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Netflix afunda 25%. Desilusão nos novos assinantes dá pior dia numa década
A empresa anunciou que no trimestre em curso espera 2,5 milhões de novos assinantes, o que dececionou o mercado já que os analistas ouvidos pela Bloomberg apontavam para 6,26 milhões.
Os resultados foram conhecidos na noite passada, resultando num tombo no valor das ações no "after-hours" de Wall Street. Na abertura da sessão desta sexta-feira os títulos prolongam a tendência, a tombar 24,88% para 381,80 dólares, preparando-se para o pior dia desde julho de 2012.
Em contrapartida, o número de novos assinantes desiludiu no ano. No quarto trimestre, a empresa captou mais 8,28 milhões de subscritores dos seus serviços contra uma estimativa de 8,13 milhões dos analistas auscultados pela Bloomberg. Ficou, pois, acima das expectativas.
Estes números colocam a Netflix com um total de 221,8 milhões de clientes no total do ano, o que correspondeu a um crescimento de 8,9% face a 2020 – e ficando também acima dos 221,6 milhões esperados pelo consenso do mercado. Acontece que se tratou do mais lento crescimento de clientes desde 2015, o que desiludiu os investidores.
Relativamente às estimativas para o trimestre em curso, a Netflix aponta para 2,5 milhões de novos assinantes, o que também dececionou o mercado – já que os analistas ouvidos pela Bloomberg apontavam para 6,26 milhões. A empresa está assim a prever que a conquista de novos clientes abrandará, pelo menos durante mais um trimestre.
A Netflix sofreu alguma pressão devido às comparações homólogas, uma vez que em 2020, em plena pandemia, os consumidores passaram muito mais tempo online e com necessidade de entretenimento. A empresa chama-lhe mesmo, para justificar este abrandamento, "a ressaca da covid", visto que as pessoas agora preferem passar mais tempo fora de casa para compensarem o 'tempo perdido'. No entanto, ao tratar-se do pior crescimento de assinantes desde 2015, já não é só a covid que entra na equação.