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Tablets para todos os gostos (ou quase)

Os "tablets" são uma das principais loucuras tecnológicas deste ano. Em Portugal, já estão à venda quatro modelos que prometem fazer parte da lista de compras de muitos entusiastas de "gadgets".

Tablets para todos os gostos (ou quase)
20 de Janeiro de 2011 às 09:00
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A ideia de um computador que usasse apenas os dedos - e uma caneta - como interface já tinha sido promovida em 2001 por Bill Gates e até foram lançados vários equipamentos, mas na altura ninguém ligou, até porque a tecnologia de ecrãs tácteis e os interfaces de "software" ainda não estavam suficientemente maduros. Contudo quando este ano Steve Jobs anunciou o iPad, em Fevereiro, criou-se uma apetência por estes "gadgets" que acabou por dinamizar o mercado de tecnologia e promete continuar a marcar tendência para os próximos (largos) meses.

Depois da Apple anunciar o iPad, que ainda não chegou a muitos mercados, várias empresas apressaram-se a adoptar e adaptar o conceito, algumas reinventando modelos que já tinham, mas com diferenças essenciais ao nível da simplificação de interfaces e acesso a aplicações.

Samsung, Toshiba, Dell, RIM, LG e Sony estão entre os nomes das marcas que já mostraram as suas propostas, algumas das quais já começaram a ser vendidas em Portugal. Ao todo são cerca de duas dezenas os aparelhos que está a chegar ao mercado, a maioria com sistema operativo Android, o principal concorrente do iOS da Apple nesta guerra de "tablets", onde o Windows está a ficar para trás.

Mais do que o sistema operativo usado e o formato dos "tablets" propriamente ditos, o que os novos equipamentos oferecem é a facilidade de utilização e o acesso instantâneo à informação, fotografias e "e-mail", mas também os jogos e os vídeos de alta definição. Além do entusiasmo criado à volta destes novos "gadgets" existe um lado prático para a questão, que justifica o desembolso de cerca de 400 euros (ou mais) .

Para que serve um "tablet"?
Mas os "tablets" trazem alguma funcionalidade verdadeiramente nova que não estivesse já disponível nos computadores e nos "smartphones"? A resposta é não.

A navegação "web", o acesso ao "e-mail", os vídeos em HD, os jogos e aplicações, ou mesmo os leitores de livros digitais ("ebooks") já existiam há muito nos vários suportes.

A diferença está na forma de apresentação e - mais do que tudo - na ligação instantânea dos equipamentos e na facilidade de utilização. Em vez de esperar alguns minutos para ligar o computador e conseguir aceder a uma página "web", ou abrir pastas de arquivo para ver as fotografias das férias, bastam alguns (poucos) segundos para ligar os "tablets", e dois cliques para aceder à aplicação. O toque domina na gestão da informação e na navegação entre os conteúdos, sejam eles aplicações de trabalho ou de lazer.

Face aos novos "smartphones" de ecrã táctil a grande diferença está no tamanho do ecrã: 7 ou 10 polegadas ganham claramente às quatro polegadas dos "smartphones" topo de gama.
E é por isso que cada vez se vêm mais profissionais a usar "tablets" nas conferências, em vez dos "smartphones" ou dos computadores que habitualmente transportavam para irem acompanhando o fluxo de "e-mail". É mais simples, mais prático e mais atraente.

Provavelmente os "tablets" não vão substituir os computadores portáteis, e muito menos os "smartphones", até porque são dispositivos mais virados para a visualização de conteúdos do que para a produção, mesmo que alguns tragam como acessórios pequenos teclados que complementam as suas capacidades de escrita.

Mas a entrada desta nova categoria no mercado já está a fazer mossa nas vendas de "notebooks" e dos seus irmãos mais pequenos, os "netbooks". A Gartner prevê que 10% das vendas de computadores sejam trocadas por "tablets" até 2014. Provavelmente os consumidores vão deixar de actualizar as suas máquinas portáteis com tanta frequência, passando a comprar "tablets", enquanto nos países em desenvolvimento muitos utilizadores podem mesmo optar por comprar um "tablet" em vez de um "notebook", devido ao preço.

Até porque o custo dos "tablets" acaba por se fixar num valor intermédio entre um "netbook" - um portátil mais fraquinho vocacionado para a navegação "web" e produção de documentos pouco exigentes na performance - e um "notebook" pouco artilhado. Se comparado com "smartphones" de topo de gama os preços de venda a público dos "tablets" até ganham no confronto, já que os telefones mais avançados custam actualmente entre 400 e 650 euros.

