Notícia
Powell, o novo líder da Fed não é pomba nem falcão
Jerome Powell é, a partir de hoje, o 16.º presidente da Reserva Federal norte-americana. Inicia um mandato de quatro anos e será o primeiro presidente da Fed desde 1981 que não é licenciado em Economia [mas sim em Direito].
Anunciado no passado dia 2 de Novembro por Donald Trump como o sucessor de Janet Yellen na Fed a partir de 3 Fevereiro de 2018 [caso o Senado o aprovasse, o que veio a suceder a 24 de Janeiro], Jerome "Jay" Powell está na Fed desde 25 de Maio de 2012, sendo conhecido por defender políticas monetárias mais suaves – pelo que o seu nome é bem visto em Wall Street, já que se espera uma continuidade da linha de Yellen, que tem agradado aos mercados.
Powell foi banqueiro de investimento e é já membro do Conselho de Governadores da Fed, o órgão de administração do Sistema da Reserva Federal, desde a presidência de Barack Obama. Aquele que vai ser o novo presidente da Fed tem sido considerado como moderado em termos de política monetária e económica. E não se mostra tão preocupado como Yellen com o facto de a inflação nos EUA estar ainda longe da meta dos 2%, mas advoga que esse facto é motivo para manter as taxas de juro baixas e optar, como tem sido feito, por uma subida progressiva.
E se na gíria da política monetária imperam as pombas e os falcões, há outras figuras, mais raras, que também marcam presença. É o caso de "Jay" Powell, como é conhecido. Apesar de ser tido como tendo uma postura mais "hawkish", sobretudo por não defender um endurecimento monetário em nome da estabilidade financeira, também advoga ideias que pendem mais para o lado "dovish", sendo por isso considerado um homem que está no meio termo.
Richard Fisher, ex-presidente da Fed de Dallas, considera, pois, que Powell não é "nem falcão, nem pomba". "Costumava dizer que todos queremos ser mochos sábios. E penso que Powell se encaixa muito bem nessa categoria", sublinhou em declarações ao New York Times. Ainda segundo Fisher, Powell é um moderado por defeito. "Durante um jantar, tentei que ele bebesse mais de dois copos de vinho, mas não o fez", recordou. Já o The Wall Street Journal relembra que há dois tipos de presidentes da Fed: os que têm personalidades dominadoras e os que constroem consensos – sendo que Powell se encaixa nesta última.
Mas, tal como sublinha o Bankrate, Jerome Powell tem uns "sapatos grandes para calçar". Depois de Janet Yellen e o seu antecessor, Ben Bernanke, terem conseguido que o banco central navegasse por águas turbulentas com êxito, implementando política que ajudaram a economia a recuperar da pior recessão em várias gerações, Powell terá de conseguir manter esse rumo. E além da subida gradual dos juros, sem penalizar o crescimento económico, a redução do enorme balanço da Fed (que chegou aos 4,5 biliões de dólares em activos) também é para continuar, sem perturbar os mercados.
Outro tema em cima da mesa de Powell é o da lei Dodd-Frank, promulgada após a crise financeira de 2008. Esta lei de regulamentação do sector financeiro esteve sobretudo centrada no reforço da transparência e responsabilidade do sector bancário e na limitação do tamanho dos bancos, num contexto de futuras fusões. Os chamados bancos "demasiado grandes para falir" tinham dado uma grande dor de cabeça à Administração norte-americana, durante a crise, e a ideia era que isso não se pudesse repetir.
No entanto, Trump já declarou várias vezes que quer aliviar o sector banqueiro em matéria de regulações e chegou mesmo a dizer que estava a preparar "um grande corte de cabelo" na Dodd-Frank. A expressão deu lugar a inúmeras graças, já que o "haircut" [amortização da dívida, com perdão parcial] foi uma palavra muito usada durante a crise financeira. Yellen foi uma acérrima defensora da Dodd-Frank e há quem diga que isso lhe custou a não recondução na Fed para um segundo mandato. Mas Powell também se manifestou um defensor desta lei. Com a dança de cadeiras que há ainda por acontecer na Fed – apenas dois dos actuais sete membros do conselho de governadores irão permanecer –, este será um tema que dará certamente "pano para mangas", estando ainda por conhecer as ideias, a esse propósito, daqueles que vão entrar na equipa do novo "chairman" do banco central.
