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Presidente da CMVM elogia governo por querer recapitalizar empresas

O economista Carlos Tavares, que preside à Comissão dos Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) e foi ministro da Economia, elogiou o governo por incluir no seu programa a recapitalização das empresas.  

06 de Maio de 2016 às 14:24
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Falando "numa conversa na sua terra sobre economia e não sobre o sistema financeiro", Carlos Tavares disse desde há muito defender que "o crescimento não se faz com empresas subcapitalizadas", o que "finalmente foi compreendido".

 

"Uma das boas notícias do actual governo foi a referência no seu programa à recapitalização das empresas e não apenas da banca", disse, observando que esse não foi o entendimento do governo anterior.

 

Para o presidente da CMVM, "há uma lacuna que é essencial preencher no mercado financeiro, de serviços de captação de capital para ajudar a consolidar as empresas, uma vez que não existem bancos de investimento virados para as PME".

 

"As empresas não precisam de mais crédito, mas de capital, porque a banca concedeu crédito a mais e têm hoje taxas de endividamento elevadas, com encargos financeiros que absorvem boa parte da sua rentabilidade", disse.

 

Na sua intervenção num jantar/conferência sobre "A Internacionalização e o Investimento da Indústria Inteligente", promovida pela Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA) e pela Câmara de Estarreja, Carlos Tavares mostrou clara discordância com a política que tem estado a ser seguida pelo Banco Central Europeu (BCE).

 

Na sua perspectiva, ao manter as taxas de juro inalteradas, o BCE está a tornar "viáveis" investimentos que a prazo não o vão ser, porque as taxas de juro terão que subir e por ser um desincentivo à poupança, "a outra face do investimento e que é a mais baixa de sempre no país".

 

Na sua exposição sobre Economia, Carlos Tavares procurou desmontar o que considerou "ideias feitas que aparecem como verdades absolutas" e entre elas a "obsessão" pela internacionalização.

 

"É importante a procura de mercados maiores, mas nenhuma empresa é forte no mercado dos outros se não for forte no seu", disse, considerando que é preciso cuidar do mercado interno, já que, por vezes, o regozijo pelo ganho de pequenas posições nos mercados externos é simultâneo com a perda significativa de mercado a nível nacional.

 

"Houve muito entusiasmo, mas mais importante do que o volume de exportações é o valor acrescentado. Muitas empresas voltaram-se para o exterior para manter a actividade, mas comprimindo as margens até sair do mercado e o que é essencial é exportar mais valor", comentou.

 

João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, criticou "as reformas dos últimos anos, assentes em corte nos investimentos e redução dos direitos laborais e sociais, apelando a uma convergência em torno do Plano Nacional de Reformas, para que haja "estabilidade nas políticas, estratégias e objectivos".

 

Referiu a importância da introdução de tecnologias digitais nas empresas de sectores tradicionais e explicou a forma como o governo está a preparar a "quarta revolução" industrial, a Indústria 4.0, em que Portugal não está condicionado pela periferia para estar na linha da frente dessas transformações.

 

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