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Moody’s vê Portugal, Chipre e Grécia a caminho da subida de "rating"

Excedentes acima do esperado, estruturas de dívida melhoradas, disciplina orçamental e mais investimento público e privado apoiam as perspetivas.

“Três irmãs” atribuem a Portugal “rating” dois níveis acima de lixo.
Andrew Kelly/Reuters
01 de Setembro de 2023 às 12:30
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As perspetivas de subida do "rating" soberano português por parte da Moody’s continuam a melhorar. A agência de notação destaca nesta sexta-feira o contributo do Plano de Recuperação e Resiliência para a melhoria dos níveis de investimento e também excedentes primários acima do habitual a apoiarem o trajeto de redução da dívida.

 

Numa nota de comentário à situação de Portugal, Grécia e Chipre, a Moody’s vê perspetivas sustentadas para a subida de ratings dos três países - nesta altura, Baa2, Ba1, e Ba3, respetivamente – em face de "investimento privado e público significativo, em conjunto com reformas estruturais adicionais no contexto do Next Generation EU", o programa de estímulos pós-covid dos 27 que integra os planos nacionais de recuperação. Estes dois fatores irão juntar-se a "fortes progressos" feitos a nível de reformas económicas e consolidação orçamental da última década, indica.

 

A Moody’s também vê, nos três casos, mecanismos de governação e instituições mais fortes, que apoiam a limitação dos riscos para o sistema financeiro.

 

No que diz respeito à sustentabilidade das trajetórias de dívida pública, a Moody’s reflete avanços acima das expectativas. "Os fardos da dívida estão a caminho de descer mais rapidamente do que esperávamos inicialmente ao longo dos próximos anos, ajudados por excedentes primários a diferenças favoráveis entre o crescimento nominal e as taxas de juro", analisa.

 

Apesar da subida atual de juros, a Moody’s entende que as métricas relacionadas com a capacidade de pagar a dívida terão apenas um enfraquecimento gradual devido ao alongamento do perfil da maturidade dos títulos e a uma baixa proporção de títulos sujeitos a taxa variável.

 

Por outro lado, o fim gradual dos apoios de emergência, e a subida na arrecadação das receitas públicas – a Moody’s identifica maior crescimento económico e melhoria no cumprimento fiscal, como razões principais – irão garantir excedentes primários acima do habitual e da mediana dos países congéneres. Para Portugal, a agência prevê que os saldos das contas públicas sem impacto de juros representem em média, anualmente, 2,4% do PIB de 2023 a 2026.

 

A nota também manifesta confiança na disciplina orçamental do Governo. A Moody’s espera, em linha com a projeção do Plano de Estabilidade apresentado neste ano, que o peso da dívida pública alcance os 103% em 2024.

 

Apesar do cenário melhorado, a agência aponta alguns riscos no horizonte destes países. Nomeadamente, o envelhecimento das populações, com Portugal a ser um dos países mais suscetíveis no que toca a subidas da despesa associadas à terceira idade e a redução da população ativa necessária para o crescimento. A exposição aos riscos climáticos é outro dos riscos identificados, esperando-se, no mínimo, que a atividade turística seja afetada por fenómenos como incêndios, vagas de calor e outros. A capacidade de adaptação será fundamental para limitar impactos para o perfil de crédito destes países.

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