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Unidade da Fitch diz que Portugal enfrenta menos riscos, mas problemas estruturais mantêm-se

A três semanas de a Fitch se pronunciar sobre o rating de Portugal, a unidade de research do grupo diz que 2017 marca o ponto alto do crescimento real do PIB em Portugal na próxima década.

27 de Novembro de 2017 às 09:34
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O BMI Research acredita que 2017 representa um ponto alto no ciclo de crescimento da economia portuguesa, tendo em conta os próximos dez anos. Ainda assim, e apesar das deficiências estruturais, a actividade económica deverá permanecer robusta nos próximos dois anos, até porque a estabilidade política melhorou e o sector bancário fez progressos assinaláveis, de acordo com os analistas.

 

Na nota de análise, divulgada esta segunda-feira, 27 de Novembro, a unidade de research da Fitch lembra que os dados do PIB do terceiro trimestre mostram um forte desempenho, em termos trimestrais, mas uma desaceleração, em termos homólogos.

 

O crescimento homólogo "foi inferior ao consenso de 2,8% e dá mais suporte à nossa expectativa de que, ainda que a actividade económica portuguesa deva permanecer robusta, o impulso deverá diminuir ao longo do segundo semestre e em 2018 e 2019", referem os analistas.

 

Por esse motivo, a unidade de research da Fitch mantém inalteradas as suas estimativas de crescimento em 2,5% em 2017, 1,9% em 2018 e 1,3% em 2019, todas elas abaixo do consenso.

 

Devido às "fraquezas estruturais a longo prazo da economia", incluindo os ganhos potenciais limitados da contribuição da força de trabalho para o crescimento e a produtividade "anémica", o BMI Research espera que 2017 "marque o ponto alto do crescimento real do PIB para a próxima década".

 

Quanto à evolução do desemprego, os analistas antecipam uma descida para 9,2% em 2017, 8,2% em 2018 e 7,5% em 2009 (um mínimo de 2003), "o mais longe que o mercado de trabalho conseguirá chegar", na opinião dos analistas.

 

"A nossa visão geral é que a economia portuguesa continuará a depender fortemente da vantagem comparativa do país no turismo, que não só oferece um motor para o crescimento, mas também fornece receitas estrangeiras que são tão necessárias", resume a unidade de research.

 

Situação política e banca oferecem menos riscos

 

De acordo com a análise do BMI Research, Portugal enfrenta menos riscos, devido à estabilização política – que a unidade da Fitch destaca como o desenvolvimento mais importante deste ano – e á melhoria da situação da banca.

 

"O governo minoritário liderado pelos socialistas solidificou a sua posição, tendo superado vários desafios que poderiam ter levado ao colapso e a novas eleições", referem os especialistas, sublinhando que, embora o Executivo tenha recusado algumas medidas de austeridade, a trajectória orçamental "continua a ser positiva" e a descida dos juros da dívida aponta para o aumento da confiança dos investidores estrangeiros.

 

"Acreditamos que não é coincidência que tanto o investimento como o sentimento tenham aumentado bastante juntamente com a credibilidade do governo, e estamos cada vez mais confiantes de que esta estabilidade política pode continuar até às próximas eleições que deverão ocorrer em 2019", antecipam.

 

Adicionalmente, a unidade de research da Fitch destaca que o crédito malparado dos bancos tem vindo a diminuir, num processo que "deverá acelerar". Neste capítulo, Portugal parece ter deixado o pior "para trás das costas", sublinham os especialistas.

 

Em Junho, a Fitch anunciou uma melhoria do "outlook" para a evolução da dívida soberana portuguesa, e poderá retirar o país do patamar de "lixo" já em Dezembro. A agência de notação financeira vai pronunciar-se sobre o rating de Portugal já no próximo dia 15.

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