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Todas as dívidas num só crédito

A consolidação de créditos permite juntar, num único empréstimo, todos os montantes que deve aos bancos. "Não são apenas as pessoas propensas ao endividamento, a gastar mais do que podem, que recorrem à consolidação. Na actual situação...

Todas as dívidas num só crédito
05 de Junho de 2009 às 10:00
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Casa, carro, férias, as obras urgentes na cozinha e a máquina de lavar roupa nova que teve de comprar. Já não sabe fazer contas a todos os seus encargos mensais? Pode ver a sua prestação baixar juntando todos os empréstimos. Mas, atenção: faça contas às despesas, ao aumento das taxas de juro e ao prolongamento do prazo do empréstimo. Conheça os prós e contras da consolidação


A consolidação de créditos permite juntar, num único empréstimo, todos os montantes que deve aos bancos. "Não são apenas as pessoas propensas ao endividamento, a gastar mais do que podem, que recorrem à consolidação. Na actual situação económica, muitas pessoas ficaram sem emprego, têm rendimentos menores, ou negócios que rendem menos. No fundo, há uma maior instabilidade económica, que se traduz numa maior dificuldade em cumprir os compromissos", explica Manuel Rodriguez, presidente da Associação Portuguesa dos Consultores de Crédito (APCC).

Os prós e contras da consolidação de créditos

1. Uma só prestação (mais baixa).


2. Uma só data de pagamento.

3. Um só prazo.



1. Endividado por mais tempo.

2. No final, paga mais juros.

3. Novo risco de endividamento.
Para o presidente da APCC, recorre-se à consolidação quando há muita dificuldade em pagar as prestações dos vários créditos e é necessário reduzir a prestação. "A esta opção só recorrem pessoas sobreendividadas ou com dificuldade em pagar as prestações periódicas dos seus créditos", explica o presidente.

As vantagens da consolidação prendem-se com a diminuição dos encargos mensais para um montante que possibilita o pagamento, e com a gestão da dívida, que se resume a um único prazo, numa só instituição e com uma data de pagamento. Mas, Manuel Rodriguez não descarta os inconvenientes: o alargamento do prazo leva a um maior pagamento de juros, tem despesas com o cancelamento dos créditos e quem for propenso ao sobreendividamento, pode cair na tentação de voltar a endividar-se. Por isso, aconselha às pessoas que querem consolidar os seus empréstimos o recurso a uma empresa de consultoria financeira, que encontre uma solução adequada à sua situação.

"Estas empresas têm parcerias com a maioria das financeiras, conhecem os produtos existentes no mercado e conseguem, regra geral, melhores condições para os seus clientes. Há que ter em conta que, num processo de consolidação, é preciso negociar as comissões de cancelamento, de abertura, taxa de juro, entre outros", explica o presidente da APCC.

"Uma mensalidade mais acessível permite melhor qualidade de vida e minimizar o risco de incumprimento futuro", explica Luís Filipe Menezes, da consultora financeira Multicrédito. "O facto de os clientes terem apenas uma mensalidade, permite um melhor controlo no pagamento das suas responsabilidades", acrescenta. Entre todas as pessoas que contactam a Multicrédito, cerca de 40% procura consolidar os seus créditos.

Caso não optem por esta via, Manuel Rodriguez aconselha os consumidores a procurarem as alternativas existentes no mercado e a negociarem as melhores condições, tanto na amortização antecipada dos empréstimos como no crédito consolidado.

Para a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), se quiser consolidar as suas dúvidas, é preferível associar os vários empréstimos ao crédito à habitação, porque este tem uma taxa de juro mais baixa. Mas, não esqueça, que demorará mais tempo a pagar as suas dívidas. Se tiver contraído um crédito à habitação por 30 anos, pagará os pequenos créditos neste tempo. Este processo denomina-se crédito consolidado com hipoteca. A verdade é que, no imediato, a prestação diminui, e fica mais desafogado nas suas dívidas. Mas, se fizer contas ao total dos empréstimos, acaba por pagar mais no longo prazo, porque as taxas de juro também aumentam.

