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Portugal emite três mil milhões em emissão sindicada a 15 anos
O Tesouro português terá conseguido colocar três mil milhões de euros em obrigações a 15 anos, com uma taxa de 2,325%.
Portugal conseguiu angariar três mil milhões de euros em obrigações a 15 anos, na segunda emissão sindicada realizada este ano. A operação, que decorreu esta quarta-feira, foi concluída com uma taxa de juro de 2,325% e contou com uma forte procura. Para os analistas, o ambiente dificilmente poderia ser melhor para o IGCP emitir dívida.
O Tesouro português pagou um prémio de 102 pontos, segundo a Bloomberg. Este valor acresce à taxa "mid swap" do euro a 15 anos, o que perfaz uma taxa de 2,325%. A operação beneficiou com uma forte procura, com as ordens a superarem os 16 mil milhões de euros, um valor que levou o instituto que gere a dívida portuguesa a aumentar o valor a emitir de 2,5 para três mil milhões de euros.
"O ambiente para o IGCP dificilmente poderia ser melhor", diz Michael Leister. Para o analista do Commerzbank, a dívida portuguesa ainda tem margem para reduzir a diferença para a dívida alemã, apesar de os juros continuarem a negociar em mínimos de 2015.
"A operação correu bem para o Estado português , mas também para os investidores que compraram com um prémio ("desconto") face aos preços de mercado. Teoricamente, estas obrigações até deveriam subir um pouco", explica Filipe Silva, do banco Carregosa. Tal como explica o especialista, "se numa emissão que vence em 2037, o Estado português está a pagar uma taxa 'yield' de 2,35%, nesta emissão, que matura três anos antes, em 2034, a taxa foi de 2,325%, mas a verdade é que vai ter de ser o mercado a decidir quanto é que está disposto a pagar para ter esta dívida".
Ainda em Janeiro, Portugal emitiu dívida sindicada a 10 anos, tendo a operação começado com um prémio de 120 pontos base e terminou nos 114 pontos base. Barclays, CaixaBI, Deutsche Bank, HSBC, Morgan Stanley e o SG CIB são os bancos responsáveis pela operação, adianta a Bloomberg.
Na semana passada, o IGCP publicou o calendário de financiamento do segundo trimestre do ano, tendo na altura admitido realizar emissões sindicadas neste período. O IGCP não deu indicações sobre quando poderia realizar as operações. Nem quantas serão.
O último leilão sindicado foi realizado em Janeiro, com o IGCP a colocar 4 mil milhões de euros em títulos com maturidade em Outubro de 2028. Na altura, o custo de financiamento foi o mais baixo de sempre.
(notícia actualizada às 20:40)