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Europa no vermelho com Trump no poder. Tarifas são a nova "nuvem negra" da Europa
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
Europa no vermelho com Trump no poder. Tarifas são a nova "nuvem negra" da Europa
As bolsas europeias terminaram a sessão de rescaldo das eleições norte-americanas em terreno negativo, em contraciclo com o arranque da sessão. Os investidores estão ainda a digerir a vitória de Donald Trump e o que este cenário vai trazer para a economia do bloco europeu.
Depois da reeleição de Trump, é esperado que o mercado de ações europeias se concentre em três áreas principais: "possível aumento das tarifas comerciais, a reversão de algumas iniciativas no setor da energia e implicações para a despesa com a defesa na Europa, devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia", considerou o UBS.
O "benchmark" europeu, Stoxx 600, cedeu 0,54% para 506,78 pontos. Entre os 20 setores que compõem o índice, os mais prejudicados foram o das "utilities" (água, luz, gás) e o automóvel, que perderam 2,55% e 2,29%, respetivamente. A Oersted e a Vestas cederam perto de 13% cada.
Já o setor automóvel fechou em mínimos de dois anos, sobretudo pressionado pela "nuvem negra" do aumento das tarifas anunciada em campanha pelo novo presidente, que paira agora sobre o setor. Assim, a BMW e a Mercedes-Benz cederam 6,5% cada. Também a Volkswagen recuou 4,3%.
A travar o índice de maiores tombos estiveram os setores dos media, dos serviços financeiros e das viagens, que avançaram mais de 1%.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax perdeu 1,13%, o francês CAC-40 valoriza 1,12%, o holandês AEX regista um acréscimo de 0,82%, enquanto o britânico FTSE 100 sobe 1,33% e o italiano FTSEMIB avança 1,14%. A Península Ibérica parece ter sido a mais pressionada, com o espanhol IBEX 35 a cair 2,9% e o português PSI a desvalorizar 3,3%.
Alemanha escapa a agravamento de juros na Zona Euro
Os juros da dívida soberana da Zona Euro agravaram-se esta quarta-feira, no rescaldo das eleições presidenciais nos Estados Unidos, com os investidores a apostarem mais em ativos de risco.
Em contraciclo estiveram os juros das "bunds" alemãs, que aliviaram 2,1 pontos para base 2,402%, já que o mercado está a aumentar as apostas em cortes maiores e mais rápidos das taxas de juro pelo Banco Central Europeu de forma apoiar o crescimento da economia alemã - o país mais vulnerável e mais exposto às políticas do novo presidente dos EUA, Donald Trump.
Por cá, os juros da dívida portuguesa a dez anos registam uma subida de 1,9 pontos base para 2,897%, enquanto a rendibilidade da dívida francesa agravou-se 1,7 pontos base para 3,170%.
Por sua vez, os juros das obrigações espanholas, com a mesma maturidade, aumentaram 2,3 pontos base para 3,147%, enquanto a rendibilidade da dívida italiana disparou 6,1 pontos base para 3,729%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, subiram 3,3 pontos base, para 4,559%.
Euro, yuan e peso mexicano são as principais vítimas da vitória republicana
O euro, o yuan chinês e o peso mexicano são as principais vítimas da vitória histórica dos Republicanos nas eleições presidenciais norte-americanas desta terça-feira.
O euro cede 1,85% face ao dólar, enquanto o yuan perde 1,02% e o peso cai 0,8% face à divisa norte-americana, refletindo a reação do mercado cambial a algumas das promessas eleitorais mais emblemáticas de Donald Trump: endurecer as tarifas alfandegárias, o confronto económico com a China e a questão da imigração e ainda retirar o apoio financeiro à NATO e à Ucrânia.
Por sua vez, o dólar soma e segue, com o índice dólar da Bloomberg - que compara a força da "nota verde" face às principais moedas - pula 1,69%.