Powell foi igualmente vice-secretário do Tesouro, sob a presidência de George W. Bush, tendo tido a seu cargo a monitorização da regulação bancária, do mercado obrigacionista e outros domínios similares às responsabilidades que ocupou depois no banco central, relembra a CNBC.
Powell foi banqueiro de investimento e é já membro do Conselho de Governadores da Fed, o órgão de administração do Sistema da Reserva Federal, desde a presidência de Barack Obama. Aquele que vai ser o novo presidente da Fed tem sido considerado como moderado em termos de política monetária e económica. E não se mostra tão preocupado como Yellen com o facto de a inflação nos EUA estar ainda longe da meta dos 2%, mas advoga que esse facto é motivo para manter as taxas de juro baixas e optar, como tem sido feito, por uma subida progressiva.
Richard Fisher, ex-presidente da Fed de Dallas, considera, pois, que Powell não é "nem falcão, nem pomba". "Costumava dizer que todos queremos ser mochos sábios. E penso que Powell se encaixa muito bem nessa categoria", sublinhou em declarações ao New York Times. Ainda segundo Fisher, Powell é um moderado por defeito. "Durante um jantar, tentei que ele bebesse mais de dois copos de vinho, mas não o fez", recordou. Já o The Wall Street Journal relembra que há dois tipos de presidentes da Fed: os que têm personalidades dominadoras e os que constroem consensos – sendo que Powell se encaixa nesta última.
Mas, tal como sublinha o Bankrate, Jerome Powell tem uns "sapatos grandes para calçar". Depois de Janet Yellen e o seu antecessor, Ben Bernanke, terem conseguido que o banco central navegasse por águas turbulentas com êxito, implementando política que ajudaram a economia a recuperar da pior recessão em várias gerações, Powell terá de conseguir manter esse rumo. E além da subida gradual dos juros, sem penalizar o crescimento económico, a redução do enorme balanço da Fed (que chegou aos 4,5 biliões de dólares em activos) também é para continuar, sem perturbar os mercados.
Outro tema em cima da mesa de Powell é o da lei Dodd-Frank, promulgada após a crise financeira de 2008. Esta lei de regulamentação do sector financeiro esteve sobretudo centrada no reforço da transparência e responsabilidade do sector bancário e na limitação do tamanho dos bancos, num contexto de futuras fusões. Os chamados bancos "demasiado grandes para falir" tinham dado uma grande dor de cabeça à Administração norte-americana, durante a crise, e a ideia era que isso não se pudesse repetir.
No entanto, Trump já declarou várias vezes que quer aliviar o sector banqueiro em matéria de regulações e chegou mesmo a dizer que estava a preparar "um grande corte de cabelo" na Dodd-Frank. A expressão deu lugar a inúmeras graças, já que o "haircut" [amortização da dívida, com perdão parcial] foi uma palavra muito usada durante a crise financeira. Yellen foi uma acérrima defensora da Dodd-Frank e há quem diga que isso lhe custou a não recondução na Fed para um segundo mandato. Mas Powell também se manifestou um defensor desta lei. Com a dança de cadeiras que há ainda por acontecer na Fed – apenas dois dos actuais sete membros do conselho de governadores irão permanecer –, este será um tema que dará certamente "pano para mangas", estando ainda por conhecer as ideias, a esse propósito, daqueles que vão entrar na equipa do novo "chairman" do banco central.
Powell foi igualmente vice-secretário do Tesouro, sob a presidência de George W. Bush, tendo tido a seu cargo a monitorização da regulação bancária, do mercado obrigacionista e outros domínios similares às responsabilidades que ocupou depois no banco central, relembra a CNBC.