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Perda da actividade de clearing ameaça 100 mil empregos em Londres
O alerta é do presidente da London Stock Exchange. Se o Brexit determinar a saída da Câmara de Compensação do Reino Unido, a capital perderá pelo menos 100 mil empregos.
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Londres arrisca perder 100 mil postos de trabalho caso a Câmara de Compensação, mais conhecida como centro de "clearing", venha a sair da capital.
O alerta é dado pelo presidente da London Stock Exchange (LSE). "Estimamos, de forma conservadora, que um mínimo de 100 mil empregos estão implicados nesta actividade [de clearing] e claramente podem estar em risco", afirmou Xavier Rolet.
O CEO da LSE especificou que estes empregos estão inseridos nas áreas de gestão de risco, compliance e "backoffice" e que não afectam apenas Londres, mas também outras cidades do Reino Unido.
Assim que os britânicos decidiram em referendo que o Reino Unido deveria sair da União Europeia, países como a França e a Alemanha abriram uma guerra por uma das jóias financeiras britânicas. É que a Câmara de Compensação é um dos elementos estruturais dos mercados financeiros, atraindo outros serviços, como é o caso da gestão de colaterais, serviços jurídicos e "trading".
O clearing movimenta 570 mil milhões de dólares por dia em derivados, um volume que ajuda a explicar porque Londres é considerado o centro financeiro da Europa.
Em entrevista à Bloomberg, Rolet alertou ainda que "há muito poucos centros financeiros no mundo que possam acomodar uma actividade tão global" como o clearing que existe em Londres. E apesar das pretensões de Paris e Frankfurt, referiu que faria mais sentido transferir a actividade para Nova Iorque, caso esta venha a sair de Londres.
"É possível alterar o local de todo o negócio? Claro que é", afirmou Rolet, que lidera uma das companhias que opera na London Clearing House. "Francamente acredito que a única alternativa lógica a Londres, se tal for necessário, é o mercado de Nova Iorque".