Petróleo estabiliza após impulso dado por Trump. Reservas dos EUA sobem
O petróleo segue entre perdas e ganhos ligeiros, depois de ter valorizado cerca de 2% no seguimento da vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas, estabilizando após uma subida inesperada das reservas de crude dos EUA.
O WTI – de referência para os EUA – sobe 0,1% para 72,06 dólares, enquanto o Brent, que serve de benchmark para a Europa, cai 0,2% para 75,39 dólares.
Em dados desta quarta-feira, os inventários de crude dos EUA aumentaram e as reservas de gasolina também subiram, contrariando as previsões, o que pode indiciar uma diminuição da procura, pressionando os preços.
As reservas comerciais de crude subiram 2,1 milhões de barris para 427,7 milhões na semana terminada a 1 de novembro, de acordo com os dados oficiais da Administração de Informação de Energia. Os analistas consultados pelo WSJ esperavam que as reservas se mantivessem inalteradas.
O crude acelerou com a subida do dólar, que pressionou o preço da matéria-prima pelos receios de que uma eventual guerra comercial com a China declarada pela presidência Trump pressione ainda mais a economia chinesa e afete a procura de crude.
A política de incentivo à exploração petrolífera prometida por Trump durante a campanha, em detrimento das energias renováveis, também poderá aumentar a oferta de crude, pressionando os preços do petróleo.
Contudo, a implementação de novas sanções sobre países produtores como o Irão ou a Venezuela poderá impulsionar a matéria-prima a mais curto prazo.
Ouro perde brilho com vitória de Trump
Os investidores estão a trocar a compra de ouro pelo dólar norte-americano, o que tem levado a que os preços do metal amarelo recuem mais de 2% esta quarta-feira, num momento em que o mercado digere o resultado das eleições nos EUA, que deram a vitória a Donald Trump.
As políticas do partido republicano, que reconquistou o lugar na Casa Branca ao garantir mais de 270 votos no colégio eleitoral, estão a dar força à nota verde que está em máximos de quatro meses, o que torna o ouro mais caro para compradores estrangeiros.
O metal precioso chegou a cair mais de 3% para os 2.652,19, atingindo mínimos de três semanas. A esta hora, está a recuar 2,75% para 2.668,44 dólares por onça e caminha para a maior queda diária em cinco meses.
Esta quinta-feira, a Reserva Federal dos EUA termina mais uma reunião de política monetária e o mercado prevê grande certeza um corte de 25 pontos base. A grande questão será quais as decisões tomadas daqui para a frente, já que Donald Trump tem vindo a afirmar que vai entrar no domínio do banco central e ter poder sobre a trajetória da política monetária nos EUA. Espera-se ainda que o número um da Fed, Jerome Powell, faça comentários sobre a vitória do candidato republicano.
Trump na Casa Branca leva S&P e Dow Jones a máximos históricos. Banca e Tesla disparam mais de 10%
A vitória do candidato republicano, Donald Trump, nas eleições norte-americanas animou os índices em Wall Street, que abriram em alta. O S&P 500 e o Dow Jones alcançaram mesmo novos máximos históricos esta quarta-feira. Os investidores estão ainda a analisar o que as políticas de Trump trarão para o futuro económico do país e para os mercados, isto porque, em campanha, o republicano prometeu baixar impostos e diminuir a regulação, cenário que dá força às empresas e consequentes lucros.
O S&P 500 sobe mais de 2%, para 5.902,47 pontos e atinge um novo máximo, o 48.º do ano, com apostas de que o novo presidente eleito promulgará políticas que vão dar força à "corporate America". Também o industrial Dow Jones avança 3% para os 43.494,37 pontos, enquanto o índice de referência para o setor tecnológico, o Nasdaq Composite, soma 1,9% para 18.789,85 pontos.
O setor da banca do S&P está a subir 9,5%, impulsionada pelas promessas de Trump. Entre as cotadas do setor, o Citigroup sobe 9,49%, o JP Morgan 9,2% e o Wells Fargo dá um salto de 14%. O Bank of America está ainda a avançar 7%.
