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Rússia finta "default". Credores recebem pagamentos em dólares

A Rússia conseguiu pagar em dólares duas linhas de obrigações, cujo período de carência terminava esta quarta-feira. Investidores olham agora com apreensão para 25 de maio.

Reuters
03 de Maio de 2022 às 12:14
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Um dia antes do fim do prazo para que a Rússia entrasse no seu primeiro "default" em cem anos, três investidores que pediram para não ser identificados confirmaram à Bloomberg que os seus bancos receberam os montantes dos pagamentos relativos a dívida pública em dólares, como estava estipulado.

Moscovo tinha adiantado na sexta-feira que os pagamentos já tinham sido feitos, depois de inicialmente ter tentado pagar em rublos 649 milhões de dólares referente a duas linhas de obrigações, cujos cupões venciam a 4 de abril. Os supervisores internacionais classificaram o uso da moeda russa como uma “potencial falha de pagamento”, tendo começado a contar um período de carência de 30 dias que terminaria esta quarta-feira.

Há cerca de 40 mil milhões de dólares em dívida pública russa emitida em dólares ou em euros, dos quais metade é detida por grandes investidores estrangeiros. Os termos dos contratos obrigam a que os pagamentos (cupões ou reembolsos) sejam feitos na divisa em que as obrigações são denominadas.

Mas as sanções dos países ocidentais deixaram a Rússia com acesso reduzido a divisas estrangeiras. Assim, Moscovo terá de usar moeda que detenha dentro do país ou poderá entrar em incumprimento.

Neste momento, as apertadas sanções económicas dos Estados Unidos contemplam uma isenção para pagamentos de títulos soberanos. Contudo, essa exceção terminará a 25 de maio, e Washington ainda não adiantou se a vai estender.

"O dia 25 de maio é o próximo obstáculo", afirmou à Bloomberg o analista Richard Briggs, da GAM Holdings. "A menos que o Tesouro norte-americano estenda essa autorização, os russos não poderão continuar a fazer pagamentos." A decisão resume-se aos Estados Unidos considerarem se é melhor permitir que a Rússia faça pagamentos e use a sua reserva de dólares, "ou é preferível forçar um incumprimento".

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