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Matérias-primas, preparem-se: há cisnes negros a caminho
China, Rússia, Venezuela, Estados Unidos e até Chile: são mais de uma dezena os acontecimentos imprevisíveis que podem surpreender este ano os investidores em matérias-primas, de acordo com o Barclays.
Os mercados mundiais de matérias-primas deverão assistir durante este ano a uma série de eventos inesperados que podem levar à ruptura entre procura e oferta, impulsionados pelos sinais de populismo político e de proteccionismo comercial e com países como a Venezuela, o Chile e a China no olho do furacão.
A ameaça de "cisnes negros" - a definição usada pelos investidores para ilustrar acontecimentos que de desenvolvem para lá do esperado ou que são extremamente difíceis de prever - é deixada pelos analistas do Barclays.
A ameaça de "cisnes negros" - a definição usada pelos investidores para ilustrar acontecimentos que de desenvolvem para lá do esperado ou que são extremamente difíceis de prever - é deixada pelos analistas do Barclays.
Numa nota citada pela Reuters esta quinta-feira, 5 de Janeiro, o banco britânico antecipa potenciais perturbações do lado da procura e da oferta em várias "commodities", desde a energia aos metais. "Os riscos vieram à superfície em 2017, tendo por base a alta probabilidade de ruptura. (...) Os cisnes negros neste mercado podem assumir várias formas, e o mercado pode demorar anos ou apenas um instante a reflecti-los," refere o documento.
Além das condicionantes económicas, o banco espera que também os acontecimentos políticos que marcaram 2016 venham a estender a sua influência a 2017, como a eleição de Donald Trump para presidente dos EUA e a saída do Reino Unido da União Europeia. E indica mais de uma dezena de possíveis "cisnes negros".
Do lado da oferta, a entrada da Venezuela em incumprimento pode levar à queda da produção de petróleo (com o congelamento de contas da petrolífera estatal PDVSA a impedir o prosseguimento da actividade), enquanto do lado da procura não é de excluir um abrandamento na actividade da segunda maior economia do mundo, a China.
O "país do meio" poderá ainda ser envolvido numa guerra comercial com os EUA, com a imposição pela administração Trump de medidas destinadas a travar a entrada de produtos daquele país. Uma possível crise no Mar do Sul da China - onde este país tem aumentado a presença militar, a construção de ilhas artificiais e reclamado território - pode por outro lado colocar ameaças ao transporte de matérias-primas naquela região do globo.
A estes cenários há ainda a juntar o possível azedar de relações entre Teerão e Washington, assim que Trump chegue à Casa Branca - o republicano critica o acordo que pôs fim às sanções sobre o Irão -, tumultos no Chile no seguimento das eleições gerais previstas para este ano que arriscam perturbar a produção de cobre no país.
O Chile está, aliás, esta quinta-feira entre as preocupações dos investidores em matérias-primas. A indefinição nas conversações entre trabalhadores da mina Escondida - que pedem um aumento de 7% dos salários e bónus de 25 mil dólares - e a empresa responsável pela extracção (a Minera Escondida, detida pela BHP Billiton e pela Rio Tinto) ameaça a produção de 1,1 milhões de toneladas de cobre por ano.
Na lista de riscos surge também a possibilidade de que a Rússia assuma uma posição mais agressiva em relação à Ucrânia, afectando neste caso a produção de minério de ferro do país.
Já esta semana o Eurasia Group tinha considerado que este seria o ano da recessão geopolítica, com as políticas proteccionistas prometidas por Trump e a pressão política sobre a acção dos bancos centrais entre os factores que deverão marcar o ano que agora começa.
Além das condicionantes económicas, o banco espera que também os acontecimentos políticos que marcaram 2016 venham a estender a sua influência a 2017, como a eleição de Donald Trump para presidente dos EUA e a saída do Reino Unido da União Europeia. E indica mais de uma dezena de possíveis "cisnes negros".
Do lado da oferta, a entrada da Venezuela em incumprimento pode levar à queda da produção de petróleo (com o congelamento de contas da petrolífera estatal PDVSA a impedir o prosseguimento da actividade), enquanto do lado da procura não é de excluir um abrandamento na actividade da segunda maior economia do mundo, a China.
O "país do meio" poderá ainda ser envolvido numa guerra comercial com os EUA, com a imposição pela administração Trump de medidas destinadas a travar a entrada de produtos daquele país. Uma possível crise no Mar do Sul da China - onde este país tem aumentado a presença militar, a construção de ilhas artificiais e reclamado território - pode por outro lado colocar ameaças ao transporte de matérias-primas naquela região do globo.
A estes cenários há ainda a juntar o possível azedar de relações entre Teerão e Washington, assim que Trump chegue à Casa Branca - o republicano critica o acordo que pôs fim às sanções sobre o Irão -, tumultos no Chile no seguimento das eleições gerais previstas para este ano que arriscam perturbar a produção de cobre no país.
O Chile está, aliás, esta quinta-feira entre as preocupações dos investidores em matérias-primas. A indefinição nas conversações entre trabalhadores da mina Escondida - que pedem um aumento de 7% dos salários e bónus de 25 mil dólares - e a empresa responsável pela extracção (a Minera Escondida, detida pela BHP Billiton e pela Rio Tinto) ameaça a produção de 1,1 milhões de toneladas de cobre por ano.
Na lista de riscos surge também a possibilidade de que a Rússia assuma uma posição mais agressiva em relação à Ucrânia, afectando neste caso a produção de minério de ferro do país.
Já esta semana o Eurasia Group tinha considerado que este seria o ano da recessão geopolítica, com as políticas proteccionistas prometidas por Trump e a pressão política sobre a acção dos bancos centrais entre os factores que deverão marcar o ano que agora começa.