Noutros setores, a Tesla está a escalar 15%, beneficiada pela posição do CEO Elon Musk, que desde o início da campanha eleitoral demonstrou o total apoio a Donald Trump. Também a empresa de media do novo presidente, Trump Media & Technology, está a subir mais de 11%.
Bitcoin chega a máximos históricos de 75.345 dólares com vitória de Trump
Depois de atingir novos máximos históricos durante a madrugada - beneficiando da posição favorável que Donald Trump tem sobre as criptomoedas - ao final da manhã desta quarta-feira a bitcoin deu um salto de 8% no seu valor para um novo recorde de 75.345 dólares
Entretanto, a criptomoeda já reduziu para os 73.700 dólares.
Antes cético em relação às criptomoedas, Trump mudou a sua política durante a última campanha eleitoral e prometeu tornar os EUA como a "a capital criptográfica do planeta", criando uma "reserva estratégica" de bitcoin.
A sua campanha eleitoral aceitou mesmo doações em criptomoedas. Além disso, o novo presidente lançou o World Liberty Financial, um fundo de investimento com membros da sua família para negociar com criptomoedas.
Euribor desce a três e a seis meses e sobe a 12 meses
A Euribor desceu hoje a três e a seis meses, para mínimos desde 31 de março de 2023 no prazo mais baixo, e subiu a 12 meses em relação a terça-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 3,049%, continuou acima da taxa a seis meses (2,916%) e da taxa a 12 meses (2,642%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, desceu hoje para 2,916%, menos 0,007 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto mostram que a Euribor a seis meses representava 37,6% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,2% e 25,8%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, avançou hoje para 2,642%, mais 0,012 pontos do que na terça-feira.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses desceu hoje, ao ser fixada em 3,049%, menos 0,008 pontos.
A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.
Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar "no bom caminho" e a uma atividade económica pior do que o previsto.
Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.
Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa em alta apesar de provável vitória de Trump
Contra as expectativas iniciais, as bolsas europeias arrancaram a sessão desta quarta-feira em alta, mesmo com Donald Trump à beira de uma vitória nas eleições norte-americanas – e com os republicanos a conquistarem pelo menos uma das Câmaras do Congresso.
A esta hora, o "benchmark" europeu, Stoxx 600, avança 1,48% para 517,05 pontos – muito próximo dos máximos históricos de 528,68 pontos que atingiu em finais de setembro. Quase todos os setores estão a negociar no verde, com a saúde a liderar os ganhos.
Este setor está a ser impulsionado pela valorização das ações da Novo Nordisk, que estão a disparar 7,59% para 802 coroas dinamarquesas. A farmacêutica apresentou os seus resultados trimestrais esta quarta-feira ao mercado, que apontaram para vendas acima do esperado do seu medicamento de perda de peso, o Wegovy.
No entanto, uma provável vitória de Trump nas eleições norte-americanas não está a deixar os mercados europeus sem repercussões negativas. O setor energético perde mais de 1% esta manhã, com as cotadas dedicadas à produção de energia renovável a pressionarem o índice.
No início do ano, Trump prometeu suspender a produção de energia eólica "offshore" e os investidores estão preocupados com o impacto que essa medida pode ter nas contas das energéticas europeias. Para além disso, um dólar mais forte está ainda a pesar sobre os preços do petróleo no mercado internacional.
As dinamarquesas Oersted e Vestas lideram as perdas do setor ao caírem ambas mais de 8%. Por cá, as cotadas da energia também estão a ser bastante pressionadas com a EDP a deslizar 4,90% para 3,40 euros e EDP Renováveis a afundar 6,49% para 11,82 euros.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cresce 1,15%, o francês CAC-40 valoriza 1,12%, o holandês AEX regista um acréscimo de 0,82%, enquanto o britânico FTSE 100 sobe 1,33% e o italiano FTSEMIB avança 1,14%. A Península Ibérica destoa deste cenário, com o espanhol IBEX 35 a cair 1,09% e o português PSI a desvalorizar 1,94%.
