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Fed antecipa economia mais robusta mas não chega para manter Wall Street de pé
As bolsas norte-americanas encerraram em ligeira baixa, depois de terem estado a subir animadas animadas pela melhoria das perspectivas da Fed para a economia do país. Antes do comunicado do banco central, os desaires do Facebook pesaram na negociação, bem como os receios de uma guerra comercial. Foi uma sessão de sobe-e-desce constante.
A volatilidade esteve ao rubro esta quarta-feira nas praças bolsistas do outro lado do Atlântico. Os dissabores do Facebook, à conta da utilização indevida dos dados de 50 milhões de utilizadores da rede social, mantiveram grande parte da negociação em terreno negativo.
A juntar a essa pressão estiveram outras frentes: um potencial acordo sobre os termos do Brexit, na cimeira europeia desta quinta e sexta-feira, bem como a imposição – pelos EUA – de novas tarifas alfandegárias sobre o aço e alumínio a partir de sexta-feira. E a probabilidade de uma guerra comercial acesa entre Washington e Pequim exacerbou o pessimismo.
Mas também houve momentos de subidas, naquela que foi uma autêntica sessão em ziguezague. Depois de a Fed subir os juros em 25 pontos base e antecipar uma melhoria do crescimento económicos dos EUA, os investidores aplaudiram de pé. Mas depois sentaram-se e Wall Street acabou por encerrar no vermelho, se bem que com recuos muito ligeiros.
O Dow Jones fechou a ceder 0,18% para 24.682,31 pontos e o Standard & Poor’s 500 perdeu 0,11% para 2.711,93 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite registou uma descida de 0,26% para 7.345,28 pontos, ainda a ser bastante penalizado pelos reveses do Facebook, que arrastaram outras redes sociais e aplicações, como o Twitter e a Snap (que gere o Snapchat).
O Nordea Bank, maior banco da região nórdica, anunciou já que não permitirá que a sua unidade de investimento sustentável compre acções do Facebook. Entrou, assim, para a sua lista negra. Entretanto, Zuckerberg assumiu a responsabilidade por tudo o que acontece na rede social e os investidores parecem ter gostado, já que a tecnológica encerrou a somar 0,74% para 169,39 dólares.
A puxar as bolsas para a tona – se bem que não tenham conseguido manter a cabeça fora de água na hora do fecho – estiveram uma vez mais as cotadas do sector petrolífero, depois do anúncio de uma queda surpresa nas reservas semanais de crude dos EUA.
Estes dados, aliados à recomendação, feita ontem pelo Barclays, de investimento no sector petrolífero, acabaram por animar os títulos da energia de uma forma generalizada.
Do lado contrário, e ainda no que diz respeito às tensões Washington-Pequim, estas foram intensificadas pelo facto de o The Washington Post ter avançado ontem que o presidente de Estados Unidos, Donald Trump, está preparado para impor um pacote de tarifas alfandegárias à China, no valor de 60.000 milhões de dólares, e que isso pode acontecer já esta sexta-feira. A concretizar-se, Trump cumprirá assim uma ameaça que tem vindo a lançar desde a sua campanha eleitoral.
Segundo aquele jornal, a possibilidade de esse pacote de medidas ser aprovado esta sexta-feira foi confirmada por quatro funcionários do governo norte-americano. O novo assessor económico de Trump, Larry Kudlow, tem-se mostrado contra a imposição generalizada de medidas proteccionistas, mas sublinhou que a China é responsável pelas tarifas que os EUA pensam aplicar-lhe.
Hoje, um membro da Administração Trump também admitiu à Reuters que o anúncio da imposição dessas tarifas à China pode ser feito já na sexta-feira.