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O carvão passou a ser o combustível fóssil mais caro

O carvão é o combustível fóssil mais poluente, emitindo duas vezes mais dióxido de carbono do que o gás natural e 30% mais do que a gasolina quando queimada.

EPA
26 de Março de 2020 às 14:43
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O carvão, o mais poluente e geralmente a opção mais barata para a produção de energia, é agora o combustível fóssil mais caro do mundo.

O colapso épico dos preços do petróleo no último mês significa que o benchmark no mercado de crude global tem agora um valor abaixo do contrato de carvão mais negociado para uma base energética equivalente, de acordo com os cálculos da Bloomberg.

O carvão de Newcastle, na Austrália, que é negociado na ICE Futures Europe, posicionou-se nos 66,85 dólares por tonelada métrica na sexta-feira, o comparável a um barril de petróleo que está agora a cotar nos 27,36 dólares. Os futuros de Brent (o barril que serve de referência na Europa) finalizaram a última sessão nos 26,98 dólares.

Enquanto o uso do carvão nos Estados Unidos e na Europa caiu, dados os preços acessíveis do gás natural e das renováveis, aliados à estabilização do crescimento da procura, o consumo continua a aumentar na Ásia, onde esta foi tradicionalmente a opção mais barata para os famintos mercados emergentes. É também o combustível fóssil mais poluente, emitindo duas vezes mais dióxido de carbono do que o gás natural e 30% mais do que a gasolina quando queimada.

O novo ranking dos preços, que surge mais em função de uma queda abrupta nos preços do crude do que de uma subida na procura por carvão, deve ser apoiada para incentivar as fábricas a mudarem as unidades e os investimentos de forma a distanciarem-se do carvão. No curto-prazo, o uso no Japão poderá cair marginalmente já este verão favorecendo o LNG (gás natural liquefeito) mais barato, de acordo com o Goldman Sachs Group.

O contrato de Newcastle representa o carvão que é utilizado para a geração de energia, que tem sobretudo aspetos fundamentais de oferta e procura diferentes dos do mercado de petróleo. O cancelamento de voos e as restrições de viagem podem ter derrubado o uso de petróleo a nível global em 20%, enquanto a Arábia Saudita e a Rússia se preparam ara inundar o mercado com oferta extra. Isso desvalorizou os preços do Brent em cerca de 60% desde o início do ano. Os mercados de energia na Ásia, que são os maiores consumidores de carvão, estão a ser mais resilientes.

O carvão de Newcastle, que é negociado no principal porto de cargas da Austrália, já esteve a cotar numa base energética equivalente acima da referência nipónico-coreana, o benchmark para o gás natural liquefeito na Ásia, durante a maior parte deste ano.

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