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Depósitos - Prazos mais longos para escapar à queda dos juros

Os juros não param de descer, perante a ameaça de recessão económica. Os bancos já começam a reagir, descendo as taxas dos depósitos a prazo. Esta poderá ser mesmo a última oportunidade para beneficiar de juros atractivos e proteger as suas poupanças durante um período em que o preço do dinheiro vai ser mais baixo.

Depósitos - Prazos mais longos para escapar à queda dos juros
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A crise já se tornou no jargão mais popular do quotidiano dos portugueses. Com a recessão a bater à porta, aumentou a necessidade de “trancar” as suas poupanças, mas sem deixar escapar as oportunidades para pôr o dinheiro a render. Este poderá, mesmo, ser o último momento para o fazer com uma rendibilidade atractiva. É que os juros não param de descer e deixam promessas de fazer cair a pique as taxas dos produtos mais conservadores, como os depósitos a prazo e os certificados de aforro.

A taxa directora do Banco Central Europeu (BCE) voltou a descer. Na última semana, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, efectuou um novo corte de meio ponto percentual, colocando os juros na Zona Euro no nível mais baixo desde 2003. E não deverá ficar por aqui. As palavras de Trichet deixaram sinais claros de que ainda há margem para novas reduções no preço do dinheiro. Perspectiva-se uma descida ainda mais acentuada nas taxas oferecidas pelos bancos. As “super taxas” têm os dias contados, pelo menos no médio prazo.

Perante este cenário, como proteger, e rendibilizar, o seu dinheiro, mas com baixo risco? Os depósitos a prazo são a melhor opção. Mas é preciso agir rapidamente e ser bastante rigoroso na selecção dos diferentes produtos disponíveis no mercado. Para se proteger da queda dos juros, é crucial optar por aplicações com um prazo mínimo de um ano. Poderá, ainda, estender o investimento até dois anos. Mas propostas de mais longo prazo poderão não compensar, tendo em conta as perspectivas que apontam para a retoma da economia e, consequentemente, de um regresso das taxas de juro elevadas.

O Negócios analisou as várias ofertas do mercado, entre 12 e 24 meses. Foram considerados produtos apresentados por 17 instituições financeiras a operar em Portugal, tanto aqueles passíveis de subscrição no balcão, como outros exclusivos para clientes com acesso “on-line” e até ofertas promocionais. Nas aplicações a um ano, de um total de 13 produtos, a taxa anual líquida média é de 2,676%, o que supera a inflação prevista e, também, a rendibilidade dos certificados de aforro. Ou seja, com uma aplicação a prazo de 5.000 euros, obterá um retorno médio de 133,80 euros.

Com a oferta do PrivatBank, o retorno líquido pode ser mais do dobro superior à média, cifrando-se em 288 euros, sendo que o “ranking” das melhores propostas para aplicações a um ano composto pelo “Depósito Crescente 6%” do Finibanco e o “DP Interactivo” do BPN. O “Super Depósito Banif@st”, do Banif, apresenta a mesma rentabilidade do produto do BPN. Com cinco mil euros, nestas duas ofertas é possível obter um retorno de 150 euros. A grande maioria dos depósitos, neste prazo, consegue superar a rendibilidade dos certificados de aforro.

Para quem aplicar, este mês, o mesmo montante neste produto de poupança do Estado a taxa bruta praticada é de 2,426%, o que corresponde ao juro mais baixo praticado desde a introdução da nova série C, há um ano. Em Janeiro de 2010 terá um ganho de 97,76 euros. No entanto, este produto torna-se mais atractivo para quem mantiver a aplicação durante um período mais prolongado, conseguindo beneficiar dos prémios de permanência que podem chegar a 2,5%, no último ano.

Quem mantiver a aplicação por um prazo de 24 meses conseguirá uma mais-valia de 207,77 euros. Apenas três dos seis produtos analisados para este prazo conseguem melhores retornos: os depósitos do Finibanco, o mais atractivo (ver tabela), o do Banco BiG e o do BPN apresentam ganhos líquidos acima dos 200 euros. A opção pelo depósito do Finibanco poderá render mais 90 euros que a aplicação menos generosa do mercado (“Super Depósito Crescente”, do Crédito Agrícola).

Retoma da economia adiada

As contínuas descidas de juros pelos bancos centrais mundiais resultam directamente da frágil saúde das economias. É que o “espirro” da crise financeira resultou numa grave pneumonia chamada de recessão económica. Sobretudo, nos países desenvolvidos. Estados Unidos e Europa enfrentam meses difíceis, devendo os primeiros sinais de retoma ser vislumbrados só a partir da segunda metade de 2009. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prepara-se para, já na próxima semana, rever em baixa as suas estimativas de crescimento para as economias mundiais. Porém, as mais recentes já apontam para um cenário preocupante. Este ano, a economia europeia deverá desacelerar 0,5%, ainda assim abaixo do recuo previsto para os Estados Unidos. Quanto a Portugal, o banco central aguarda uma contracção de 0,8%, com 60% de probabilidades de ser pior.

Estimativas para 2009

Fonte: FMI e Banco de Portugal



















Os cinco melhores depósitos para apostar durante um ano

Para quem não quiser correr riscos e actuar antes que os bancos comecem a cortar juros de forma drástica, como é esperado, aplicar 5.000 euros num depósito a prazo pode render perto de 300 euros ao fim de um ano. Mas, para tal, é necessário analisar em pormenor a oferta disponível em Portugal. O melhor depósito no prazo de um ano, o do banco letão PrivateBank, permite uma mais-valia de 288 euros. Os retornos dos melhores depósitos comprovam que esta é uma opção mais vantajosa que os certificados de aforro para o período de um ano.

Fonte: Bancos. Simulação e cálculos Jornal de Negócios.

Os cinco melhores depósitos para apostar durante dois anos

Quando o objectivo é rendibilizar com segurança a poupança durante dois anos, somente três bancos disponibilizam depósitos mais atractivos do que a remuneração dos também conservadores certificados de aforro. São os casos do Finibanco, Banco BiG e BPN. Contudo, a diferença para o retorno dos certificados de aforro é inferior a 40 euros. É que os prémios de permanência tornam os produtos do Estado mais atractivos a partir do segundo ano da aplicação, ainda que a expectativa também seja de descida da taxa de juro nos próximos meses.

Fonte: Bancos. Simulação e cálculos Jornal de Negócios.

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