Notícia
6 coisas a fazer antes da subida das taxas
A subida da Euribor irá aumentar a prestação do crédito da casa, mas é possível compensar o aumento do custo através de investimentos inteligentes.
18 de Agosto de 2010 às 09:00
Prepare-se para o embate: as Euribor estão a subir e, mais tarde ou mais cedo, a prestação do crédito hipotecário irá aumentar para a maioria das famílias. Muitas precisam de se recordar dos momentos de aperto que passaram nos três anos entre os finais de 2005 e de 2008, quando as taxas indexantes atingiram o pico acima dos cinco por cento. Nesses três anos, muitas das prestações dos créditos hipotecários aumentaram mais de um terço, o que colocou em risco o pagamento mensal por muitas famílias.
Agora, as taxas Euribor estão a subir desde o final de Março. Apesar do efeito dramático no aumento dos custos dos portugueses, a subida dos juros também pode ser uma oportunidade de investimento. O aforro em fundos de obrigações de taxa indexada é o mais óbvio, mas há outras opções. Saiba o que fazer em antecipação da progressão das taxas de juro.
1. Fixar a taxa do crédito hipotecário
Não há tradição de contratar empréstimos de taxa fixa em Portugal como noutros mercados, mas há razões para os contratar, em particular nas fases de baixa de juros. À partida, pode parecer que não é um bom negócio. Uma família que deva 100 mil euros num empréstimo a 30 anos indexado à Euribor a seis meses mais um "spread" de 0,7 por cento pagará uma prestação pouco superior a 362 euros na revisão de Agosto. Se pedir ao banco para lhe fixar a taxa para o resto do prazo, o custo mensal subirá para 475 euros, mais 115 euros. Todavia, essa será a última subida que terá na prestação. Quando os clientes pedem para fixar a taxa, os bancos dirigem-se ao mercado de "swaps", instrumentos que permitem trocar um fluxo à taxa indexada por um um fluxo de taxa fixa. Na segunda semana de Agosto, era possível trocar Euribor a seis meses por uma taxa fixa a 30 anos de cerca de 3,26 por cento.
Teoricamente, a troca de taxa só valerá a pena se, em média, a Euribor ficar acima de 3,26 por cento nos próximos 30 anos. Isso aconteceu em seis meses dos últimos dois anos. Porém, há outra vantagem: as famílias podem retirar a incerteza da prestação das suas contas. Mesmo que, em média, a Euribor não fique acima de 3,26 por cento, pode ser vantajoso optar pela taxa fixa. É que, em algumas fases do crédito, a Euribor pode disparar brutalmente. Se o mercado voltar às taxas praticadas em Outubro de 2008, a prestação indexada dos 100 mil euros a 30 anos ultrapassará os 590 euros por mês, muito além dos 477 euros que se podem fixar agora.
Agora, as taxas Euribor estão a subir desde o final de Março. Apesar do efeito dramático no aumento dos custos dos portugueses, a subida dos juros também pode ser uma oportunidade de investimento. O aforro em fundos de obrigações de taxa indexada é o mais óbvio, mas há outras opções. Saiba o que fazer em antecipação da progressão das taxas de juro.
1. Fixar a taxa do crédito hipotecário
Não há tradição de contratar empréstimos de taxa fixa em Portugal como noutros mercados, mas há razões para os contratar, em particular nas fases de baixa de juros. À partida, pode parecer que não é um bom negócio. Uma família que deva 100 mil euros num empréstimo a 30 anos indexado à Euribor a seis meses mais um "spread" de 0,7 por cento pagará uma prestação pouco superior a 362 euros na revisão de Agosto. Se pedir ao banco para lhe fixar a taxa para o resto do prazo, o custo mensal subirá para 475 euros, mais 115 euros. Todavia, essa será a última subida que terá na prestação. Quando os clientes pedem para fixar a taxa, os bancos dirigem-se ao mercado de "swaps", instrumentos que permitem trocar um fluxo à taxa indexada por um um fluxo de taxa fixa. Na segunda semana de Agosto, era possível trocar Euribor a seis meses por uma taxa fixa a 30 anos de cerca de 3,26 por cento.
