Notícia
Brent abaixo dos 50 dólares pela primeira vez em um ano e meio
O petróleo negociado em Londres está a cair pela quarta sessão consecutiva, depois de ter afundado mais de 6% na segunda-feira. Desde Julho do ano passado que o Brent não negociava abaixo dos 50 dólares.
O Brent está a negociar em queda esta quarta-feira, 26 de Dezembro, pela quarta sessão consecutiva, tendo quebrado a barreira dos 50 dólares por barril pela primeira vez em um ano e meio.
Depois de ter afundado mais de 6% na segunda-feira, e de a negociação ter estado interrompida na sessão de ontem, o petróleo negociado em Londres está a descer 0,18% para 50,38 dólares. Contudo, já esteve a desvalorizar 1,07% para 49,93 dólares, o valor mais baixo desde Julho do ano passado.
Já o West Texas Intermediate (WTI), transaccionado em Nova Iorque, sobe 1,03% para 42,97 dólares. Na última sessão, na segunda-feira, afundou 7% para os 42,36 dólares, um mínimo de Junho de 2017.
Esta evolução da matéria-prima tem sido influenciada pela turbulência nos mercados financeiros e pelo aumento da oferta por parte dos Estados Unidos, que acabou por ofuscar o optimismo do mercado em torno do acordo da OPEP+ para cortar a produção a partir de Janeiro.
O ministro russo da Energia, Alexander Novak, já tentou acalmar os investidores, garantindo que o mercado ficará mais estável no primeiro semestre de 2019, sendo que os produtores da OPEP e seus aliados estão preparados para reagir caso as condições do mercado se alterem.
Numa entrevista ao canal de televisão Rossiya 24, Novak sublinhou que, apesar de a próxima reunião do cartel só estar prevista para Abril, os produtores poderão antecipar esse encontro e reajustar os seus planos, se necessário. Os comentários do ministro russo juntam-se assim às declarações do seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos, que também já admitiu que a OPEP poderá discutir cortes adicionais na oferta.
Apesar da redução na oferta acordada no início deste mês pela OPEP e seus aliados, o petróleo já caiu mais de 40% desde os máximos de quatro anos alcançados em Outubro, devido às perspectivas de um excesso de oferta no mercado, numa altura em que os Estados Unidos estão a produzir a um nível quase recorde.
Ao mesmo tempo, a guerra comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a China e aos seus crescentes diferendos com o líder da Fed, Jerome Powell, pioraram ainda mais as perspectivas para o crescimento global no próximo ano.