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Dívida privada - Apostar no crédito de qualidade

O investimento em obrigações emitidas por empresas com crédito de elevada qualidade está a ganhar mais adeptos entres os especialistas.

27 de Janeiro de 2009 às 15:31
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O colapso do banco norte-americana Lehman Brothers, em Setembro passado, foi o rastilho para a venda massiça de obrigações emitidas por empresas, as chamadas “corporate bonds”, totalmente indiferente à classificação de risco das empresas. Nessa altura, as necessidades de liquidez imediata dos grandes investidores institucionais dispararam, gerando-se nos mercados uma significativa dose de pânico.

Este episódio, que marcou o início de uma crise de liquidez mundial, teve impacto negativo mesmo nas obrigações de elevada qualidade, denominadas de “investment grade”. Mas, agora, alguns especialistas vêm defender que abriu caminho para oportunidades de investimento.

Segundo dados da Economist Intelligence Unit, a queda de 7% do retorno total das obrigações “investment grade” (dívida de empresas classificadas com ‘triple’ A e ‘triple’ B), em Outubro, justamente o pior mês da crise, foi a maior desde 1989.

Perante estes valores, Mark Kiesel, da norte-americana PIMCO, uma das maiores especialistas mundiais em gestão de dívida, acredita que as oportunidades neste mercado aumentaram. “Agora, com o alargamento dos ‘spreads’, estamos bastante mais optimistas. Os investidores poderão, finalmente, começar a ser recompensados por serem selectivos no risco de crédito”, explicou o responsável, numa análise recente, na qual conclui: “Esta venda massiva de obrigações de empresas com crédito de qualidade vem criar oportunidades de compra.”

Já o responsável pelo mercado de dívida da BlackRock, sociedade que comprou a gestão de activos do Merrill Lynch, Michael Krautzberger, mostra-se mais optimista. “As obrigações das empresas estão avaliadas mais para uma depressão das economias do que para uma recessão. Assim sendo, representam um excepcional potencial face ao retorno adicional que poderão dar aos investidores em comparação com a dívida pública”, refere este responsável, num estudo intitulado “2009: O ano do crédito?”, divulgado na última semana.

Krautzberger alega que é, precisamente, neste momento que existem “excelentes oportunidades para a gestão activa”, que é seguida por alguns fundos de investimento. Diz este responsável que as taxas de incumprimento da dívida privada vão aumentar, devido à contracção económica. Por isso, “mais do que nunca, é fundamental optar pela gestão activa de quem consegue antecipar e gerir activamente neste ambiente de crescente risco de incumprimento”.

Quem, em Portugal, pretender seguir os conselhos dos especialistas, tem à sua disposição dezenas de fundos de dívida privada. Alguns seguem uma gestão passiva, visando apenas replicar um índice de referência. Outros procuram as melhores oportunidades de mercado, seguindo um investimento mais selectivo e criterioso. É esse o caso dos dois fundos com melhor classificação neste segmento de mercado. Ambos seguem uma estratégia geográfica global e apostam em dívida de qualidade emitida por empresas.

Pictet Funds (LUX) EUR Corporate Bonds HP USD Acc

Fonte: Morningstar. Dados de 23/01/2008

Pelo menos dois terços do património tem de estar investido, de forma diversificada, em obrigações emitidas por empresas com boa classificação de risco de crédito. A estratégia do fundo privilegia a liquidez dos investimentos.

UBS (Lux) Bond SICAV (USD) Corporat Equity SICAV P Acc

Fonte: Morningstar. Dados de 23/01/2008

Os títulos de empresas da categoria “investment grade” são o objectivo da política de investimento deste fundo, que faz uma selecção minuciosa de títulos e, também, de sectores. A gestão da carteira é muito activa.


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