Teoricamente, a troca de taxa só valerá a pena se, em média, a Euribor ficar acima de 3,26 por cento nos próximos 30 anos. Isso aconteceu em seis meses dos últimos dois anos. Porém, há outra vantagem: as famílias podem retirar a incerteza da prestação das suas contas. Mesmo que, em média, a Euribor não fique acima de 3,26 por cento, pode ser vantajoso optar pela taxa fixa. É que, em algumas fases do crédito, a Euribor pode disparar brutalmente. Se o mercado voltar às taxas praticadas em Outubro de 2008, a prestação indexada dos 100 mil euros a 30 anos ultrapassará os 590 euros por mês, muito além dos 477 euros que se podem fixar agora.
2. Amortizar o crédito à habitação para evitar catástrofe
Se acredita que fixar a taxa de juro não é a opção ideal para o seu caso, pode amortizar parte do capital em dívida. Se tiver algum dinheiro guardado, pode usá-lo para aligeirar o impacto que a subida das Euribor terão na sua prestação.
Para cancelar a subida da prestação em resultado do aumento de um ponto percentual no indexante, uma família que tenha um crédito de 100 mil euros a 30 anos com um "spread" de 0,7 por cento deve amortizar cerca de 12 mil euros. Quanto mais aumentar a taxa de juro, mais terá de devolver ao banco para manter o custo mensal do crédito. Se o aumento da Euribor for de três pontos percentuais, a amortização deverá subir para pouco mais de 30 mil euros, o que é demasiado para a maioria das famílias portuguesas.
Se acredita que fixar a taxa de juro não é a opção ideal para o seu caso, pode amortizar parte do capital em dívida. Se tiver algum dinheiro guardado, pode usá-lo para aligeirar o impacto que a subida das Euribor terão na sua prestação.
Para cancelar a subida da prestação em resultado do aumento de um ponto percentual no indexante, uma família que tenha um crédito de 100 mil euros a 30 anos com um "spread" de 0,7 por cento deve amortizar cerca de 12 mil euros. Quanto mais aumentar a taxa de juro, mais terá de devolver ao banco para manter o custo mensal do crédito. Se o aumento da Euribor for de três pontos percentuais, a amortização deverá subir para pouco mais de 30 mil euros, o que é demasiado para a maioria das famílias portuguesas.
3. Mudar para obrigações de prazos mais curtos
Saiba que, como regra geral, quando as taxas sobem, o preço das obrigações tradicionais tende a descer. Contudo, o movimento não é uniforme: as obrigações com prazos mais longos tendem a sofrer mais, porque são mais sensíveis a movimentos nas taxas de juro de mercado. Os investidores mais activos devem optar por transferir as suas aplicações obrigacionistas de prazos longos para os mais curtos, que resistem mais à subida das taxas.
Os fundos de obrigações de curto prazo não têm rendido muito: nos últimos três anos deram cerca de 1,5 por cento por ano, depois de descontar os impostos. Contudo, os resultados recentes são mais animadores. No último ano, a rendibilidade líquida média já chegou aos dois por cento.
4. Optar por investir em taxa variável
Se acredita seriamente na subida das taxas de juro de mercado, como as Euribor, as melhores opções de investimento são provavelmente as obrigações de taxa variável. Tal como as famílias nos créditos hipotecários, os emitentes destes instrumentos pagam um juro indexado a uma taxa de referência acrescida de um "spread". Quanto mais arriscada for a emissão obrigacionista, maior o "spread" pago.
Muitos gestores dos fundos que investem exclusivamente em obrigações de taxa variável têm tido razões para estarem felizes: em alguns casos, a rendibilidade do último ano ultrapassa os 10 por cento. O BPN Conservador, gerido pelo Banco Português de Negócios, foi o que mais rendeu: cerca de 16 por cento. É importante, no entanto, perceber, que há risco nestes produtos. Basta recordar que quem investiu há cinco anos em alguns fundos de obrigações de taxa indexada ainda está para recuperar o investimento.
