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Cercado pelas sanções, produtor de petróleo russo passa a aceitar pagamentos em diferido

À medida que os bancos do Ocidente cortam o financiamento das empresas para compras de bens e serviços russos, a Surgutneftegas PJSC foi obrigada a aceitar uma nova forma de pagamento.

Riade diz não ter pressa em recuperar o milhão de barris/dia de corte adicional da sua quota de produção.
Karim Sahib/AFP
14 de Março de 2022 às 12:35
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A escalada de sanções impostas à Rússia obrigou o produtor de petróleo Surgutneftegas PJSC a reinventar uma nova forma de ver pago o crude que envia ao Ocidente, através do oleoduto Sibéria-Pacífico.

A companhia liderada por Vladimir Bogdanov vai permitir aos compradores de petróleo que realizem pagamentos em diferido, de forma a contornar a dificuldade de financiamento da parte de muitos bancos, que se recusam a emprestar dinheiro às empresas para compra de bens e serviços russos, segundo avança a Bloomberg.

Este é um método de sobrevivência do setor petrolífero russo que está cercado sobre as sanções da Europa e dos EUA. Na semana passada, os produtores russos viram um stock de centenas de milhares de barrils ficarem estagnados sem procura.

Para já e numa altura em que começam as compras para entrega em maio, a China é a grande esperança da Rússia. Pequim tem sido uma compradora de longa data de crude russo e das refinarias independentes da Rússia - que compõem cerca de um quarto da capacidade de processamento bruto da nação.

No início deste mês, os comerciantes do setor explicaram à Bloomberg que os métodos de pagamento diferido e utilização de yuan em vez do dólar norte-americano podem ser os meios de sobrevivência que ser utilizados daqui para a frente.

A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, produzindo cerca de 10 milhões de barris por dia de crude, cerca de metade para exportação.

O Ocidente importou cerca de 4,3 milhões de barris por dia em janeiro. A maior parte foi para a Europa continental, com os EUA a importarem apenas 200.000 barris por dia e o Reino Unido ainda menos, de acordo com a Rystad Energy.

A interrupção das importações de petróleo russo por parte dos EUA pode levar outros a evitar o crude russo e na ausência de compradores o mercado global pode enfrentar uma grande crise. A Rystad Energy estima que ao serem cortados quatro milhões de barris por dia à oferta global de petróleo, o mercado poderá ter de comprar cada barril a 200 dólares.

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