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Preço do carbono ultrapassa patamar dos 70 euros e bate recorde histórico
O preço da tonelada carbono disparou 5,8%, para os 73,18 euros no ICE Endex.
O mercado europeu de licenças de carbono assistiu esta quarta-feira a um novo recorde histórico. O preço da tonelada carbono disparou 5,8%, para os 73,18 euros no ICE Endex. Este movimento surge no mesmo dia em que Berlim anunciou uma nova tabela para as empresas poluidoras, onde o preço do carbono a nível nacional se fixará nos 60 euros, mesmo que no mercado europeu a cotação desça.
Esta decisão está em linha com o pacto europeu "Fit for 55", que pede aos Estados-membros que adoptem medidas para alcançar a neutralidade carbónica, até 2030.
Com esta medida, Berlim segue assim as pisadas de Londres que já agravou os preços do carbono no país, para lá dos preços praticados no mercado europeu.
Os futuros sobre o carbono já estão acima dos 60 euros e a expectativa é que este valor aumente nesta década.
Para Bo Qin, analista da Bloomberg NEF, "esta medida terá pouco impacto no mercado europeu, a longo prazo". Os especialistas da agência são unânimes ao afirmar que o preço vai superar os 100 euros, por tonelada, até 2030.
Em meados de novembro, o diretor de política fiscal da OCDE, Pascal Saint-Amans, admitiu, em entrevista ao Negócios, que pode ser necessário definir uma taxa ou um preço mínimo de carbono a aplicar a nível global, à semelhança do que aconteceu com os rendimentos das multinacionais.
Questionado sobre se devia existir, à semelhança do que aconteceu com a tributação dos rendimentos das multinacionais, um preço mínimo a aplicar sobre o carbono, o diretor da organização admitiu que sim. "É complicado, mas no final do dia, deve haver um preço sobre o carbono", afirmou.
"O que achamos é que deve haver um preço sobre o carbono e que haverá tensões comerciais porque nem todos os países vão avançar nesse sentido ao mesmo tempo", explicou.