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Qual a situação das obrigações empresariais?

As obrigações das empresas geraram um atractivo desempenho desde o início do ano até à data, com um retorno de 11,1% nos sete meses terminados em Julho*. Os investidores regressaram ao mercado do crédito e os spreads estreitaram-se, uma vez que o...

29 de Setembro de 2009 às 09:44
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As obrigações das empresas geraram um atractivo desempenho desde o início do ano até à data, com um retorno de 11,1% nos sete meses terminados em Julho*. Os investidores regressaram ao mercado do crédito e os spreads estreitaram-se, uma vez que o abrandamento do ritmo de deterioração dos dados económicos resultou numa melhoria da apetência pelo risco. Como as perspectivas económicas melhoraram, os investidores têm sido atraídos para a vantagem de rentabilidade oferecida pelas obrigações empresariais, em comparação com as baixas rentabilidades disponíveis nos mercados de dívida pública.

Após o forte desempenho das obrigações empresariais desde o início do ano até à data, o que poderemos esperar desta classe de activos nos próximos meses? Centremo-nos em quatro dos factores chave que poderão impulsionar os retornos.

Macroeconomia
Embora estejam a surgir muitos rebentos, há também muitas folhas a cair, com a fraqueza do consumo dos EUA a manter-se como um receio particular. O limitado crédito ao consumo, o aumento dos incumprimentos no crédito hipotecário e a debilidade do emprego persistem. Por conseguinte, enquanto as recuperações, historicamente, têm sido lideradas pelo consumo, prevemos que esta seja conduzida pelos inventários, impulsionados pelos reabastecimentos. Os próximos um ou dois trimestres de actividade serão importantes para provar se esta reviravolta é algo mais que um ajuste de inventários.

Lucros empresariais
A época de apresentação de lucros do segundo trimestre nos EUA será um indicador da extensão dos efeitos do reabastecimento de inventários. Continuamos a esperar que as empresas tenham reduzido custos de forma agressiva, mas também procuraremos sinais de um eventual crescimento das receitas de topo. Os sinais iniciais têm sido encorajadores, com indícios de que algumas empresas já passaram pelos seus pontos mais baixos nos respectivos mercados ou até mesmo a experimentarem um aumento nas respectivas receitas.

Mercados Accionistas
O movimento nos mercados accionistas permanece importante para determinar a previsão para as obrigações das empresas. Nos últimos meses assistimos a uma separação entre os mercados accionistas e de crédito, com o crédito a afastar o surto de volatilidade testemunhado pelas acções em Junho e no início de Julho para proporcionar resultados positivos. Contudo, se os mercados accionistas perderem os recentes ganhos e sofrerem uma correcção significativa, será difícil que este efeito de separação se mantenha em vigor.

Fluxos da classe de activos
Os fluxos são, também, um importante factor a observar. O desempenho das obrigações das empresas no segundo trimestre foi amplamente impulsionado pelos fluxos de entrada na classe de activos. Actualmente, os fluxos no retalho permanecem positivos, suportados por atraentes variáveis fundamentais e por uma melhor apetência pelo risco. Os fluxos futuros para as obrigações empresariais irão depender, em certa medida, de os investidores estarem preparados para assumirem a volatilidade do mercado accionista ou se permanecem mais confortáveis com a relativa estabilidade do crédito. Se começarmos a ver sinais mais concretos de recuperação económica e um mais elevado grau de convicção nos lucros das empresas, poderemos assistir a uma inclinação para as acções. Isto pode não fazer com que os investidores reduzam as suas atribuições nas obrigações, mas poderá existir uma diminuição nos fluxos de retalho para as obrigações empresariais "investment grade". Os fluxos institucionais são comparativamente estáveis e continuamos a ver uma forte procura, nomeadamente nos EUA.

O Verão tende a ser um período de maior volatilidade, pelo que temos procurado uma posição tão neutra quanto possível, em termos de exposição ao mercado (beta) e de exposição directa. Na nossa perspectiva, no segundo semestre a selecção de acções irá desempenhar um papel maior. Isto é particularmente verdade na área BBB, onde podemos ver uma considerável dispersão de ganhos. Evitar anjos caídos (empresas com a classificação revista em baixa de "investment grade" para "high yield") será crucial para gerar alfa e há também um potencial para adicionar valor de empresas que retenham a classificação "investment grade", à medida que os spreads se aproximam.

Para os que procuram rendimento, favorecemos o topo da área de alta rentabilidade, que oferece rentabilidades atractivas, boa visibilidade e uma compreensão dos fundamentais das empresas. As obrigações de alta rentabilidade tiveram um desempenho excepcional, mas se tivermos mesmo passado o pior, então acreditamos que o sector pode começar a assistir a fortes retornos não só no primeiro ano da recuperação, mas para lá dele.

Concluindo, devemos enfatizar que estamos agora num mercado de selecção de acções. Os investidores devem assegurar-se que escolhem um gestor experiente com as capacidades e os recursos para evitar as armadilhas do mercado e procurar oportunidades de geração de alfa.
























Director de vendas para Portugal da JP Morgan Asset Management


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