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Riade e Dubai opõem-se a expulsar Rússia da OPEP+

A posição expressa pelos ministros da Energia da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos (EAU) prende-se com a importância da cooperação para a segurança energética entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus 10 aliados externos, incluindo a Rússia.

Há quem veja o Brent a atingir os 125 dólares este ano. É o caso do Goldman Sachs.
Todd Korol/Reuters
29 de Março de 2022 às 12:48
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Riade e Dubai defendem a OPEP+ para a estabilidade do mercado energético e manifestaram-se contra a expulsão da Rússia da aliança no contexto das sanções impostas a Moscovo pela invasão da Ucrânia, dizendo que "as coisas não devem ser politizadas".

A posição foi expressa pelos ministros da Energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman, e dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Suhail al Mazrouei, num painel na Cimeira Mundial do Governo de 2022, que começou esta terça-feira no Dubai, onde salientaram a importância da cooperação para a segurança energética entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus 10 aliados externos, incluindo a Rússia, conhecida como OPEP+.

"Nesta organização a nossa única missão é preservar a segurança energética (...) não podemos politizar as coisas (...) não podemos trazer política para a organização (...) teremos de separar política e energia", disse o ministro dos EAU.

"Se pedimos a um membro que saia, significa que estamos a aumentar os preços e a contradizer o que os consumidores querem... como podemos ser solicitados a trabalhar para baixar os preços e ao mesmo tempo contradizer-nos e ser solicitados a retirar um dos membros?", acrescentou.

O ministro citou, "como exemplo, o caso do Irão e da Venezuela, países também sob sanções (...)" e afirmou: "Mas nós (OPEP) não o podemos fazer", referindo-se às pressões para suspender a cooperação com a Rússia no quadro das sanções contra este país.

Por seu lado, o ministro da Energia saudita salientou que "a Rússia produz cerca de 10 milhões de barris de petróleo por dia, o que representa 10% do que o mundo consome, além de uma quantidade significativa de gás (...), esta é uma grande contribuição".

"Na Arábia Saudita, e também nos Emirados, separamos as coisas (...) Quando entrámos no edifício da OPEP, deixámos a política de fora (...) esta ideia foi transferida para a OPEP+, caso contrário não teríamos conseguido lidar com países como o Irão ou outros", insistiu o ministro saudita.

Tanto Bin Salman como Al Mazrouei não disseram, contudo, se a OPEP+ planeia um aumento da produção para além dos 400.000 barris que a aliança tem vindo a injetar no mercado desde meados de 2020, apesar da pressão dos consumidores, particularmente dos Estados Unidos e da União Europeia, no sentido de um aumento para refrear a subida histórica dos preços.

Enquanto os Emiratos sublinharam que "as pessoas esquecem as capacidades (de produção) e a necessidade de recursos financeiros e de investimento" para aumentar a produção, os sauditas reiteraram: "Se não houvesse OPEP+ não teríamos sido capazes de manter a continuidade da energia agora".
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