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Trump “derrota” antigos presidentes e dá maiores ganhos ao S&P500 em seis anos

O S&P500 atingiu, durante este que foi o terceiro ano de mandato de Trump, mais do dobro dos ganhos que foram atingidos, em média, no terceiro ano de presidência dos seus antecessores.

31 de Dezembro de 2019 às 21:16
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Donald Trump completou, em 2019, o terceiro ano de mandato como presidente dos Estados Unidos da América. Um ano que termina com os maiores ganhos desde 2013 para um dos índices de referência norte-americanos, o generalista S&P500. Uma subida que superou em mais do dobro a média de ganhos registados pelos ex-líderes da Casa Branca no ano de mandato equivalente.

O S&P500 fechou 2019 com uma valorização anual de 29%. Recuando no tempo, só em 2013, o primeiro ano do segundo mandato de Obama, se encontra um ano com um saldo positivo ligeiramente superior, de 29,60%. Já a média dos ganhos que foram contabilizados neste índice durante o terceiro ano de mandato dos presidentes dos Estados Unidos que antecederam Trump é de 12,8%, de acordo com os dados da Bespoke Investment Group – menos de metade da subida alcançada sob a alçada de Trump.

Em 2019 o valor das 500 empresas norte-americanas que integram o S&P500 aumentou 5,9 biliões de dólares, de acordo com os cálculos da Bloomberg.

Um dos eventos mais extraordinários que ocorreram este ano e que contribuiu para o desempenho da bolsa nova-iorquina foi a decisão da Reserva Federal Norte Americana de, pela primeira vez numa década, aliviar a taxa de juro diretora, como medida de impulso para uma economia que parecia estar a encaminhar-se para um cenário cada vez mais frágil e incerto. A Fed procedeu três vezes a descidas ao longo do ano, tendo optado na última reunião, em dezembro, por os deixar inalterados.

A perspetiva agora é a de que os juros diretores se mantenham inalterados no intervalo entre 1,5% e 1,75% nos próximos tempos, depois de o presidente da Fed, Jerome Powell, ter dito que vê o "copo mais do que meio cheio" quando olha para a economia norte-americana, no final de novembro. Isto, depois de sinais de alarme como a inversão da curva de rendimentos terem recuado e sido contrariados por dados que atestam a saúde da economia, como é o caso da taxa de desemprego, que está nos 3,5%.

Trump incentivou a decisão da Fed de duas formas: por um lado, as constantes críticas ao presidente da entidade, e, por outro, estando no centro do maior fator de pressão para os mercados e para a economia mundial: a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.


Os tropeções não impediram a vitória

O ano foi pautado por vários momentos de quebra, sobretudo ligados ao conflito sino-americano, que consistiu em várias ameaças e real imposição de tarifas de parte a parte. Mas não foi o único conflito comercial a abalar a negociação. A Europa não escapou à "ira de Trump", que também atingiu o Velho Continente, em outubro, com a imposição de tarifas sobre 5,7 mil milhões de euros de exportações europeias para os EUA, justificadas pelos subsídios europeus à fabricante de aviões Airbus, os quais Washington aponta há cerca de uma década como sendo indevidos.  França teve ainda "direito" a tarifas sobre 2,1 mil milhões de euros em produtos franceses como resposta à tributação extraordinária que França criou para as tecnológicas, e que afeta sobretudo referências americanas como a Google, Apple ou Amazon.  

Uma outra "novela" relevante que fez tremer os mercados foi o escalar de tensões entre os Estados Unidos e o Irão. Em junho, houve um acidente diplomático entre as duas nações, depois de um drone norte-americano ter sido abatido em território iraniano, evento ao qual se seguiram duras acusações e ameaças de conflito armado, que não chegaram a concretizar-se. As divergências com o Irão têm crescido desde que, em 2018, Washington decidiu rasgar o acordo internacional que se destinava a estabelecer controlos ao programa nuclear iraniano. Em troca, pressupunha um alívio nas sanções económicas norte-americanas sobre aquele país do Médio Oriente.

Contudo, o amenizar das más notícias no que diz respeito a dados económicos um pouco por todo o mundo, assim como resultados financeiros animadores no mundo empresarial e o já referido apoio da Fed, foram sustentando um otimismo frágil entre os investidores.

No último mês de 2019, o rally foi relançado, apoiado no anúncio de que as duas maiores economias do mundo haviam chegado a um acordo comercial parcial, o passo mais concreto na direção de tréguas que foi dado desde que o conflito começou, ainda em 2018.

Nesta que foi a última sessão de 2019 os índices em Wall Street fecharam em terreno positivo, precisamente depois de Donald Trump ter anunciado que o acordo preliminar com a China vai ser assinado a 15 de janeiro. As subidas foram tímidas, com os três principais índices a valorizarem 0,3%.

Outras estrelas brilharam na constelação de Wall Street

O S&P500 não é a única referência para os investidores em Wall Street e, em 2019, partilhou o estrelato com o tecnológico Nasdaq e o industrial Dow Jones, ambos a reclamarem os respetivos máximos históricos.

Desde 2013, o Nasdaq Composite só tem uma mancha vermelha no currículo, correspondente ao desempenho de 2018. Este ano voltou aos ganhos com a maior subida entre os "irmãos" nova-iorquinos, somando 35%. É neste índice que está cotada a empresa que mais valorizou a nível global, a Axsome Therapeutics, que disparou cerca de 3000% no ano.

O masi restrito Nasdaq 100 disparou 38%, o que representa o maior avanço anual desde 2009.

Já o Dow Jones, que acumulou ganhos anuais acima de 0%, beneficiou dos desempenhos da Apple e Microsoft, que encabeçam os ganhos do índice com valorizações de 85% e 54%, respetivamente. 

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