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Até já os comboios servem para armazenar petróleo
As reservas de petróleo em máximos históricos estão a levar os EUA a armazenar a matéria-prima em vagões ferroviários que antes serviam para transportar a mercadoria.
Até meados deste ano, "todos os tanques e piscinas no mundo estarão cheios de petróleo", brincou Bob Dudley, presidente executivo da BP, num discurso este mês, referindo-se ao excesso de oferta no mercado. E quase acertou. Não são piscinas, mas nos EUA, o excesso de oferta levou as empresas a procurar um novo local para armazenar petróleo: os vagões ferroviários.
Há centenas de vagões de comboios comprados para transportar petróleo que estão agora parados, porque o negócio deixou de ser rentável, devido ao colapso dos preços, relata o The Wall Street Journal. Por isso, as empresas estão a usá-los para armazenar a matéria-prima e lucrar com a venda de contratos futuros.
Com as reservas em máximos de 1930 - os primeiros dados disponíveis -, o espaço físico tradicional para armazenar petróleo diminuiu. Assim, as empresas têm que procurar alternativas e ficam disponíveis para pagar preços mais elevados, nota o WSJ. O custo médio de armazenamento nos comboios ascende a 75 cêntimos por barril, acima dos 50 cêntimos nos cargueiros e 25 cêntimos nas reservas subterrâneas – a forma mais tradicional.
Novo negócio
A revolução do petróleo de xisto nos EUA impulsionou a utilização de comboios para a venda da matéria-prima, levando mesmo algumas empresas a construir terminais para as cargas e descargas. Com os preços a caírem de mais de 100 dólares na altura, para negociarem na casa dos 33 dólares por barril esta segunda-feira, esta actividade caiu para metade, nota o WSJ. E as empresas têm que encontrar formas de rentabilizar o investimento na actividade.
"O foco passou de um terminal para carga de petróleo para um negócio de armazenamento", relata Fjeld-Hansen, presidente executivo da Musket Corp. Depois de ter construído um terminal em 2012 para aproveitar o crescimento da produção nos EUA, agora dedica-se a armazenar petróleo para vender meses mais tarde, lucrando com a diferença.