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AIE: Mercado do petróleo "muito próximo do equilíbrio"
A Agência Internacional de Energia salienta os esforços feitos pelos países da OPEP no corte de produção nos primeiros três meses do ano e acredita que uma continuação dessa travagem no que resta de 2017 pode pressionar os EUA a reduzirem a oferta.
A Agência Internacional de Energia (AIE) considera que o mercado internacional de petróleo está muito próximo do equilíbrio, prevendo que os stocks globais de "ouro negro" venham a cair se os cortes de produção acordados entre a OPEP e os países fora do cartel se mantiverem para lá de Maio.
"O mercado está já muito próximo do equilíbrio," refere o relatório da AIE conhecido esta quinta-feira, 13 de Abril, que dá conta de uma evolução lenta dessa progressão.
A organização afirma que os stocks de petróleo caíram em Fevereiro e Março e que além disso a procura foi mais fraca do que o inicialmente previsto, levando a rever em baixa as previsões de consumo em cerca de 100 mil barris por dia para um crescimento diário de 1.300 milhões de barris.
"Estamos a antecipar que a procura cresça consistentemente no mercado petrolífero e pensamos que o equilíbrio chegará lenta mas solidamente e que os números estão aí para o provar," disse o líder da divisão de indústria petrolífera da AIE, Neil Atkinson, à CNBC.
A AIE considera que os cortes acordados pelos produtores membros da OPEP – menos cerca de 1,2 milhões de barris produzidos por dia durante o primeiro semestre deste ano, a que se junta o compromisso dos países exteriores ao cartel de reduzir a produção em metade dessa dimensão - estão a ter um reflexo positivo nos produtores.
E que, se a OPEP estender para o resto do ano os cortes da primeira metade de 2017 isso continuará a ter efeito na queda das existências , sendo ainda um incentivo para que também os EUA travem a produção de "ouro negro."
Depois de ter encerrado o ano passado com uma recuperação de mais de 50% no valor do barril, o Brent – negociado em Londres e que serve de referência às compras em Portugal – ainda não registou este ano nenhum balanço mensal positivo. Em Março, o preço caiu 4,96%.
E recua esta quinta-feira 0,07% para 55,9 euros, depois de na sessão de ontem ter atingido máximos de mais de um mês.