A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê um abrandamento do crescimento da procura de petróleo, em 2016, à medida que diminui o estímulo dos preços baixos para comprar matéria-prima e reflectindo o impacto de um abrandamento da economia mundial. De 1,8 milhões de barris diários, um máximo de cinco anos, o aumento da procura deverá recuar para 1,2 milhões de barris, no próximo ano, calcula a AIE, no relatório mensal sobre petróleo.

Com a redução no crescimento da procura e um possível aumento da produção do Irão, a oferta irá continuar excedentária, em 2016, prevê a AIE. "Petróleo a 50 dólares por barril é um poderoso elemento condutor para o reequilíbrio do mercado global de petróleo, mas a grande questão é quando será o equilíbrio restaurado", escreve a agência no relatório publicado esta terça-feira.

Apesar de estar a ser consumido mais petróleo e de o preço baixo estar a pressionar as petrolíferas a cortar na produção, em Setembro, a "menor produção fora da OPEP foi compensada por um ligeiro aumento de petróleo" pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). A organização foi responsável por 60% do crescimento de 1,8 milhões de barris diários na oferta de petróleo anual, calcula a agência.

A produção da OPEP aumentou em 90 mil barris diários, em Setembro, para um total de 31,72 milhões de barris por dia, revela a AIE. Tal como tinha indicado a própria organização no seu relatório mensal, publicado na segunda-feira, o Iraque liderou o aumento da produção, apagando um recuou na oferta da Arábia Saudita.

Após a publicação do relatório, o petróleo está a desvalorizar nos mercados internacionais, pressionado pela previsão de manutenção da oferta excedentária. O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, recua 0,40% para 46,92 dólares. Em Londres, o Brent, que serve de referência para a Europa, cai 0,08% para 49,82 dólares por barril.