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Aveiro descobre “petróleo" ecológico nos açúcares das plantas

Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro desenvolveu um novo biomaterial, derivado dos açúcares das plantas, que promete um novo mundo menos dependente do petróleo.

26 de Fevereiro de 2016 às 14:43
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"Um novo biomaterial, de elevada performance, derivado dos açúcares das plantas e que é uma alternativa ecológica a materiais com base em petróleo." A garantia é dada por uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA), que, em colaboração com a Universidade de Coimbra, descobriu uma resina renovável para um planeta menos dependente do petróleo.

 

De acordo com a UA, o novo material "tem propriedades que lhe permitem competir de igual para igual com as resinas comerciais de origem petroquímica muito utilizadas pela indústria, por exemplo, em automóveis, barcos e mobiliário", tendo esta descoberta sido anunciada no último número da prestigiada revista "Polymer Chemistry" e com honras de contracapa (http://pubs.rsc.org/En/content/articlelanding/2016/py/c5py01702e/unauth#!divAbstract) .

 

"Estas novas bioresinas são sustentáveis e têm propriedades que permitem competir com as resinas comerciais actuais, mas que são de origem petroquímica. O futuro poderá, portanto, ser menos dependente do petróleo. E a UA está a ajudar", congratula-se Andreia Sousa, coordenadora da equipa da UA que juntou cientistas do Departamento de Química e do Instituto de Materiais de Aveiro, em comunicado. Pela Universidade de Coimbra, o estudo contou com a coordenação da investigadora Ana Fonseca.

 

Para Andreia Sousa, "a grande vantagem deste novo material é o facto de ser baseado em fontes renováveis, ou seja, no famoso ácido 2,5-furanodicarboxílico (FDCA) que tem vindo a atrair grande atenção por parte da comunidade científica e que é muito cobiçado pela indústria química e de polímeros".

 

Obtido a partir do açúcar de plantas, como a cana do açúcar, através de uma série de reacções químicas, este ácido "pode vir a substituir o talvez mais importante ácido da indústria dos plásticos, o ácido tereftálico, que é de origem fóssil".

 

Também relevante, ainda de acordo com a mesma equipa de investigação, é o facto "destas novas bioresinas não serem reticuladas com recurso ao estireno, um palavrão para designar, uma molécula muito tóxica, estando comummente associada a problemas ambientais e de saúde".

 

De acordo com o comunicado divulgado pela Universidade de Aveiro, "as resinas de poliésteres insaturados, o tipo de resinas desenvolvido agora pela UA com outros ingredientes que não o petróleo, são em geral muito aplicadas como revestimento, por exemplo em móveis, mas particularmente em componentes de automóveis e barcos".

 

Para além destas aplicações, como a composição das bioresinas desenvolvidas em Aveiro "assenta numa criteriosa selecção de monómeros renováveis e biocompatíveis", a equipa de investigação coordenada por Andreia Sousa acredita que "poderão ter aplicabilidade na área biomédica".

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