As obrigações gregas tiveram um retorno de 80%, uma percentagem muito superior aos 2,7% das alemãs, ou aos 6,1% dos títulos espanhóis, mesmo depois da maior reestruturação de dívida de sempre. É a primeira vez desde 2009 que os investidores ganham dinheiro com títulos gregos, com o melhor ano desde 1998, data em que estes dados começaram a ser compilados pelo Merrill Lynch.

Os líderes europeus avisaram no início do ano que o futuro da Grécia como membro do euro estava em jogo nas eleições. Contudo, o governo de coligação conseguiu cumprir os compromissos e diminuir o risco, aumentando os impostos e cortando nos ordenados e nas pensões.

Uma grande parte da recuperação adveio de fundamentos que não eram apenas económicos, segundo Gabriel Sterne, economista da Exotic, citado pela Bloomberg. Esses fundamentos eram os incentivos da Europa para expulsar a Grécia da Zona Euro, algo que as pessoas achavam exagerado.

Mas, Steven Major, responsável do HSBC, salienta que “o retorno total só é relevante se puder ser investido”, acrescentando: “Como posso replicar esse retorno na Grécia? Era possível comprar realmente essas obrigações ao preço a que estavam na altura?”