Se não tiver uma hipoteca, pode contratar um crédito pessoal. Para Luís Tavares, coordenador nacional da Decisões e Soluções - Consultores Financeiros, quem recorre ao crédito consolidado sem hipoteca endividou-se com créditos pessoais de curto prazo, crédito ao consumo, "plafond" do cartão de crédito ou crédito automóvel, entre outros. " Os custos variam em função do montante do valor consolidado sem hipoteca, que poderá ser, no mínimo, de 10 mil euros e, no máximo, de 50 mil euros. Os honorários podem variar entre 400 e 900 euros, para consolidações de valor superior a 40 mil euros, onde a poupança mensal poderá ser superior a este valor de honorários", explica Luís Tavares.

Alguns bancos já disponibilizam este tipo de contratação aos seus clientes. O Millennium bcp disponibiliza o crédito "Mil Opções", por exemplo. Mas, existem várias consultoras com um papel de mediação entre os clientes e instituições como a GE Money e o Banco Primus, com condições especiais para a consolidação de créditos. A Capital Mais, Multicrédito, Decisões e Soluções, E-loan, Partners Finance e Exchange são algumas das consultoras que podem ajudá-lo, se já não dá conta das suas dívidas.

"Há que salientar que as instituições financeiras, regra geral, estão abertas a encontrar soluções que ajudem a resolver estas situações [de endividamento]", explica Manuel Rodriguez. Conheça os conselhos da DECO, as despesas com que tem de contar e duas simulações.





CINCO CONSELHOS PARA QUEM QUER CONSOLIDAR CRÉDITOS


A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, DECO, ajuda os consumidores a não esquecerem nenhum passo importante, caso optem pela consolidação. Cuidado com as prestações, renegociação do empréstimo, a preferência pelo hipotecário e o esclarecimento de todas as dúvidas são algumas das dicas que a DECO enuncia na Dinheiro&Direitos, de Outubro de 2008.

1. Previna-se, primeiro
Faça contas às suas prestações e verifique se o total não ultrapassa 35% do seu rendimento mensal. Previna-se com uma poupança correspondente a cinco ou seis vezes o rendimento mensal familiar, que o ajude a fazer face a despesas imprevistas no seu agregado familiar, como um problema de saúde.

2. Fale com o seu banco
Contacte o seu banco e tente renegociar o crédito. A consolidação dos empréstimos permite baixar a prestação, mas é uma opção que pode sair cara. Além de os juros aumentarem, a abertura do processo ou a penalização por amortização antecipada podem encarecer o crédito.

3. Prefira o crédito hipotecário
Encontrar instituições que permitem juntar vários créditos num só, não é fácil. Mas, caso encontre e opte por consolidar, prefira um crédito hipotecário: os juros são mais baixos do que num crédito pessoal.

4. Pergunte tudo
Quando estiver a negociar o crédito, questione quais os custos do processo. Por isso, compare a TAE (taxa anual efectiva) e a TAEG (taxa anual efectiva global). Estas reflectirão o custo total do crédito. Deve tentar, também, uma redução ou isenção das comissões, como a que incide sobre a amortização antecipada.

5. Consolide, se for indispensável
Só deve consolidar os seus créditos se for mesmo indispensável, isto é, quando não consegue pagar as prestações, segundo a associação. Dirija-se a várias instituições de crédito, com os valores em dívida e compare as propostas que lhe apresentem.



As despesas que não deve esquecer

Se tem um crédito hipotecário, lembre-se da penalização por liquidação antecipada dos empréstimos que contraiu nas instituições financeiras.

Encargos associados ao novo empréstimo também fazem parte.

Se o seu imóvel já foi avaliado há vários anos, conte com outra despesa, para pagar uma nova avaliação.

A escritura da nova hipoteca e o imposto de selo também encarecem o processo de consolidação.

Caso tenha um crédito pessoal, então some as comissões de abertura do processo e as penalizações por amortização antecipada.
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