Até onde vai a escolha
Em Portugal o primeiro tablet a chegar às lojas foi o Samsung Galaxy tab, um equipamento com Android e com um ecrã de sete polegadas, um conceito ao qual as operadoras Vodafone e TMN aderiram rapidamente pelo potencial identificado no conceito.

Já em Novembro a Toshiba lançou o seu Folio 100, ainda só com ligação Wi-Fi, e a Vodafone mostrou a sua proposta com o ZTE V9, o mais barato de todos os "tablets" à venda em Portugal.

O último a chegar foi o mais desejado iPad, que começou a ser vendido a 30 de Novembro por várias cadeias de lojas e também "on-line" pela própria Apple. O modelo de comercialização não prevê - para já - a venda através dos operadores de telecomunicações, mas a Optimus, a TMN e a Vodafone têm tarifários desenhados à medida destes equipamentos, até porque se estima que o consumo de dados em 3G seja um dos potenciadores de receitas nos próximos anos.





Conheça quatro opções

Em Portugal já estão à venda quatro modelos, com opções diferentes em termos de dimensões, possibilidade de ligação e preço. Verifique as diferenças antes de comprar.


Apple iPad

Foi o último a chegar às lojas, já no fim de Novembro, mas mesmo assim toda a publicidade e interesse gerado a partir do Tablet da Apple garantem a este equipamento uma vantagem à partida. Até porque já havia muitas unidades a circular em Portugal antes da empresa iniciar as "vendas oficiais". A lista de especificações técnicas inclui um ecrã de 9,7 polegadas e uma bateria que dura entre 9 e 10 horas. A capacidade de resposta e a usabilidade são impressionantes, assemelhando-se a um iPhone em tamanho XL e "viciando" facilmente os utilizadores na navegação pelos conteúdos e acesso a aplicações com simples toques e deslizar de dedos sobre o ecrã. Mais do que a engenharia do software e o design que já conquistaram pontos pela Apple, é a diversidade de aplicações que pode também garantir uma opção vencedora, apesar deste ser claramente o equipamento mais caro na comparação entre todos os modelos. A App Store tem já mais de 40 mil aplicações adaptadas ao iPad, para além de 300 mil compatíveis do iPhone. E já começa a haver um conjunto interessante de aplicações portuguesas. Conte ainda com uma grande variedade de acessórios especialmente desenhados para tirar todo o partido deste equipamento. Apesar do modelo de topo de gama ser o mais caro em valor total (custa quase 800 euros), o iPad não perde na comparação com o Galaxy Tab, que tem um ecrã mais pequeno e menos memória na versão mais cara.

Sistema operativo iOS
Ecrã 9,7 polegadas
Dimensão 242,8 x 189,7 x 13,4 mm
Peso 0,68 Kg (modelo Wi-Fi) ou 0,73 Kg (modelo 3G)
Memória 16, 32 ou 64 GB
Ligação Wi-Fi ou Wi-Fi + 3G
Preço entre 449 euros (para modelo Wi-Fi com 16 GB de memória) e 799 euros (para modelo 3G com 64 GB)



Samsung Galaxy Tab


A Samsung tentou juntar o melhor de dois mundos no seu Galaxy Tab, não ultrapassando o limite de 7 polegadas de ecrã que a Google definiu para compatibilidade com as aplicações do Android Market e garantindo a capacidade de chamadas de voz e videochamadas num Tablet que assim se transforma num smartphone em tamanho XL. As duas câmara - uma traseira de 3 Mpixels e uma frontal de 1,3 megapixels para videochamadas - são um factor de diferenciação em relação ao iPad, mas também a utilização do sistema operativo Android, mais "aberto" do que o iOS da Apple. Por ser mais pequeno o tablet da Samsung também pesa menos: só 380 gramas, o que pode ser útil para quem o quiser trazer no bolso… Mas este é um luxo que "sai caro" e para o adquirir é preciso desembolsar mais de 600 euros, o que faz com que perca na comparação com outros modelos já nas lojas…

Sistema operativo Android 2.2
Ecrã 7 polegadas
Dimensão 190,1 x 120,45 x 11,98 mm
Peso 0,380 Kg
Memória 16, 32 GB
Ligação Wi-Fi + 3G
Preço 614 euros (16 GB de memória) e 714,9 euros (32 GB)