Juros da dívida dos EUA em máximos de quatro anos. "Yields" europeias cedem
Os juros da dívida norte-americana atingiram esta quarta-feira máximos de quatro meses, com Trump a declarar vitória nas eleições norte-americanas – um cenário que as principais projeções parecem estar a alimentar.
As "yields" das obrigações soberanas do país estão a disparar 15,2 pontos base para 4,42%, depois de terem atingido os 4,47% na madrugada. Os investidores estão incertos em relação ao impacto de Trump no ciclo de alívio da política monetária da Reserva Federal (Fed), mas espera-se que a introdução de tarifas e uma série de medidas protecionistas levem a um aumento da inflação no país.
Já na Zona Euro, os juros da dívida soberana encontram-se a aliviar, com os investidores mais confiantes que o Banco Central Europeu pode continuar a flexibilizar a sua política monetária – um cenário impulsionado pela provável vitória de Trump nas eleições.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos registam um recuo de 4,4 pontos base para 2,834%. Já a "yield" das "Bunds" alemãs a dez anos, de referência para a região, perde 3,8 pontos base para 2,285%. A rendibilidade da dívida francesa com a mesma maturidade desliza 2,9 pontos base para 3,124%.
Por sua vez, os juros das obrigações espanholas, com a mesma maturidade, aliviam 3,5 pontos base para 3,088%, enquanto a rendibilidade da dívida italiana recua 3,6 pontos base para 3,632%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, cedem de 3,8 pontos base, para 4,488%.
Ouro em ligeira baixa com Trump cada vez mais perto da Casa Branca
Ao contrário de outros ativos, os preços do ouro não registam grandes movimentações esta manhã. O metal precioso encontra-se a perder 0,58% para 2.728,08 dólares por onça, pressionado por um dólar a registar a maior subida diária desde março de 2020.
Com a incerteza política desfeita à medida que Trump se aproxima da Casa Branca, o ouro perdeu algum do seu prémio de risco. No entanto, os analistas esperam que o metal amarelo acabe por beneficiar de uma presidência republicana no longo prazo.
"O ouro faz parte dos ‘Trump trades’ e, no longo prazo, deverá beneficiar de uma vitória de Trump, sobretudo devido aos impactos do enorme défice orçamental, mas também devido a uma política externa potencialmente mais incerta", afirma Kyle Rodda, analista de mercados financeiros da Capital.com, à Reuters.
Tal como a especialista explica, as movimentações do ouro devem-se "em 95%" às eleições norte-americanas e "em 5%" à reunião da Reserva Federal (Fed) do país esta semana. Os mercados já incorporaram praticamente um corte de 25 pontos base nas taxas de juro, mas aguardam com expectativa o discurso do presidente do banco central dos EUA após o encontro.
Com Trump no poder, espera-se que o ciclo de alívio da política monetária encetado em setembro com um corte jumbo de 50 pontos por parte da Fed esteja, agora, comprometido. As políticas orçamentais do republicano podem levar a um aumento da inflação no país.
Petróleo cai mais de 2% com dólar a ganhar terreno
Os preços do petróleo chegaram a cair mais de 2% esta quarta-feira, pressionados por um dólar em máximos de quatro meses e "stocks" de crude acima do esperado pelos analistas nos EUA. Isto acontece numa altura em que Donald Trump já declarou vitória nas eleições presidenciais, com as projeções a darem, a esta hora, 267 votos no colégio eleitoral ao republicano – são necessários 270 e Trump lidera em vários Estados.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – perde 1,72% para 70,75 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – recua 1,68% para os 74,26 dólares por barril.
Para além da subida do dólar, que pesa sobre os preços das matérias-primas, os mercados esperam que, com Trump no poder, a guerra comercial entre os EUA e a China se intensifique em grande escala – o que poderá pressionar ainda mais a economia da nação asiática, enfraquecendo a procura (já debilitada) por crude.
