Notícia
Segundo aniversário celebrado com ganhos
As recomendações dos supermercados de fundos publicadas pelo Negócios registam o segundo aniversário em alta. A maioria das carteiras avançou durante o último mês, apesar da queda generalizada dos mercados de acções. A estratégia mais rentável até agora, o portefólio agressivo do Deutsche Bank, rendeu mais de 10% por ano.
26 de Julho de 2011 às 08:42
Conheça oito carteiras de fundos
As carteiras prudentes foram construídas para um prazo de investimento de três anos e são destinadas a aforradores conservadores que não aceitam perdas anuais superiores a 4%.
As carteiras agressivas estão desenhadas para um prazo de investimento mínimo de cinco anos e com um limite de perdas anuais até 10%.
ActivoBank
Menos América, mais Alemanha
Num mês em que os especialistas do ActivoBank não fizeram qualquer alteração à carteira prudente, a estratégia mais agressiva sofreu alguns ajustes. Para começar, a participação no fundo Parvest Equity USA Small Cap, concentrado nas acções de empresas norte-americanas de pequena dimensão, foi fechada. A posição foi abandonada quando o Parvest Equity USA Small Cap se fundiu com o BNPP L1 Equity USA Small Cap.
A maior parte da receita obtida pela alienação do Parvest Equity USA Small Cap foi aplicada no F&C Global Convertible Bond, um fundo que investe em obrigações que podem ser convertidas em acções. Anja Eijking, a gestora responsável por este produto, já administra portefólios de obrigações convertíveis há cerca de uma década. A outra parte da receita obtida foi destinada pelo ActivoBank aos fundos Fidelity Germany e Skandia Technology. O primeiro investe num cabaz de acções germânicas e o segundo em títulos do sector tecnológico, como os da Microsoft.
O Fidelity Germany foi o que mais deslizou na carteira agressiva do ActivoBank desde a última revisão das recomendações dos supermercados de fundos. Christian Engelbrechten, o gestor da Fidelity que dirige o fundo de acções alemãs, prefere investir em grandes nomes da indústria, como a Siemens, a BASF e a SAP. Na última década, este fundo de investimento rendeu cerca de 2,30% por ano, de acordo com as estatísticas da agência de avaliação Morningstar.
Banco Best
Limpeza de Verão profunda
Numa altura em que o Banco Best oferece depósitos a prazo com taxas a chegar aos 6%, as rendibilidades anuais de 2,85% e 3,65% das carteiras prudente e agressiva, respectivamente, podem parecer reduzidas. Contudo, é preciso não esquecer que os portefólios recomendados pelos quatro supermercados de fundos têm os prazos mínimos recomendados de três e cinco anos, pelo que ainda é cedo para aferir os resultados finais das estratégias. Falta celebrar mais um aniversário para se poder começar a tirar conclusões.
Neste mês, os especialistas do Banco Best procederam a alterações profundas na estrutura das duas carteiras recomendadas de fundos. Na estratégia prudente, os responsáveis do banco destacam a estreia do AXA WF Global Inflation Bonds. Este fundo, que é gerido por Marion Le Morhedec, investe em obrigações de países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico cujos juros sejam indexados às taxas de inflação. Naturalmente, os principais emissores de dívida indexada à inflação são os estados soberanos. Estados Unidos da América, Reino Unido e Alemanha estão entre as principais apostas.
Na carteira agressiva, o Banco Best salienta, este mês, a entrada do Axa WF Global High Yield Bonds, um fundo de obrigações de alto rendimento, ou, como é agora mais comum, dívida classificada como "lixo". Este fundo está mais voltado para os títulos empresariais.
Banco BIG
Táctica agressiva com magro desempenho
A carteira de fundos mais arriscada recomendada pelo Banco Big foi a que menos se valorizou nos dois últimos anos entre todos os portefólios dos quatro bancos analisados mensalmente pelo Negócios. Esta carteira avançou 3,19% desde o final de Julho de 2009, o equivalente a 1,60% por ano. No entanto, a menor rendibilidade é compensada por menos risco: este portefólio foi o menos volátil entre as propostas agressivas dos supermercados de fundos. Aliás, as oscilações mensais são, em média, duas vezes menores do que as sugestões concorrentes.
Um fundo de acções destacou-se pela negativa desde a última revisão das carteiras desta rubrica. O Schroder European Large Cap, que absorve um décimo da recomendação mais agressiva do Banco Big, desvalorizou-se mais de 4%, puxado pela queda generalizada dos mercados de acções. Apesar das acções da Unilever, o fabricante anglo-holandês de produtos de consumo, da farmacêutica Novartis e da petrolífera Total serem as maiores apostas, o gestor Rory Bateman tem a maior parte dos activos investido no sector financeiro.
O destaque positivo do mês é recebido pelo Amundi Global Aggregate, que está presente nos dois portefólios recomendados pelo Banco Big. Este fundo de obrigações mundiais, cuja maior aposta são títulos do tesouro estado-unidense, ganhou cerca de 2%.
Deutsche Bank
Ganhos de dois dígitos
A carteira agressiva do Deutsche Bank é a mais rentável entre as oito estratégias delineadas pelos supermercados de fundos. Nos dois anos desta rubrica, o portefólio valorizou-se 24,41%, o equivalente a um ganho anual de 11,67%. A direcção de Investimentos do banco de origem alemã operou uma alteração ao modelo agressivo. "Este mês, vamos reduzir ligeiramente o risco da carteira, através da redução do peso do fundo Parvest Equity USA e inclusão do fundo de investimento de obrigações Schroder Strategic Bond", na versão com cobertura cambial, avisam os responsáveis da instituição financeira.
O peso do Parvest Equity USA, um fundo que investe em acções norte-americanas, desce de 41% da carteira para 33%. O Schroder Strategic Bond, que aposta em obrigações a nível mundial, estreia-se neste portefólio com um peso de 8%. "Depois das empresas terem apresentado os números do primeiro trimestre, a atenção dos investidores voltou a dirigir-se para os dados macroeconómicos. Esta situação traduziu-se num aumento da volatilidade, que pode continuar nas próximas semanas", justificam os especialistas.
Na carteira prudente não houve alterações de composição. No último mês, o Schroder Global Corporate Bond foi o que mais valorizou. "O relativamente bom clima económico continua a suportar o investimento em dívida emitida por empresas europeias. Este segmento permanece muito mais atractivo que o segmento soberano", dizem os responsáveis do banco.