O crude desvalorizava pelo segundo dia consecutivo, apresentando o valor mais baixo das últimas sete semanas, depois da Agência de Protecção Ambiental dos EUA ter confirmado que está a proceder à revisão dos pedidos formulados pelos estados da Califórnia e de Nova Iorque, que pretendem uma isenção relativamente às regras ambientais que regem a gasolina.

O contrato de entrega do crude [CL1] para Maio seguia a desvalorizar 1,52% em Nova Iorque, registando um valor de 33,75 dólares (27,84 euros). No que concerne ao «brent» [C01], os contratos futuros apresentavam uma depreciação de 3,71%, apresentando um valor de 30,38 dólares (25,06 euros), em Londres.

O secretário da Energia dos EUA, Spencer Abraham, referiu ontem ao congresso que a agência estava a reflectir seriamente sobre o pedido realizado pelo estado californiano, que representa cerca de 11% do consumo norte-americano do bem.

O petróleo aumentou 16% nos últimos cinco meses em parte devido a preocupações decorrentes da possibilidade de as refinarias puderem não ser capazes de produzir suficiente combustível «verde», de acordo com exigências ambientais, de forma a satisfazer a procura esperada para o Verão. O facto de haver a possibilidade de passar a haver excepções às exigências ambientais a este tipo de combustível, nem que seja somente em alguns estados norte-americanos, faz com que essa preocupação com as reservas diminua, o que se está a reflectir nos preços.

«A ameaça de uma diminuição do volume de gasolina era a grande razão da recuperação, sendo que qualquer factor que elimine essa ameaça irá ‘esvaziar o balão’», declarou Marshall Steeves, analista de Refco Group em Nova Iorque, à Bloomberg. O mesmo adiantou também: «tudo o que Abraham disse ontem foi que eles estavam a considerar um abandono. Agora temos de ver se eles realmente tomam alguma atitude».