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Commerzbank: impacto negativo do petróleo nas bolsas é exagerado

O petróleo tem pressionado os mercados accionistas, devido aos receios do abrandamento da economia, deflação e de um contágio sistémico. Mas, o Commerzbank considera que esta correlação negativa é exagerada e passageira.

Bloomberg
15 de Fevereiro de 2016 às 15:09
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A queda do preço do petróleo tem penalizado as bolsas. Os receios de que os preços baixos sejam um indicador do abrandamento da economia, da existência de riscos sistémicos para os mercados financeiros e da ameaça da deflação, justificam esta correlação, diz o Commerzbank. Mas, os receios são exagerados e, no longo prazo, os preços baixos irão mesmo impulsionar as acções, consideram os analistas do banco alemão.

"Estamos convencidos que os receios actuais são exagerados e os aspectos positivos dos preços baixos do petróleo para as economias mais avançadas compensam os aspectos negativos", escrevem os analistas do Commerzbank, numa nota para investidores.

Três receios

A correlação entre os preços do petróleo e as bolsas é justificada, por um lado, porque o preço do petróleo é visto como um indicador para o estado da economia, diz o Commerzbank. Os investidores receiam que a queda reflicta um abrandamento do consumo, indicador do estado da economia. Mas, a procura actual é forte e o problema dos preços advém do excesso de produção, reitera a equipa de analistas, liderada por Eugen Weinberg.

Por outro lado, a queda dos preços aumenta os receios da deflação, que é "considerada um dos maiores riscos para os mercados accionistas", apontam os analistas. A pesar nas bolsas, está ainda a relação de outros sectores com o petróleo, nomeadamente a exposição da banca às petrolíferas, que pode incorporar um risco sistémico para os mercados financeiros.

Pessimismo exagerado

Mas, uma vez que a procura é forte, a exposição é relativamente pequena e os preços baixos dos combustíveis permitem um aumento do rendimento disponível, o Commerzbank considera que a reacção dos investidores é exagerada e a correlação negativa não irá durar. "Apesar de haver alguns fundamentos para pensar assim, o pessimismo generalizado demonstrado pelos investidores financeiros é largamente exagerado", referem os analistas.

E a correlação poderá mesmo tornar-se positiva quando a dinâmica dos preços voltar a centrar-se na oferta e não na procura. Os analistas antecipam que a redução da produção nos EUA irá levar o petróleo valer 50 dólares até ao final do ano, o que irá contribuir para aliviar a tensão nos mercados financeiros. Esta segunda-feira, o crude está a cotar 29,77% em Nova Iorque, ao valorizar 1,12%. O Brent, negociado em Londres, avança 1,11% para 33,75 dólares por barril. 

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