos mais barato. Assim sendo, é provável que o Governo não prolongue a redução do ISP aprovada para esta semana.

Neste cenário, os governos pontapeiam as metas climáticas e apoiam o investimento em combustíveis fósseis, para combater a inflação e o risco de agitação social enquanto repensam o caminho para um futuro baixo em carbono.

Apercebendo-se da subida dos preços das matérias-primas e do risco de um desastre económico devido ao calendário irrealista para a transição energética, os decisores políticos dão mais importância a sustentar a economia a curto prazo do que a salvar o ambiente a longo prazo.

Durante cinco anos, os Governos aliviam a burocracia no que toca ao investimento na produção de petróleo e durante dez anos flexibilizam os processos para a produção de gás natural, para incentivar os produtores a assegurarem abastecimentos adequados e preços razoáveis, colmatando assim a lacuna entre a energia disponível no presente e a energia limpa prevista para o futuro.
Pedro Brutt Pacheco
18 de Março de 2022 às 15:46
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Depois de 14 semanas de subidas, marcadas pelo aumento expressivo dos últimos 15 dias, os preços da gasolina e do gasóleo vão descer na próxima semana, acompanhando a montanha russa do petróleo e derivados no mercado internacional, como não era visto pelo menos desde 2015.

 

A partir da próxima segunda-feira, 21 de março, a gasolina e o gasóleo deverão cair de forma abrupta. A gasolina simples 95 poderá descer cerca de nove  cêntimos, para um preço médio de 1,938 euros por litro, caindo assim abaixo do patamar dos dois euros que alcançou esta semana, enquanto o gasóleo simples poderá ficar mesmo até 18 cêntimos mais barato, podendo tocar nos 1,790 euros por litro, segundo as contas do Negócios.

 

Perante estes resultados é possível que o Governo não mantenha na próxima semana a redução do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) que esteve em vigor a semana passada, já que, como foi explicado pelo Executivo na altura, será feita todas as semanas uma correção da redução do ISP com base na realidade, assumindo os valores médios do preço de venda ao público divulgados todas as terças-feiras pela Direção-Geral de Energia.

 

Os hipermercados mantêm as ofertas mais competitivas nos combustíveis rodoviários, seguidos pelos operadores do segmento "low cost", segundo os dados da Entidade Reguladora de Serviços Energéticos (ERSE). Um terço que é pago pelos condutores nas bombas de gasolina é determinado pelas cotações do petróleo e derivados no mercado internacional.

 

Os futuros sobre a gasolina e o gasóleo acompanharam a cotação do petróleo no mercado internacional e dispararam, tendo a gasolina escalado para o patamar dos 1.000 dólares há duas semanas, pela primeira vez de 2014. Na semana passada este rali continuou, no entanto, já no início desta semana o petróleo desceu abaixo do patamar dos 100 dólares, uma tendência de alívio acompanhada pelos derivados, tendo o gasóleo e  a gasolina caído para o patamar dos 900 dólares por tonelada. Na quinta-feira porém, as cotações voltaram a acelerar.

 

Esta sexta-feira, o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, está a valorizar 1,1% para 107,86 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, soma 1,2% para 106, 28 dólares.

 

Hoje, a Agência Internacional de Energia (AIE) voltou a alertar que os preços podem subir significativamente nos próximos meses. "Se os alertas da AIE se mantiverem, é provável que haja um défice robusto [na oferta de petróleo] nos próximos meses", defendeu Stephen Brennock, analista da PVM Oil Associates, citado pela Bloomberg.

 

Os cálculos do Negócios têm por base a evolução destes dois derivados do petróleo (gasóleo e gasolina) e do euro. Mas o custo dos combustíveis na bomba dependerá sempre de cada posto de abastecimento, da marca e da zona onde se encontra. Os novos preços têm em conta as variações calculadas pelo Negócios face ao preço médio praticado em Portugal esta semana e anunciado pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

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