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Como garantir uma refeição por cinco euros

Alunos de uma escola nos arredores de Lisboa explicam-lhe o segredo.

24 de Março de 2008 às 13:35
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O Barclays lançou o projecto “Contas à Vida - Lidar com o Dinheiro sem surpresas”, que está a ser desenvolvido em 23 iniciativas do Programa Escolhas. O objectivo é ensinar os jovens abrangidos pelo Escolhas a lidar com os desafios financeiros que enfrentam no dia-a-dia. Cerca de 300 jovens, residentes em “territórios vulneráveis”, estão envolvidos.

Acha possível convidar quatro amigos para jantar, oferecer-lhes uma refeição completa que cumpra os critérios da roda dos alimentos e gastar menos de cinco euros? Foi isso que o Nilson, a Quina, a Lomila, a Samira, a Emiliana, o Elton, o Jailson e o António conseguiram fazer numa acção de formação promovida pelo Barclays, em coordenação com o programa “Escolhas”. Os oito jovens têm entre 14 e 21 anos e vivem no bairro do Talude, no concelho de Loures.  Integrados no projecto “Sai do Bairro Cá Dentro” do Programa Escolhas, estão a participar numa acção de formação, com seis sessões, orientada para a literacia financeira. O Jornal de Negócios assistiu à segunda actividade do programa, intitulada “uma refeição poupada”.

O desafio era elaborar uma refeição para quatro amigos com apenas cinco euros. E não podia ser uma refeição qualquer. Fazia parte dos critérios de escolha da melhor equipa que a ementa fosse variada e saudável. Os jovens receberam uma lista com todos os ingredientes que podiam comprar e os respectivos preços (o azeite e o sal são oferecidos) e lançaram-se ao trabalho.

“O objectivo é dar a perceber a importância dos orçamentos”, explica Isabel Peña, directora-adjunta de Assuntos Corporativos & Responsabilidade Social do Barclays Portugal e responsável pelo projecto “Contas à Vida”.
 
Orçamento é uma palavra estranha, mas cozinhar uma refeição faz parte do dia-a-dia destes jovens que frequentam os 2º e 3º ciclos. “É o que fazem quando chegam a casa”, conta Carla Santos, a coordenadora do projecto instalado no Bairro do Talude, próximo de Lisboa, que acompanha estes adolescentes .

Todos os participantes na sessão de formação já repetiram o ano escolar pelo menos uma vez, sendo que a maioria não passou de ano mais do que uma vez. “Chumbei três vezes mas a primeira não conta porque vim de São Tomé e Príncipe e cheguei a Portugal a meio do ano”, conta uma das jovens. Os outros riem-se. À pergunta, por que chumbaram tantas vezes, a resposta limita-se a um encolher de ombros. “A escola não consegue dar resposta no dia-a-dia a estes jovens, as formações são muito mais práticas, são fundamentais, conseguem captar muito mais a atenção dos alunos porque são orientadas para a sua realidade”, considera Carla Santos, que defende que este tipo de formação devia ser replicado nas escolas.

Para garantir a participação dos jovens que acompanha nestas iniciativas, Carla chega a ir buscá-los à  porta da escola, uma situação que só é possível porque afirma já conhecê-los a todos, mas que seria evitada, na sua opinião, se os currículos escolares já considerassem este tipo de acções.

Depois de fechadas as ementas procedeu-se à votação. Eram três equipas e duas ficaram empatas em primeiro lugar. Nenhuma gastou mais de cinco euros.

Nas sessões seguintes, os participantes vão fazer um orçamento que sobreviva a situações-surpresa, analisar tipologias de contas bancárias, preencher um formulário de abertura de conta e responder a um questionário que foi entregue na primeira sessão. As formadoras garantem: nota-se sempre uma melhoria.

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