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Computadores no domínio do toque

Os ecrãs sensíveis ao toque começam a estender o seu domínio dos telemóveis aos computadores, facilitando o "interface" com a máquina e ajudando a ultrapassar barreiras de utilização, sobretudo doméstica.

31 de Agosto de 2010 às 09:00
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Nos últimos 30 anos, a forma de interacção com os computadores não mudou de modo significativo. O ecrã servia apenas para exibir a informação, que era introduzida ou seleccionada pelo utilizador através do teclado e, mais tarde, do rato, um modelo que predomina ainda hoje nos computadores de secretária e também nos portáteis.

As várias tentativas de mudar os "interfaces" de contacto foram quase sempre mal sucedidas, como a possibilidade dos comandos de voz que a Microsoft tem vindo a melhorar nos vários sistemas operativos e que continuam a ser muito pouco utilizados. Mesmo as primeiras propostas no início do ano 2001 de computadores "tablet", onde se podia escrever com uma caneta especial sobre o ecrã, não ganharam muita adesão.

Mas esta é uma situação que está a mudar. A utilização crescente de telemóveis com ecrãs sensíveis ao toque trouxe uma nova sensibilidade dos utilizadores para abandonarem os antigos formatos e usarem os dedos na selecção de ícones e ferramentas no ecrã, mesmo que para a introdução de textos longos este possa ainda não ser o formato ideal.

Mais do que simplesmente uma nova forma de interagir com os sistemas, a utilização dos "interfaces" de toque nos ecrãs pode ajudar a ultrapassar barreiras que se mostram persistentes na utilização dos computadores, sobretudo entre uma população mais sénior que olha com desconfiança para o teclado e o rato e tem dificuldade em usar estes periféricos. Claro que esta mudança tem de ser acompanhada pela transformação do próprio "software" dos computadores, que deverá ser mais intuitivo, apontando os utilizadores rapidamente para as aplicações prioritárias na sua utilização, seja o recurso ao navegador de Internet, "e-mail" ou aplicação de visualização de fotos e leitor de música.

O conceito de simplificação já começou a ganhar asas na oferta de várias fabricantes, que estão a transformar o computador de secretária num utilitário multimédia para toda a família, onde se centram os pontos de contacto digitais, as memórias fotográficas e de vídeo e mesmo a colecção de música, ou os canais de televisão e filmes preferidos, já para não falar das receitas culinárias e da agenda familiar.

Em vez de um computador monolítico, que normalmente está estacionado na secretária do escritório, a HP, Asus e Acer estão a propor um electrodoméstico mais parecido com o televisor, onde a capacidade de processamento, o disco e o leitor de CDs/DVDs estão escondidos por detrás do ecrã. São equipamentos "tudo em um" que ficam bem em qualquer canto da sala ou da cozinha, e que conjugam diversas funcionalidades para abrir uma nova janela de utilização e ligação entre os diferentes equipamentos digitais de cada casa.

O ecrã sensível ao toque é o ponto de partida para uma convivência mais fácil com as aplicações, mas a mudança da apresentação do sistema operativo faz também parte do pacote, assim como as funcionalidades de arranque mais rápido do equipamento e o potencial para juntar a televisão e outras ferramentas multimédia.

O modelo é parecido com o de outros equipamentos que estamos já habituados a usar, desde quiosques multimédia ao próprio Multibanco e os quadros interactivos das escolas.

A redução gradual de preços dos ecrãs sensíveis ao toque está a ajudar a materializar esta mudança - embora os preços destes equipamentos sejam ainda mais do dobro dos computadores "tradicionais" -, mas também o novo sistema operativo Windows 7, com funcionalidades mais adaptadas a este "interface", dá um empurrão importante para uma adopção que se quer massificar.






Cinco computadores para tocar

Na sala ou na cozinha, mas longe do tradicional escritório, os computadores de toque oferecem diferentes alternativas de interacção com o mundo da Internet e os ficheiros multimédia onde arquivamos as memórias digitais da família. Como bónus, alguns servem de televisor, rádio e leitor de música, assim como de ecrã para ver os filmes favoritos. A partir de 700 euros, existem diversas opções válidas.



Asus EeeTop PC



Aproveitando a marca Eee, que popularizou com os "netbooks" quando as outras fabricantes ainda desconfiavam do conceito, a Asus tem vindo a melhorar os seus computadores "tudo em um" com modelos mais finos e elegantes, que partem do mesmo conceito de eliminar elementos adicionais sobre a mesa, oferecendo uma plataforma multimédia para toda a família.

Para além do Windows 7, a marca adiciona uma camada de "software" adicional para facilitar o acesso a algumas ferramentas, o ASUS Eee Docking, que permite descarregar mais conteúdos e optimizar a experiência de uso do computador. O preço é também um dos argumentos importante nesta linha de computadores.





Asus EeeTop PC ET2010PNT

Ecrã LCD HD panorâmico de 20 polegadas. Resolução: 1600x900
Processador Intel ATOM Dual Core D510 1.66Ghz
Placa gráfica NVIDIA® ION™ 2 512MB
RAM 2 GB DDR2 800Mhz
Disco 500 GB SATA
Preço 749 euros



HP TouchSmart 300



O modelo mais jovem da linha Touchsmart da HP não deixa os créditos por mãos alheias e torna-se num autêntico centro de atracção em qualquer ponto da casa onde decidir colocá-lo.

