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"Mais longa semana curta" da história de Wall Street atira S&P500 para pior desempenho em mais de um ano

As bolsas norte-americanas intensificaram o movimento de queda na última hora de negociação, numa semana bastante volátil, com os resultados aquém do esperado de várias cotadas de peso a abalarem a confiança do mercado e as perspetivas de uma subida dos juros da Fed para breve a contribuírem para o nervosismo.

Reuters
21 de Janeiro de 2022 às 21:13
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O índice industrial Dow Jones fechou a ceder 1,30% para 34.265,37 pontos. No passado dia 5 de janeiro, recorde-se, tocou num nível nunca antes atingido, nos 36.952,65 pontos.

 

Já o Standard & Poor’s 500 recuou 1,89% para 4.397,94 pontos. O seu valor mais alto de sempre foi atingido na negociação intradiária de 4 de janeiro, nos 4.818,62 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 2,72% para se fixar nos 13.768,92 pontos. Desde quarta-feira que este índice está em território de correção, ao perder 10% face ao seu anterior recordde de fecho, atingido no passado dia 19 de novembro.

 

O máximo histórico intradiário do Nasdaq está nos 16.212,23 pontos, estabelecido a 22 de novembro. O que significa que, em menos de dois meses, já perdeu 2.443,31 pontos.

 

A pressionar a negociação de hoje estiveram sobretudo as tecnológicas – que se endividaram fortemente nos últimos dois anos, devido às baixas taxas de juro, e que agora temem o efeito da subida dos juros diretores pela Fed que poderá ter já início em março.

 

Além disso, a Netflix afundou 21,79% devido à desilusão dos investidores depois de terem sido conhecidos ontem, após o fecho de Wall Street, os seus resultados do quarto trimestre e do conjunto de 2021.

 

A Netflix, que fornece um serviço de streaming de filmes e séries de televisão, foi das cotadas que mais caíram no S&P 500, depois de as suas contas terem dececionado o mercado. Apesar de os novos assinantes terem sido superiores ao esperado em 2021, o crescimento foi o mais lento desde 2015.

 

Semana mais curta, mas muito longa

 

A volatilidade tem sido uma constante nas bolsas ao longo deste mês e não dá sinais de abrandamento, sublinha a Bloomberg.

 

O S&P 500 teve a sua pior semana desde outubro de 2020. E esta foi uma semana mais curta, visto que na segunda-feira os mercados norte-americanos estiveram encerrados para celebração do Dia de Martin Luther King, Jr.

 

"Esta foi a mais longa semana curta da história, não é?", comentou à Bloomberg TV o fundador e presidente da TPW Investment Management, Jay Pelosky. "Foi uma semana de apenas quatro dias e parece que se viveram duas semanas dentro dela", acrescentou.

 

Correção tem mais pernas para andar

 

Segundo Marco Silva, consultor da ActivTrades, "não é só o facto de estar para breve o fim das compras de ativos por parte da Fed e a perspetiva de uma redução do balanço do banco central a partir de meados deste ano que estão a afetar a dinâmica interna do binómio oferta e procura".

 

Essa dinâmica há muito tempo que anda desequilibrada "devido à injeção de dinheiro no sistema, nomeadamente no segmento das obrigações, que acabou por desviar montanhas de capital para outros sectores com maior risco, sejam eles tradicionais, como as ações, ou exóticos – como as criptomoedas", sublinha na sua análise diária.

 

"Daí que é natural exista uma reconfiguração dos preços, com uma correcção que tecnicamente ainda tem espaço para correr". Isto porque, para já, essa correção tem estado mais concentrada no Nasdaq, "só que, como se constatou ontem no anúncio da Peloton sobre um congelamento da produção de alguns produtos por falta de procura, poderá estar a germinar-se um reajuste na economia, como uma retração dos consumidores em virtude do aumento inusitado dos preços".

 

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