Perder não é um risco de quem opta por investir em Certificados de Aforro. Tal como as obrigações de taxa variável, estes instrumentos de dívida pública pagam juros que dependem da evolução de uma taxa de mercado, a Euribor a três meses. A taxa-base dos Certificados de Aforro está a subir desde Abril e, em Setembro, deverá ultrapassar a marca de 1 por cento.
5. Que tal obrigações de regiões com taxas a cair?
Embora a subida das taxas de juro seja o cenário mais comum em todo o mundo, há regiões que beneficiam da descidas dos indexantes.
A África do Sul e a Islândia estão entre os mercados onde os bancos centrais encetaram descidas das taxas de referência em 2010, mas a maioria das operações de redução efectuaram-se na Europa emergente. Em estados como a República Checa, a Hungria e a Roménia assiste-se a uma convergência com as taxas praticadas na Zona Euro. É, por isso, natural que os fundos de obrigações da Europa emergente estejam a ganhar.
O Credit Suisse BF Emerging Europe Aberdeen, o que tem conseguido mais valorização, rendeu 11,17 por cento no último ano, depois de contabilizar os impostos sobre a mais-valia.
Há, contudo, riscos no investimento em obrigações da Europa emergente. Muitos dos países, como a Hungria e a Roménia, apresentam problemas em manter sob controlo o défice orçamental, o que poderá contagiar todo o mercado obrigacionista local.
6. Siga uma estratégia sectorial nas acções
Não há uma regra universal para investir em acções quando as taxas de juro sobem. Estatisticamente, todavia, os sectores das indústrias e das tecnologias costumam valorizar mais nestes ciclos. A teoria económica encontra uma justificação simples para isso: os períodos de escalada de taxa coincide normalmente com a recuperação da economia e é nessa altura que as sociedades abrem os cordões às bolsas para investir na actualização das suas tecnologias e do seus equipamentos.
Em vez de estar a comprar acções avulso, opte pela maior segurança dos fundos de investimento. O Eurizon EasyFund Equity Industrials foi o que mais rendeu na área da indústria. As suas apostas na norte-americana General Electric e na alemã Siemens, entre outras, renderam mais de 20 por cento no último ano. O Parvest Equity World Technology Innovators foi o líder na tecnologia: através das acções da Apple, da Google e de outras tecnológicas rendeu quase 30 por cento no último ano.
Quando a Euribor ignora o BCE
O Banco Central Europeu deverá esperar pelo terceiro trimestre de 2011 para aumentar a sua taxa de refinanciamento de um por cento para 1,25 por cento, estimaram sete dezenas de economistas consultados pela Reuters no final de Julho. Se o BCE não planeia mexer nas taxas, porque sobem as Euribor? Embora a taxa de refinanciamento, que é aplicada aos empréstimos centrais de curto prazo aos bancos da Zona Euro, seja importante, não é a única variável a influenciar as Euribor.
As Euribor são as taxas a que os bancos comerciais dizem que emprestam dinheiro entre si. Para a Caixa Geral de Depósitos, a única entidade portuguesa a entrar nesse mercado europeu, decidir a taxa a que está disposta a emprestar os seus euros a outros bancos do painel da Euribor tem de analisar várias variáveis: além da taxa do BCE, tem de estudar quando dinheiro tem no cofre, quando voltará a necessitar dele, se não seria mais vantajoso fazer hipotecas aos seus clientes, estimar o crescimento da economia e a inflação, entre muitas outras. Em momentos de falta de liquidez no sistema financeiro, como acontece agora, é natural que subam as taxas exigidas entre os bancos. É o preço do dinheiro.
A inflação é um elemento crítico da evolução das taxas Euribor, porque, além de ser a métrica usada para aferir o poder de compra do dinheiro ao longo do tempo, é a variável que o BCE mais quer controlar. É para manter a inflação da Zona Euro perto dos dois por cento que o banco central mexe na sua taxa de refinanciamento e usa outros instrumentos, como as reservas mínimas dos bancos comerciais.