O ecrã de 20 polegadas transforma-se no centro de brincadeiras com jogos, partilha de fotografias da família e amigos ou mesmo televisor e apoio para a confecção de cozinhados, com a aplicação de receitas. O "software" adicionado pela HP facilita a navegação entre as aplicações mesmo para quem não está habituado aos "truques" do Windows e o formato 16:9 melhora a experiência de visualização de filmes.

Apesar de ser mais caro do que a concorrência, as especificações justificam a diferença de preço.


HP TouchSmart 300-1200
Ecrã LCD BrightView panorâmico táctil de 20 polegada. Resolução 1600x900
Processador AMD Athlon II X2 235e a 2,7 GHz
Placa gráfica ATI Radeon HD 3200
RAM 4 GB DDR3
Disco 500 GB SATA
Preço 1.058 euros



HP TouchSmart 600



O processador, o dobro do espaço em disco, mais três polegadas de ecrã (na diagonal) e um comando remoto marcam a diferença entre o HP TouchSmart 600 e o modelo 300.

O conceito é o mesmo em termos de utilização e de "software" adicionado ao Windows, mas este é um ligeiro "upgrade" de "hardware" que pode não justificar os 500 euros a mais no custo final.

Tal como no modelo anterior, o ecrã HD e o formato 16:9 convidam à utilização com conteúdos multimédia, mas também à comunicação por videoconferência, tirando partido da câmara incluída no topo do ecrã e abrindo um novo portal de comunicação com quem está longe.





HP TouchSmart 600-1200
Ecrã LCD BrightView panorâmico de 23 polegadas. Resolução: 1920x1080
Processador Intel® Core i3 330M a 2,13 GHz
Placa gráfica NVIDIA® GeForce G210
RAM 4 GB DDR3
Disco 1.000 GB SATA
Preço 1.512 euros



Packard Bell oneTwo M i7019



Mantendo uma identidade própria dentro do Grupo Acer, fazia todo o sentido para a Packard Bell apostar também neste conceito de tudo em um doméstico, já que este é o seu mercado alvo por excelência.

A linha oneTwo tem dois modelos dos quais o M i7019 é o mais completo a nível de "hardware", embora o "design" e funcionalidades sejam partilhados com o modelo mais barato da gama.

Depois de uma primeira experiência mais tradicional, a linha sofreu uma remodelação e o ecrã de 21,5 polegadas possui agora um apoio frontal que dificulta um pouco a movimentação lateral, mas a elegância do "design" - diferente dos modelos quadrados - compensa alguns desafios extras nesta área.




Packard Bell oneTwo M i7019
Ecrã LCD 21,5 polegadas. Resolução 1920x1080
Processador Intel Core i3-540
Placa gráfica NVIDIA GT3 20
RAM 4 GB DDR3
Disco 1.000 GB SATA
Preço 999 euros



Packard Bell oneTwo M A5011


Por fora parece igual mas por dentro este modelo tem diferenças em relação ao oneTwo M i7019 que podem ser mais evidentes na "performance" durante a utilização, mas também é verdade que poupa 200 euros na compra.

Em termos de "software", a Packard Bell não descurou também a facilidade de acesso com o Packard Bell TouchPortal e o Packard Bell TouchGadgets, que melhoram a gestão dos conteúdos multimédia e dão acesso a diversas mini-aplicações que se podem tornar úteis para os utilizadores domésticos.






Packard Bell oneTwo M A5011
Ecrã LCD 21,25 polegadas. Resolução 1920x1080
Processador AMD Athlon II X2 215
Placa gráfica NVIDIA 315
RAM 4 GB DDR3
Disco 1.000 GB
Preço 799 euros




"Tablets" ou "notebooks" híbridos?

O iPad da Apple pode ajudar a divulgar a ideia dos "tablets", que Bill Gates - fundador da Microsoft - preconizou no início deste século mas que não ganhou grande adesão. A ideia é a de abandonar o teclado nos computadores portáteis e usar uma caneta, ou os dedos, para seleccionar a informação num equipamento com ecrã sensível ao toque, que eventualmente dispõe de um teclado virtual, onde as teclas aparecem sobre o ecrã.

Muitos fabricantes optaram pelo truque de fazer modelos híbridos, onde o teclado pode ser escondido sob o ecrã, fazendo com que este gire em vez de estar colocado na vertical à frente do utilizador. É o caso do Eee PC T101MTda Asus, um dos tablets com preço mais apelativo (499 euros), que ajuda a quebrar a barreira de compra em relação aos formatos tradicionais.

A Acer e a HP têm também modelos portáteis que recorrem ao ecrã de toque como "interface", sendo que a número um do "hardware" lançou recentemente um "tablet" ultra-fino com tecnologia multi-toque para empresas, destinado aos sectores da saúde e educação, mas que tem um preço ainda demasiado elevado, que se aproxima dos dois mil euros. Em compensação, a marca tem também um "netbook" de toque, o HP Mini 5102, que custa 422 euros, mas cujo ecrã não roda sobre o teclado, pelo que não se transforma em "tablet" mas mantém a "postura" habitual.




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