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Devagar se vai ao longe?
Actualmente, a palavra "crise" surge em diversos contextos. Os receios quanto ao futuro preocupam as famílias portuguesas e as alternativas de aplicação de poupança de menor risco estão a atrair mais adeptos...
24 de Abril de 2009 às 10:03
Com os clientes mais sensíveis à necessidade de poupar devido à crise, os bancos lançaram depósitos que permitem reforçar a conta mês a mês. Mas será que compensam?
Actualmente, a palavra "crise" surge em diversos contextos. Os receios quanto ao futuro preocupam as famílias portuguesas e as alternativas de aplicação de poupança de menor risco estão a atrair mais adeptos.
Com o objectivo de permitir ao cliente aumentar e rendibilizar as suas poupanças de acordo com o seu orçamento familiar, apareceram os depósitos a prazo que permitem a realização de reforços periódicos de capital.
As quantias são variáveis. O reforço mínimo, na maioria dos casos, é de 25 euros, com excepção da Caixa Geral de Depósitos (CGD) cujo valor mais baixo permitido é de 100 euros. Estes valores são autorizados mas não obrigatórios. Ainda assim, os reforços podem levar a que o cliente receba prémios de permanência. No caso do Barclays, por exemplo, uma diferença igual ou superior a 300 euros entre o capital final e inicial permite ao cliente receber uma bonificação de 0,10% por trimestre.
O que também não é obrigatório é a renovação do prazo do depósito. O mesmo é dizer, que se o seu depósito a prazo tiver uma duração de três meses poderá optar por renovar, ou não, o período de vigência. No entanto, terá de o comunicar ao banco uma vez que na maioria dos casos a renovação é automática.
Será sempre necessário analisar os prós e contras de renovar a sua aplicação, uma vez que, consoante a taxa que lhe é proposta e a possibilidade ou não de capitalização de juros, assim deverá fazer a sua escolha. Convém não esquecer, também, que o mercado está sempre em mudança e que, dentro de alguns meses, as soluções apresentadas pelas instituições bancárias poderão ser bastante diferentes.
A questão da capitalização de juros é mesmo fundamental e terá de a ter em atenção uma vez que nem sempre é permitida. Comparando os retornos conseguidos, ao longo de um ano, nos depósitos que permitem capitalização com as melhores taxas do mercado, pode verificar-se que as opções de poupança com reforços são mais atractivas. Com um investimento inicial de cinco mil euros, é possível receber mais de 200 euros no produto do Banif, o melhor entre os analisados pelo Negócios. Já a solução do Banco Popular, a melhor entre os depósitos tradicionais, atribui ao cliente um retorno de 135 euros, com o mesmo capital inicial, segundo os dados da DECO (ver pág. seguinte).
Uma alternativa a estes produtos poderão, ainda, ser os certificados de aforro. Para o mesmo período e perante as mesmas condições dos exemplos anteriores, este produto permite ao titular receber mais de 80 euros.
Os depósitos que permitem reforços poderão tornar-se mais atractivos por se enfrentar uma fase em que os juros do crédito à habitação estão a diminuir. O investidor poderá aproveitar a queda da prestação e destinar a poupança obtida para reforçar as suas aplicações.
Prós e contras para clientes conservadores Os depósitos que permitem reforços fazem parte do leque de produtos de capital garantido, o que atrai os investidores mais conservadores. A principal característica destes produtos está na possibilidade de aumentar o capital aplicado ao longo do prazo, consoante a sua disponibilidade financeira. Outra vantagem é a capitalização de juros, já que esta permite elevar o retorno no final do prazo, compensando as taxas de juro mais baixas. No entanto, nem todos os produtos o permitem. Pela negativa, destaca-se a taxa de juro em ciclo de baixa e a penalização de movimentação antecipada do capital. |