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Powell estreia-se na Fed com subida de juros

Jerome "Jay" Powell presidiu à sua primeira reunião da Fed na qualidade de presidente com um aumento dos juros directores, tal como se esperava.

Carla Pedro cpedro@negocios.pt 21 de Março de 2018 às 18:01

O novo presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, presidiu à sua primeira reunião de política monetária do banco central com o esperado aumento de 25 pontos base da taxa dos fundos federais, que passou para um intervalo entre 1,50% e 1,75%.

 

A recuperação do mercado laboral e da taxa de inflação dos EUA justificam esta decisão, que fez aliás com que as estimativas dos analistas para o número de subidas em 2018 dos juros norte-americanos passassem de três para quatro. E hoje foi a primeira do ano – tendo sido uma decisão unânime, com uma votação 8-0 a favor desta subida.

 

Quanto a este ano, apesar de o próprio Powell ter já dado a entender que poderá haver quatro aumentos dos juros, os responsáveis da Fed mantiveram hoje a sua previsão de apenas três subidas, à semelhança do que aconteceu em 2017.

 

Os responsáveis do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) sublinham em comunicado que "o panorama económico fortaleceu nos últimos meses", tendo por isso reiterado que antecipa "novos ajustamentos graduais na política monetária".

 

A mais recente série de estimativas económicas trimestrais levou a que os responsáveis pela política monetária se mostrassem divididos quanto ao número de incrementos para este ano, com sete deles a projectarem pelo menos quatro subidas de 25 pontos base casa e oito a considerarem adequados três ou menos aumentos.

 

Os membros do FOMC elevaram também as estimativas para o ritmo de subidas dos juros em 2019 e 2020, justificando a decisão com uma melhoria das perspectivas económicas para o país.

 

Nas suas projecções, apontam para que a taxa dos fundos federais esteja nos 2,9% no final de 2019, o que implica três aumentos no próximo ano, contra as duas subidas previstas na ronda de estimativas que levaram a cabo em Dezembro. No final de 2020 vêem a taxa directora já nos 3,4%.

Mudança de discurso na inflação

 

No que diz respeito à inflação, houve mudanças nas palavras usadas. Na reunião de Janeiro [ainda sob a batuta de Janet Yellen], os responsáveis da Fed diziam esperar um aumento do índice de preços no consumidor "este ano", ao passo que agora referem que a inflação deve subir "nos próximos meses".

 

Foi esta perspectiva referida em Janeiro, que colocava já no final deste ano a inflação a rondar a meta de 2% definida pela Fed, que levou a que muitos analistas colocassem a hipótese de o banco central dos EUA subir os juros quatro vezes, e não três, em 2018.

A inflação, recorde-se, aumentou em ritmo anualizado para 1,7% em Janeiro, e os responsáveis da Reserva Federal esperam que atinja a meta de 2% no próximo ano e chegue aos 2,1% em 2020.

Quanto ao mercado laboral, o comunicado do FOMC destaca que "o aumento de empregos tem sido robusto nos últimos meses" e que a taxa de desemprego se tem "mantido baixa".

 

Em contrapartida, realça que os gastos das famílias e o investimento das empresas se "moderaram" face às boas leituras do quarto trimestre.

 

O FOMC volta também a referir que "os riscos de curto prazo para o panorama económico parecem mais ou menos equilibrados".

Equilibrar oferta e procura

A meta da Fed é manter a oferta e a procura em equilíbrio, com um mercado laboral robusto sem subir o custo do dinheiro tão rapidamente que possa causar uma estagnação da economia.

A estimativa média para o crescimento económico este ano foi revista em alta, para 2,7% (contra uma projecção de 2,5% feita em Dezembro. Já para 2019 subiu de 2,1% para 2,4%.


(notícia em actualizada às 18:58)

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