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OPEP acusa Agência Internacional de Energia de poder provocar turbulência no mercado
Os alertas da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre o possível impacto, na inflação, da decisão da OPEP+ de cortar a produção de petróleo, a par dos apelos para a redução do investimento em matérias-primas, não caíram bem ao secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) acusou a Agência Internacional de Energia (AIE) de provocar uma turbulência no mercado do crude.
O secretário-geral da OPEP, Haitham Al Ghais, afirmou que a AIE "apontou o dedo" ao alertar que a decisão da organização e dos seua aliados (OPEP+) de reduzir a oferta de "ouro negro" pode aumentar o risco de inflação.
O secretário-geral também criticou a AIE de desencorajar o investimento em novos projetos ligados aos mercados do petróleo e do gás. "Se há algo que vai levar à volatilidade [no mercado] no futuro são os apelos da Agência Internacional de Energia para se parar de investir no petróleo", frisou Haitham Al Ghais.
Esta quarta-feira, Fatih Birol, diretor executivo da AIE, voltou a sublinhar que a OPEP deve ser "muito cuidadosa" no que toca à subida dos preços do barril através dos cortes de produção, uma vez que a economia mundial "está num estado muito frágil".
Paralelamente, nos últimos anos a AIE tem apelado a uma redução do investimento em combustíveis fósseis, de forma a combater as alterações climáticas, alertando que os Governos não estão a ser rápidos o suficiente para reduzir a procura por este tipo de matérias-primas.
Nos últimos 15 anos, a OPEP e a AIE tentaram promover um diálogo mais próximo entre produtores e consumidores, mas as tensões aumentaram entre as duas organizações desde o início da crise energética em 2021.