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Dupla de gestores planeia salvar sector do ouro avaliado em 100 mil milhões

John Thornton é um ex-funcionário do Goldman Sachs que estudou em Yale, Harvard e Oxford. Mark Bristow é um geólogo sul-africano e um caçador de grandes animais.

Dario Pignatelli/Bloomberg
26 de Dezembro de 2018 às 16:30
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Esta estranha dupla dos negócios planeia mudar a sorte da maior produtora de ouro do mundo, cujas acções acumulam uma queda de 67% face ao pico de 2010. Thornton, que é presidente executivo da Barrick Gold, colocou a parceria para trabalhar ao anunciar a compra da concorrente de menor dimensão Randgold Resources por 5,4 mil milhões de dólares em Setembro. Chamou Bristow, CEO da Randgold, para ocupar o mesmo cargo após a fusão das empresas.

 

Thornton está a contratar um executivo pouco ortodoxo, mas também o CEO de uma empresa cujas acções subiram cerca de 5.300% desde o fim de 1999, melhor desempenho do índice FTSE 100, de Londres, neste século.

 

Os dois executivos, que não quiseram conceder entrevista para esta notícia, precisam melhorar a qualidade do portfólio de minas da Barrick entrando em algumas das jurisdições mais arriscadas do mundo e ao mesmo tempo mantendo um controlo rígido sobre os custos.

 

Se a estratégia der certo, pode vir a ser o modelo para o atribulado sector de produção de ouro, avaliado em 100 mil milhões de dólares, segundo Joe Foster, gestor de carteiras de activos em Nova Iorque da maior accionista da Barrick, a VanEck Associates.

 

Refúgio afectado

 

"O risco e a oportunidade residem em impor a disciplina financeira, os métodos de exploração e o estilo de gestão de uma produtora de ouro regional - a Randgold - na maior produtora de ouro do mundo", diz Foster.

 

As produtoras de ouro estão numa situação difícil. O preço do metal precioso, de cerca de 1.250 dólares a onça, continua um terço abaixo do pico de 2011. O ouro tem mostrado bastante resistência às ameaças relacionadas à geopolítica e à inflação que o transformaram em activo de refúgio no passado.

 

Talvez o maior desafio da dupla de gestores seja atrair investidores de volta para o ouro, independentemente da forma de administrar a empresa, segundo Hunter Hillcoat, analista da Investec Securities em Londres, que recomendou a compra de acções da Randgold até à fusão. "Será que o mundo quer fazer uma grande aposta no ouro?", diz. "Em última análise, tudo se resume à atractividade do ouro."

 

No início da década, muitas empresas apostaram em aquisições caras e no desenvolvimento de minas que acumulavam dívidas, mas não compensavam. Pelo menos não para os accionistas. Os executivos do sector tiveram recompensas consideráveis.

 

Quando a fusão foi anunciada, Thornton prometeu que a "nova Barrick" seria a melhor empresa do sector de ouro do planeta, com a menor alavancagem, os melhores retornos e pelo menos cinco dos 10 maiores activos de ouro do mundo.

Em Agosto, Thornton disse também que quer se juntar à China em mais projectos pelo mundo. Outras parcerias podem ser fechadas com governos como Arábia Saudita e até do Paquistão, segundo fontes a par da estratégia da empresa.

 

Texto original: A Goldman Alum, a Big-Game Hunter, and $100 Billion Business

 

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