Toshiba Folio 100

A versão com 3G só chega no próximo ano, mas a Toshiba não quis perder tempo e já colocou nas lojas o seu novo Tablet, que tira partido da experiência da marca japonesa na concepção de equipamentos de mobilidade. O Folio 100 foi apresentado este ano e traz um argumento de peso: o acesso ao Toshiba Marketplace que contorna as limitações que a Google impôs no acesso à loja do Android para Tablets com mais de 7 polegadas de ecrã. O sistema operativo da Google garante uma experiência de utilização sem sobressaltos, com o ecrã táctil de 10,1 polegadas (maior do que o do iPad) a garantir maior brilho aos vídeos e fotografias. O Folio apresenta-se como um dispositivo com um ecrã táctil de 10,1 polegadas e uma resolução de 1024x600 pixéis, num corpo que mede 25,7 centímetros de comprimento e 14 milímetros de espessura, procurando oferecer um equilíbrio entre a portabilidade e um tamanho de ecrã confortável, sem esquecer a funcionalidade em momentos de trabalho e de lazer. As duas grandes faltas serão na área da ligação 3G, essencial para transportar o tablet para fora das zonas de conforto de casa ou das redes do trabalho, e a escassez de acessórios.

Sistema operativo Android 2.2
Ecrã 10,1 polegadas
Dimensão 281 x 181 x 14 mm
Peso 0,76 Kg (modelo Wi-Fi)
Memória 16 GB
Ligação Wi-Fi
Preço 399 euros



Vodafone ZTE V9

Exclusivo da Vodafone, este é o Tablet mais barato entre as opções já à venda em Portugal. Mas na comparação com os outros equipamentos é fácil de perceber porquê, e a razão não é apenas a falta de "tradição" do fabricante ZTE. Este equipamento tem um ecrã LCD de 7 polegadas com uma resolução mais baixa do que os concorrentes e uma versão mais antiga do sistema operativo Android, a 2.1, embora possa ser actualizado para a 2.2. Apesar das reduzidas dimensões a bateria dura cerca de 7 horas, mesmo em reprodução de vídeo, e não lhe falta nenhuma das funcionalidades exigidas, como o A-GPS para navegação nos mapas e acesso a email. A câmara fotográfica é também uma das que tem um melhor sensor, de 3 Megapixels.


Sistema operativo Android 2.1
Ecrã 7 polegadas
Dimensão 192x110x12,6 mm
Peso 0,403 Kg
Memória 32 GB
Ligação Wi-Fi + 3G
Preço 249 euros




Os conteúdos fazem a diferença

Nem só de "web" e acesso ao "e-mail" vivem os "tablets". Está mais do que provado que são as aplicações que se descarregam para o equipamento que diferenciam e personalizam a experiência. Aplicações de produtividade, jogos, ferramentas para gerir e editar fotografias, calendários e muitas outras utilidades dominam as lojas de aplicações da Apple, do Android Market e até das empresas, como a Toshiba, que decidiu lançar o seu próprio portal para contornar as limitações que a Google impôs na loja do Android.

Em Portugal, o desenvolvimento de aplicações para "tablets" está na lista de interesses de muitas "software-houses" mas também da indústria de Media, que se prepara para transportar os jornais e revistas para esta plataforma, tirando partido da apetência dos utilizadores e da facilidade de acesso que também simplifica o pagamento de pequenas quantias.




Argumentos a favor dos "tablets"

1. Ecrã e dimensão
Entre 7 e 10 polegadas, os ecrãs dos "tablets" ganham claramente aos "smartphones", limitados a 3 ou 4 polegadas. A comparação não é tão eficiente com os "notebooks", com ecrãs acima das 13 polegadas, mas na portabilidade o peso de cerca de 700 gramas torna-os mais simpáticos para trazer na mala do que os portáteis mais leves, que ultrapassam um quilo.

2. Ligação instantânea
Em modo de hibernação ou mesmo no arranque quando desligados, os "tablets" oferecem um acesso quase instantâneo à informação. Nisso são semelhantes aos "smartphones", mas ganham aos pontos perante os computadores portáteis, que às vezes precisam de alguns minutos só para apresentar o ambiente de trabalho.

3. Preço
Não é que sejam baratos, apesar da variedade de ofertas, mas com preços entre os 250 euros (no caso do tablet da ZTE, vendido pela Vodafone) e os 800 euros - na versão mais cara do iPad, alguns "tablets" conseguem ser mais baratos do que muitos "smartphones" e "notebooks" de topo de gama, os primeiros com preços entre 400 e 650 euros e os segundos a rondar muitas vezes os dois mil euros.

4. Utilidade
Tudo depende da utilização que se quiser fazer dos "tablets", mas pelo conjunto de ferramentas disponíveis - e as muitas que podem ser descarregadas das lojas de aplicações - os "tablets" tornam-se objectos cada vez mais interessantes para o trabalho e para o lazer. E até podem ser um elemento de diversão partilhado pela família, entretendo os mais novos, garantindo o acesso a fotos e vídeos para mostrar aos avós.
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