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Montanha-russa volta com ações da GameStop a dispararem 150%. Robinhood debaixo de fogo por beneficiar fundos

Depois de uma grande queda nas ações na sessão de ontem, a pré-abertura de Wall Street deixa antever que será mais um dia agitado para a GameStop. A Robinhood foi obrigada a injetar mais mil milhões de dólares para garantir que tinha dinheiro em caixa para acautelar possíveis vendas de ações em massa.

Reuters
29 de Janeiro de 2021 às 10:31
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Depois de uma grande queda na sessão de ontem, as ações da GameStop estão novamente a disparar 150% antes da abertura oficial das bolsas em Wall Street, depois de a Robinhood, uma das mais famosas plataformas de "trading" online, ter levantado as restrições que tinha imposto apenas aos investidores amadores. 

Os mercados em Nova Iorque continuam a surfar a onda da euforia em torno desta luta entre David e Golias, opondo os fundos de investimento contra os investidores mais pequenos, que ontem se revoltaram de tal forma, que a Robinhood "viu-se obrigada" a recuar na decisão de impedir que este grupo continuasse a investir na GameStop, estando a ser acusada de estar a favorecer os fundos de investimento.

Uma decisão que ia até contra as bases da criação desta aplicação, cujo slogan é "Investing for Everyone" ("Investir para toda a gente", em português). A justificação para bloquear o acesso a pequenos investidores a empresas como a GameStop ou a AMC foi que a volatilidade estava muito elevada nos mercados, como se pode ler no comunicado emitido ontem pela empresa, ao fim do dia. De facto, a volatilidade alastrou-se ao S&P tendo disparado mais de 60% numa só sessão, o que representa a maior subida diária desde 1990.

Este episódio ganhou uma proporção de tal ordem que chegou a membros do Congresso nos Estados Unidos. As restrições comerciais da Robinhood tornaram praticamente ninguém feliz na quinta-feira, exceto talvez os hedge funds. Numa cena "surreal", como adjetiva a Bloomberg, os adversários políticos Alexandria Ocasio-Cortez, uma democrata eleita para a Câmara dos Representantes por Nova Iorque, e Ted Cruz, republicano eleito no Texas, concordaram, no Twitter, que esta decisão por parte da Robinhood era "inaceitável". Elon Musk, líder da Tesla, concordou: "absolutamente", respondeu Musk a este "tweet".

Alexandria Ocasio-Cortez disse mesmo que, "enquanto membro da comissão dos Serviços Financeiros", apoiaria uma audição para apurar porque é que a Robinhood estava a bloquear pequenos investidores de comprarem ações, enquanto os fundos de investimento continuavam livres para o fazer. 

Outro eleito democrata da Câmara dos Representantes, Ro Khanna, do Estado da Califórnia, afirmou que o episódio da GameStop "demonstrou o poder da tecnologia para democratizar o acesso às instituições financeiras americanas, acabando por dar palavra, no fim, a mais pessoas nas nossas estruturas económicas".

A entidade reguladora de Wall Street (SEC, na sigla em Inglês) já disse na quarta-feira que está a monitorizar a situação.

Robinhood obrigada a injetar mil milhões de dólares
Num espaço de alguns minutos, a onda de revolta foi tão grande nas redes sociais por parte dos investidores amadores na GameStop, que a Robinhood teve de injetar mil milhões de dólares para acautelar uma possível venda massiva de ações detidas na retalhista de videojogos. Uma exigência do regulador dos mercados, que exigiu mais garantias da aplicação.

"A
 injeção de capital é um forte sinal de confiança dos investidores que nos ajudará a continuar a servir os nossos clientes", escreveu, numa nota enviada à Bloomberg, um porta-voz da Robinhood, acrescentando que "o dinheiro permitirá que a empresa continue a investir no seu crescimento". 

Desde a sua criação, e depois com a fama que ganhou no primeiro confinamento, a missão da aplicação 
era a de "democratizar as finanças para todos", e foi um dos responsáveis por provocar milhões de euros em perdas a vários fundos de investimento como o Melvin Capital, um dos protagonistas desta história, que foi obrigado a receber uma injeção de capital.

Mas a Robinhood poderá estar a ser vítima do seu próprio sucesso, e pode ter os reguladores à perna, numa tentativa de evitar uma catástrofe em torno destas empresas.
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