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«Mercado português de fundos ainda tem muito potencial»

O mercado português de fundos ainda tem muito espaço para crescer, diz Hugo Figueiredo, director do BNP Paribas Asset Management em Portugal.

27 de Julho de 2006 às 12:59
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O mercado português de fundos ainda tem muito espaço para crescer, diz Hugo Figueiredo, director do BNP Paribas Asset Management em Portugal. Para aproveitar esse crescimento, o banco vai lançar este ano no mercado nacional novos fundos sobre o Brasil e energias alternativas.

Nos últimos meses os fundos na Europa registaram uma queda nos retornos e uma «fuga» dos investidores, com os resgates a aumentar. É uma situação que preocupa no mercado português?

Não, não nos preocupa. Obviamente houve uma correcção acentuada nos mercados, mas essa correcção foi mais forte nos mercados emergentes, e o BNP Asset Management continua bastante positivo em tudo o que é mercados europeus. Tivemos uma desaceleração nos EUA mas os níveis de confiança e os fundamentais estão lá. Em Portugal também se sentiu algum «medo» dos investidores mas não é preocupante.

A nível das vendas e subscrições em Portugal o BNP Paribas Asset Management não sentiu essa situação?

Sentiu-se sobretudo nalguns fundos mais emergentes, fundos mais arriscados, em termos globais houve algum decréscimo, mas nada de significativo.

E o lançamento do fundo BRIC do BNP Paribas A.M. não foi afectado?

Estes fundos são sustentados por quatro economias muito fortes [Brasil, Rússia, Índia e China]. O Brasil é um dos principais produtores de matérias-primas, a Rússia de petróleo, a China é a fábrica do mundo e a Índia um pólo de novas tecnologias, e a aposta nestes mercados tem sido bem interiorizada pelos investidores. Obviamente que há risco mas são mercados com grande potencial.

Há então possibilidade de trazer mais fundos dos BRIC para Portugal?

Sim, temos previsto o lançamento de um fundo, no quarto trimestre do ano, que incidirá sobre o mercado brasileiro.

E que outras áreas pretendem explorar?

Lançaremos também o Parworld Environmental Opportunities, que é um fundo que investe em três sectores específicos, água, reciclagem e energias renováveis, e que já está registado em Portugal.

Que estratégias têm recomendado aos clientes nesta altura?

Face ao comportamento do mercado, neste momento em termos de acções aconselhamos sobretudo mais «stock-picking» e aposta nos valores de crescimento.
Em termos de monetário houve uma saída de outros activos para esta classe, mas pensamos que será temporário.

Há ainda espaço para o mercado português de fundos crescer?

Penso que sim, é um mercado que já se desenvolveu bastante nos últimos mas é um mercado que ainda tem muito potencial.

E como vê a evolução do investidor português?

Em termos de perfil o que se pode dizer é que ainda existe uma falta de cultura financeira, no entanto nestes últimos anos o contributo dos bancos «online» foi muito positivo neste sentido, fizeram várias campanhas com a participação das sociedades gestoras, o que permitiu melhorar a cultura financeira.

Tem dados da quota de mercado do BNP Paribas Asset Management?

Os últimos dados que temos, de Novembro, dão-nos uma quota de 21% entre as sociedades estrangeiras.
 
É um valor que satisfaz?

É um bom valor, sabendo da concorrência que existe actualmente no mercado. Estamos satisfeitos e o objectivo é continuar a crescer. O facto de termos essa quota de mercado significa que quando o público vai investir há um reconhecimento da nossa marca.

A rede de distribuição dos fundos do BNP Paribas AMvai ser alargada?

Sim, temos alguns acordos numa fase de resolução de questões legais, até final do ano deveremos ter mais alguns contratos assinados.

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