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Matérias-primas ao rubro com novos máximos históricos

Os preços das matérias-primas continuam a sua escalada. Platina, soja e chá atingiram os valores mais altos de sempre. Petróleo, trigo, ouro e cobre continuam a subir.

15 de Fevereiro de 2008 às 16:19
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Os preços das matérias-primas continuam a sua escalada. Platina, soja e chá atingiram os valores mais altos de sempre. Petróleo, trigo, ouro e cobre continuam a subir.

As grandes casas de investimento previam no início deste ano que as "commodities" mantivessem o movimento altista em 2008, especialmente as agrícolas. As estimativas têm-se revelado certas e muitas matérias-primas já se estrearam com máximos históricos.

Platina

Hoje, a platina superou o recorde atingido na quarta-feira, ao atingir os 2.055 dólares por onça em Nova Iorque. Este metal precioso tem batido sucessivos máximos históricos nos últimos tempos, devido às perturbações da oferta na África do Sul – que é a fonte de perto de 80% do fornecimento mundial de platina – numa altura em que a procura aumenta.

As cotações deste metal precioso estão a subir há seis anos, uma vez que as minas da África do Sul – fonte de cerca de 75% da platina de todo o mundo – não conseguiram acompanhar o ritmo da crescente procura por parte das joalharias e dos fabricantes automóveis.

A "utility" estatal sul-africana Eskom Holdings solicitou às empresas mineiras e a outros clientes industriais que reduzissem o uso de electricidade para 90% das necessidades normais. A maioria das minas da África do Sul esteve encerrada durante cinco dias no mês passado, depois de a Eskom ter tido dificuldades ao nível da capacidade de geração de electricidade. Desde então, as cotações têm subido fortemente, uma vez que os inventários deste metal precioso têm vindo a diminuir bastante.

Soja

As cotações da soja e do óleo de soja dispararam de novo na sessão de hoje do mercado de Chicago, impulsionadas pela especulação de que a procura por parte da China vai aumentar, uma vez que as tempestades de Inverno danificaram a colheita de colza daquele país.

A soja para entrega em Maio já ganhou 0,9% hoje, fixando-se em 13,98 dólares por alqueire. Saliente-se que esta oleaginosa valorizou 78% no ano passado.

A China é o maior importador do mundo de soja e de óleo de soja.

Praticamente metade da área total cultivada com sementes de colza de Outono e de Inverno foi afectada pela chuva e neve, segundo o Centro de Informação chinês para os Cereais e Oleaginosas. A colza, tal como a soja, é misturada na ração animal e serve também para o fabrico de óleo para cozinhar.

Os preços da soja estão também a ser sustentados pela chuva, que está a atrasar as ceifas no Brasil, e pelo receio de que as elevadas cotações do trigo possam encorajar os agricultores norte-americanos a plantar mais daquele cereal, em detrimento da soja.

Chá africano

Outro dos recordes coube ao chá, que atingiu um máximo histórico nos leilões de Mombaça. A violência étnica e o tempo seco provocaram um corte da produção no Quénia, que é o maior exportador de chá preto, o que tem contribuído para inflacionar os preços.

O preço médio do chá subiu 0,8%, para 2,48 dólares por quilo nas vendas de segunda e terça-feira, segundo a Africa Tea Brokers.

Esta sociedade de corretagem vendeu 86% dos 6,96 milhões de quilos de chá que estiveram em leilão esta semana e planeia colocar 7,31 milhões de quilos nos leilões de 18 e 19 de Fevereiro, 7,02 milhões nos de 25 e 26 de Fevereiro e 7,98 milhões na semana a seguir.

Estes leilões semanais vendem chá da maioria dos produtores africanos, excluindo a África do Sul e a África Ocidental.

O chá do Ruanda, vendido a uma média de 2,63 quilos, foi o mais caro do leilão.

Trigo

Este cereal esteve a ganhar terreno face à sessão de ontem, com o contrato de Maio a fixar-se nos 10,5075 dólares por alqueire em Tóquio. No início desta semana, o trigo chegou aos 11,53 dólares em Chicago, o que correspondeu ao mais alto valor de sempre.

O trigo está a ser sustentado pelas más condições atmosféricas, que têm prejudicado as colheitas a nível global.

Entretanto, o Japão, maior importador asiático de trigo, anunciou hoje que vai aumentar numa média de 30% o preço do trigo estrangeiro vendido às casas de moagem nipónicas, o que corresponde ao maior aumento dos últimos 34 anos.

Petróleo

O crude continua a subir, tendo atingido o máximo de cinco semanas, impulsionado pela desvalorização do dólar face ao euro. Esta queda da nota verde levou os investidores a comprar contratos de futuros de energia e de metais como refúgio contra a inflação.

O West Texas Intermediate para entrega em Março ganha 0,9%, para 96,36 dólares por barril, no mercado nova-iorquino. O preço do WTI já esteve hoje nos 96,38 dólares, o que correspondeu ao mais alto nível desde 9 de Janeiro. Em Londres, o "Brent" do Mar do Norte valoriza 0,4%, para 95,54 dólares.

Ouro e prata

Estes dois metais preciosos não fogem à tendência altista e estão a ser sustentados pela fraqueza do dólar e pelo aumento dos custos da energia, o que faz com que sejam procurados a título de valor-refúgio.

O ouro para entrega em Abril sobe 0,6% em Nova Iorque, para 916 dólares por onça. A 30 de Janeiro esteve num máximo histórico de 942,20 dólares.

Por sua vez, os preços do contrato de Março da prata registam um acréscimo de 1,1%, estabelecendo-se em 17,465 dólares por onça. Este ano, a prata já subiu 16%.

Cobre

O cobre subiu depois de as reservas monitorizadas pela Bolsa de Metais de Londres terem diminuído 9,7% esta semana – a maior quebra desde Outubro de 2005.

Os inventários deste metal de base desceram 4.000 toneladas hoje e estão com menos 16.100 toneladas face a sexta-feira da semana passada, fixando-se em 150.650 toneladas.

O cobre para entrega em Maio fortalece 1,8%, para 3.565 dólares por libra-peso no mercado nova-iorquino. Em Londres, o cobre para entrega a três meses também sobe 1,8%, para 7.815 dólares por tonelada. Este metal atingiu um recorde de 8.800 dólares por tonelada em Maio de 2006.

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