O preço do barril de crude negociado em Londres, o Brent, negoceia junto ao seu valor mais alto dos últimos seis meses, com os mercados a reflectirem no preço do petróleo os receios de que se acentue a crise entre o Irão e o Reino Unido. Hoje voltou a passar os 67 dólares, subindo mais de um dólar.

O crude em Nova Iorque sobe 1,34% para 64,94 dólares, enquanto na Bolsa de Londres avança 2,04% para 67,12 dólares.

"As tensões com o Irão levaram o preço para máximos de seis meses e esta tendência de subida deve continuar nos próximos dias", afirmou à Bloomberg Brad Samples, analista norte-americano de matérias-primas.

Enquanto os soldados britânicos capturados pelo Irão não forem libertados, não é de esperar um arrefecimento dos preços. A agência France Press citou um membro do Governo iraniano que afirmava que a única mulher soldado detida por Teerão não será libertada nos próximos dias.

No domingo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou novas medidas para punir o Irão caso este não pare com o desenvolvimento de tecnologias que permitam o enriquecimento de urânio, usado em armas nucleares.

Como resposta a estas sanções, o mercado receia que Teerão deixe de exportar alguns dos quatro milhões de barris de petróleo que produz diariamente, o que reduziria drasticamente os combustíveis nos mercados mundiais. Pior só o início de um conflito.

È que pelo estreito de Ormuz, saída para o Oceano Índico do Golfo Pérsico e por onde passa um quarto do petróleo mundial, é controlado a Norte pelo Irão. Em caso de conflito armado, esse local será um dos pontos quentes e a passagem de navios por essa zona será certamente afectada.

Vários analistas consideram que, em caso de intervenção militar no Irão, o petróleo facilmente atingirá os 100 dólares o barril.