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Portugal avança com venda sindicada de dívida a 10 anos

A operação poderá acontecer nos próximos dias. Será a segunda venda sindicada de obrigações do Tesouro que o país realiza este ano.

A agência liderada por Cristina Casalinho escolheu um prazo mais longo do que o esperado para a emissão.
Bruno Simão
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Portugal mandatou um sindicato bancário para avançar com uma venda de dívida a 10 anos. Segundo informações a que a Bloomberg teve acesso, a emissão de títulos com maturidade a 16 de julho de 2032 deverá acontecer nos próximos dias.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP contratou o Barclays, o BBVA, o CaixaBI, o Deutsche Bank, o J.P. Morgan e o Santander como "joint lead managers" da operação de venda, que será a segunda este ano. Na primeira, o país emitiu três mil milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) a 20 anos com um juro próximo de 1,2%.

O anúncio é feito depois de o instituto liderado por Cristina Casalinho ter divulgado esta segunda-feira o programa de financiamento da República para o segundo trimestre. No documento, admitia recorrer a leilões e vendas sindicadas de dívida de médio e longo prazo para fazer face às necessidades de financiamento do país.

As datas para as operações vão sendo avaliadas consoante as condições de mercado sendo, para já, apenas conhecido o calendário para as emissões de curto prazo. Até junho, o IGCP espera emitir até 4.250 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) através de três leilões.

O calendário de leilões de BT a realizar no segundo trimestre de 2022 arranca a 20 de abril, com uma colocação de 1.000 a 1.250 milhões de euros em BT a 3 e 11 meses. A 15 de junho, o Tesouro regressa a esta maturidade, com um leilão duplo, que poderá captar entre 1.500 e 1.750 milhões de euros.

O IGCP irá também realizar, a 18 de maio, um leilão duplo de BT a seis e 12 meses, no qual pretende angariar entre 1.500 e 1.750 milhões de euros. "O IGCP acompanhará ativamente a evolução das condições de mercado, podendo introduzir ajustamentos às presentes linhas de atuação", sublinha.

As operações de emissão de nova dívida têm sido conjugadas com recompra de títulos mais antigos nos mercados, apesar de o país já estar a ser penalizado pelo agravamento dos juros das dívidas soberanas a nível global.

À antecipação da normalização da política monetária pelos principais bancos centrais juntou-se, mais recentemente, o receio sobre o impacto da guerra na desaceleração económica, agravando as "yields". Desde o início do ano, os custos de financiamento de nova dívida subiram para 1,1%, o que compara com 0,6% em 2021 e 0,5% em 2020.

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