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Preços do petróleo caem com bons níveis das reservas norte-americanas

As cotações do petróleo estão a ceder terreno nos mercados internacionais, depois das fortes subidas de ontem, devido às indicações de que os «stocks» norte-americanos são suficientes para compensar a diminuição da oferta provocada pelo encerramento do ca

08 de Agosto de 2006 às 17:12
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As cotações do petróleo estão a ceder terreno nos mercados internacionais, depois das fortes subidas de ontem, devido às indicações de que os «stocks» norte-americanos são suficientes para compensar a diminuição da oferta provocada pelo encerramento do campo petrolífero de Prudhoe Bay, no Alasca.

O West Texas Intermediate [cl1] seguia a perder 0,43% no mercado nova-iorquino, nos 76,65 dólares por barril. Em Londres, o «brent» [co1] desvalorizava 0,64%, fixando-se em 77,80 dólares, depois de ter atingido ontem um novo recorde histórico, nos 78,64 dólares. Com efeito, tratou-se do mais elevado valor de «intraday» desde que o «brent» começou a ser negociado, em 1988.

«Os inventários nos EUA estão quase 30 milhões de barris acima da média de cinco anos, por isso existe um suporte substancial», disse à Bloomberg um analista da AG Edwards & Sons, Bill O’Grady.

As reservas norte-americanas de petróleo na semana terminada em 28 de Julho aumentaram em 29,7 milhões de barris (ou 9,9%) face à média dos últimos cinco anos no mesmo período, revelou o Departamento da Energia.

A actual época de férias é caracterizada por uma forte procura de gasolina. Com efeito, a procura de gasolina costuma subir entre o feriado do Memorial Day, em finais de Maio, e o do Labor Day, em inícios de Setembro. Por essa razão, os refinadores só agendam o período de manutenção das suas refinarias para Setembro e Outubro, diminuindo assim a sua procura de petróleo.

O secretário norte-americano da Energia, Samuel Bodman, disponibilizou-se para recorrer ao crude das reservas de emergência do país depois de a BP anunciar o encerramento de um campo no Alasca para reparar um oleoduto afectado pela corrosão.

A BP anunciou ontem que irá suspender 400.000 barris por dia (8%) da produção norte-americana, devido à corrosão num oleoduto e a uma fuga em Prudhoe Bay. A BP irá substituir quase 75% dos seus 35 quilómetros de condutas em Prudhoe Bay. As reparações vão demorar «semanas ou meses», afirmou o presidente da BP Alasca, Steve Marshall.

«A BP irá agora abastecer-se junto do Equador, Peru e Golfo Pérsico», comentou à Bloomberg um corretor da Prudential Financial Derivatives, Aaron Kildow.

O centro de estudos petrolíferos Platts refere que os típicos compradores de petróleo do Alasca (variedade Alasca North Slope – ANS) poderão ter que procurar crudes no Ocidente de África ou na Ásia para colmatarem o vazio deixado na Costa Oeste dos EUA pela BP.

«Não existe qualquer oleoduto que faça a ligação da produção de petróleo da Costa do Golfo ou das reservas estratégicas norte-americanas às refinarias da Costa Oeste», explicou o economista-chefe da Standard & Poor’s, David Wyss, citado pelo Platts. Além disso, de acordo com o mesmo responsável, só pequenos tanques é que conseguem transitar no Canal do Panamá para levarem crude à Costa Oeste.

Da América Latina, o crude mais semelhante ao ANS é o brasileiro Roncador, produzido pela Petrobras, mas do qual não há disponibilidade imediata, de acordo com uma fonte da petrolífera brasileira, citada pelo Platts. Outros crudes desta região que poderão ser uma alternativa ao ANS são o colombiano Cano Limon e o venezuelano Mesa, mas que também não estão disponíveis no mercado «spot».

Do Equador, as variedades de crude Oriente e Napo são negociadas no mercado «spot», mas são ambas de maior densidade do que o ANS. O crude mexicano Isthmus é visto como uma alternativa ao ANS, mas é vendido exclusivamente através de contratos.

O crude angolano Hungo poderá preencher a lacuna, segundo fontes de mercado citadas pelo Platts, mas terá que atravessar o Oceano Atlântico e o Canal do Panamá, o que demorará cerca de 30 a 45 dias.

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