No entanto, existem outras políticas a terem em conta nesta equação. Uma provável vitória de Trump pode vir a ser acompanhada por sanções mais rigorosas contra o petróleo iraniano, o que poderá deixar o mercado petrolífero em alta a curto prazo, como explica Soni Cumari, da ANZ Research, à Reuters.
A pressionar os preços do petróleo está ainda o aumento dos "stocks" desta matéria-prima nos EUA. De acordo com dados do American Petroleum Institute, os inventários de crude cresceram em 3,13 milhões de barris na semana passada – um crescimento bastante superior ao esperado pelos analistas de 1,1 milhões.
Dólar encaminha-se para maior ganho desde 2020. Bitcoin atinge máximos históricos
Com Trump quase com um lugar garantido na Casa Branca, o dólar encaminha-se para registar a maior subida diária desde março de 2020 contra as suas principais concorrentes. Já a bitcoin disparou para máximos históricos, com o republicano a assumir-se como um candidato favorável às criptomoedas.
O índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da divisa norte-americana em relação às suas principais concorrentes – encontra-se a avançar 1,54% esta manhã e atingiu mesmo máximos de quatro meses. O euro desvaloriza, a esta hora, 1,76% para 1,0738 dólares, enquanto a libra cai 1,30% para 1,2872 dólares.
A divisa norte-americana valoriza ainda face ao iene, numa altura em que o banco central japonês se prepara para começar a subir as taxas de juro. A moeda nipónica está ainda a ser pressionada pela provável vitória de Trump nas eleições norte-americanas, cujas políticas podem ter repercussões no ciclo de alívio da política monetária encetado pela Reserva Federal (Fed) do país.
Os republicanos já conseguiram assegurar o controlo do Senado e encontram-se a ganhar terreno na Câmara dos Representantes. Caso o partido consiga ganhar o controlo desta última, "Trump terá um grande grau de liberdade para impor a sua política orçamental e este seria o resultado mais favorável ao dólar", escrevem os analistas do Deutsche Bank numa nota acedida pela Reuters.
Já a bitcoin atingiu máximos históricos ao tocar nos 75.005,09 dólares, quebrando o anterior recorde registado em março. Entretanto, a criptomoeda reduziu os ganhos para 5,46% e negoceia agora nos 73 171,64 dólares.
Ásia incerta com provável vitória de Trump
Com Donald Trump a declarar-se vencedor das eleições norte-americanas, os mercados continuam a reagir a um possível regresso do republicano à Casa Branca. As bolsas asiáticas encerraram a sessão desta quarta-feira sem uma direção definida, com o Japão a tomar a dianteira da negociação.
O Nikkei 225 e o Topix registaram ambos valorizações expressivas, com o primeiro a avançar 2,61% e o segundo a subir 1,94%. O setor bancário foi um dos principais impulsionadores das ações japonesas ao crescer perto dos 6%, à boleia de uma perspetiva de taxas de juro mais elevadas no país e com os investidores à espera de políticas de desregulamentação.
As empresas do setor da defesa também estão a receber ímpeto de uma provável vitória de Trump, com os mercados à espera que o candidato republicano pressione o Japão a gastar mais na sua própria defesa.
Já na China, os principais índices encontram-se pintados de vermelho. Em Xangai, a negociação apresentou grande volatilidade esta quarta-feira, com o Shanghai Composite a encerrar em ligeira baixa. As perdas foram mais expressivas no resto do país e o Hang Seng, de Hong Kong, terminou mesmo a afundar mais de 2%.
Isto acontece numa altura em que os investidores esperam um intensificar da guerra comercial entre os EUA e a China, com Trump a prometer implementar e agravar uma série de taxas e medidas protecionistas contra a nação asiática. A Assembleia Popular Nacional do país continua reunida até sexta-feira, com os investidores atentos a informações sobre possíveis estímulos adicionais e políticas desenhadas para trazer mais estabilidade à economia chinesa.
Pelo resto da Ásia, o sul-coreano Kospi também encerrou no vermelho, com quedas moderadas, enquanto na Austrália, o S&P/ASX 200 avançou 0,83%.