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Ouro e petróleo valorizam com momento de incerteza na Síria
O ouro e o petróleo, dois dos activos considerados mais seguros pelos investidores, especialmente em momentos de incerteza, estão em alta nos mercados. Os analistas temem o impacto na economia de um iminente conflito na Síria.
O ouro está a registar uma subida pelo quinta dia consecutivo, para máximos de Maio, estando agora a negociar nos 1.426,42 dólares por onça, fruto de uma subida de 0,8% na sessão desta quarta-feira. Também a prata está em máximos de Abril, com uma subida de 2,6% para 25,109 dólares por onça, o que indica que os investidores estão à procura de um “refúgio” devido ao clima de incerteza que se vive em torno do possível ataque à Síria, por parte dos Estados Unidos e de alguns países da Europa.
Segundo o porta-voz do Governo britânico, e no seguimento da conversa entre David Cameron, o primeiro-ministro britânico, e Barack Obama, o presidente dos Estados Unidos, “todas as informações disponíveis confirmam que ocorreu um ataque químico”, e que “não há qualquer evidência de que a oposição tenha capacidade para realizar um ataque com armas químicas”. “O Governo ainda não tomou uma decisão sobre a natureza da resposta, mas será um ataque legal e uma resposta específica ao ataque com armas químicas”.
Para os analistas, “o mercado está focado nos abrigos seguros”. “Existem riscos em cima da mesa, com os mercados a dirigirem-se para sul [em queda] à medida que o tom das palavras se eleva no que toca a uma possível acção na Síria”, afirmou David Lennox, analista da Fat Prophets.
Petróleo em máximos de dois anos
O petróleo é outro dos activos que tem disparado nos últimos dias, encontrando-se em máximos de mais de dois anos, desde Maio de 2011, com a escalada do conflito que ameaça o fornecimento do ouro negro.
Em Londres, os contratos de venda futura de Brent do Mar do Norte, para Outubro, sobem 1,56% para 116,14 dólares, por barril. A tendência positiva é partilhada pelo West Texas Intermediate (WTI), transaccionado em Nova Iorque, que avança 2,12% para 111,32 dólares, por barril.
“Os negociadores têm de considerar possíveis perturbações na oferta nos países vizinhos quando as forças ocidentais atacarem a Síria, e isso vai elevar o preço [do petróleo]”, justificou Ken Hasegawa, do Newedge Group. “Toda a gente no mercado parece estar com uma posição longa no petróleo ou com pressa para fechar as suas posições curtas”.