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Pires de Lima: "Adorei o que fiz na política mas decidi focar-me na minha vida profissional"

António Pires de Lima ingressou na Advent International. O antigo ministro da Economia diz que no radar da gestora de "private equity" estão "empresas com potencial de desenvolvimento e necessidade de capital e 'know-how'”.

Miguel Baltazar/Negócios
20 de Janeiro de 2017 às 00:01
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O antigo ministro da Economia integrou a Advent International, uma empresa de "private equity" que pretende olhar para oportunidades de investimento no mercado português. Em respostas por escrito ao Negócios afirma que mudou de página: "Adorei o que fiz na política mas, quando terminei funções governativas, decidi focar-me na minha vida profissional".

Refere que trabalha 
"só para empresas privadas", "sem qualquer relação passada com a minha vida política". Já sobre as medidas do actual governo para a economia diz apenas que o que transmite a António Costa é que espera "ajudar a concretizar investimentos no meu País". 

 

A Advent Intenational ainda não tem investimentos em Portugal. A ida para esta gestora significa que poderá haver investimentos em breve no mercado nacional?

Significa que a Advent quer olhar para oportunidades de investimento de uma forma sistemática e estruturada em Portugal. A Advent tem um perfil-alvo de investimento exigente e selectivo: acima de 200 milhões de euros de "enterprise value". Espero ajudar a que esses investimentos aconteçam, que estão dependentes das oportunidades e da evolução de Portugal.

Quais os sectores nacionais em que identifica maiores oportunidades para a Advent International?

Empresas com potencial de desenvolvimento e necessidade de capital e "know-how" para crescerem e abrirem novos mercados. A Advent International é particularmente forte na indústria, produtos de consumo, tecnologia e media, serviços financeiros, saúde e produtos farmacêuticos. Tudo áreas com forte pendor de criação de valor e emprego nas economias. 

A economia portuguesa é atractiva para entidades como a Advent International? Como avalia o trabalho que o actual governo tem feito no que diz respeito à atracção de investimento?

Espero ajudar a concretizar investimentos no meu País. É isso que transmito ao Sr. primeiro-ministro sempre que nos encontramos.

A integração na Advent International significa que no futuro ficará afastado da vida política ou não descarta um regresso à política activa?

A Advent não me impôs qualquer condição. Mas eu, como já se percebeu, mudei de página. Adorei o que fiz na política, orgulho-me da decisão que tomei em Julho de 2013 mas, quando terminei funções governativas, decidi focar-me na minha vida empresarial e é aí que estou apostado em dar o meu contributo à nossa economia. 

Como Ministro da Economia teve responsabilidades nos sectores do comércio e serviços, indústria e investimento, competitividade e exportações, turismo, transportes e infra-estruturas. No passado, em situações de ex-governantes que passaram a desempenhar funções em entidades privadas que poderiam actuar nos sectores pelos quais foram responsáveis, houve críticas sobre essas opções profissionais. Antecipa que isso possa voltar a acontecer neste caso?

Vivemos numa democracia, a opinião é livre e a imaginação não tem limites! No meu caso não espero, sinceramente, grandes críticas: fui para o governo abdicando de muito, saí do governo sem rede ou qualquer cargo político, estou a reconstruir a minha vida profissional laboriosamente, criei a minha empresa (Best Anchor) e trabalho só para empresas privadas. Sem qualquer relação passada com a minha vida política.

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