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Trader que ganhou 2,5 mil milhões em 2008 diz que pânico está no pico
"Provavelmente, estamos no pico do medo e do pânico", disse Diggle, que se concentrou sobretudo em investimentos privados nos últimos anos.
Para Stephen Diggle, chegou a altura de começar a desfazer apostas na turbulência dos mercados e procurar ações que foram injustamente punidas pela deterioração das perspertivas.
O investidor de Singapura, cujo hedge fund ganhou 2,5 mil milhões de dólares em negócios ligados à volatilidade durante a crise financeira global, acaba de reduzir a posição de que a oscilação de preços no índice Hang Seng de Hong Kong aumentaria com a propagação do coronavírus, disse numa entrevista.
Diggle fez uma aposta de 200 mil dólares para o seu family office em meados de fevereiro. Quando começou a reduzir a posição na semana passada, o valor já tinha aumentado para 1 milhão de dólares, afirmou.
"Provavelmente, estamos no pico do medo e do pânico", disse Diggle, que se concentrou sobretudo em investimentos privados nos últimos anos, desde pomares de abacate na Nova Zelândia a imóveis na Alemanha.
Indicadores de ansiedade do mercado, como o índice de Volatilidade Cboe, subiram nas últimas semanas, quando a pandemia de Covid-19 e o choque do preço do petróleo causaram algumas das maiores oscilações desde a crise financeira global. Os índices de ações dos EUA enfrentaram a maior onda de vendas desde 1987 na quinta-feira, encerrando o maior período de ganhos, ou "bull market", da história.
Diggle realiza lucros quando o índice VIX se aproxima dos níveis registados pela última vez em 2008 quando, segundo ele, a crise era ainda pior do que a atual. Ele disse que sua próxima aposta será investir em ações, principalmente europeias, que ficaram baratas como resultado do que chamou de venda "agressiva e rápida" em fundos de índices.
Diggle cofundou a firma de hedge fund Artradis Fund Management em 2001. O fundo ganhou cerca de 2,5 mil milhões de dólares em operações de volatilidade para investidores entre 2007 e 2008, mas fechou o fundo e devolveu o dinheiro aos investidores três anos depois, já que os cortes das taxas de juros por bancos centrais diminuíram as oscilações de preços dos ativos, o que levou a perdas.