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Maior fundo soberano do mundo nunca investiu tanto na bolsa portuguesa

Na bolsa portuguesa o Norges Bank tem uma exposição mais elevada às acções da EDP, Galp Energia, Jerónimo Martins, Nos e BCP.

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27 de Fevereiro de 2018 às 12:05
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O Norges Bank - banco central norueguês e gestor do maior fundo soberano mundial – reforçou a aposta na bolsa portuguesa em 2017. No final do ano passado tinha investido 9,58 milhões de coroas norueguesas (1,17 mil milhões de dólares), o que representa o valor mais elevado de sempre (quando medido na moeda do país do Norte da Europa) e compara com o anterior máximo fixado em 2015 abaixo de 8 mil milhões de coroas norueguesas (abaixo de mil milhões de dólares).

 

Em 2017, o investimento do fundo soberano na bolsa portuguesa tinha ficado abaixo de 7 mil milhões de coroas (800 milhões de dólares), marcando a primeira queda no espaço de quatro anos.

 

Quando avaliado o investimento em dólares, o máximo foi registado em 2010 nos 1,27 mil milhões de dólares (pouco mais de 7 mil milhões de coroas norueguesas).

 

No ano passado o Norges Bank tinha investimento em 22 empresas cotadas na bolsa portuguesa. Tem posições em todas as cotadas do PSI-20 (algumas acima de 2%) à excepção da Novabase, sendo que detém participações também na Impresa, Sonaecom, Teixeira Duarte, Sonae Indústria e BPI.

 


Entre as posições mais relevantes contam-se o BCP, acima dos 700 milhões de coroas (88 milhões de dólares), que no final de 2017 correspondia a uma participação de 1,78% do capital.  

 

Contudo o investimento mais elevado é na EDP, ascendendo no final de 2017 a mais de 2.500 milhões de coroas (337 milhões de dólares), o que equivale a 2,68% do capital da eléctrica.

 

Na Galp o investimento era de 1.453 milhões de coroas (178 milhões de dólares) e na Jerónimo Martins também superava os mil milhões de coroas (143 milhões de euros). Com posições superiores às registadas no BCP encontra-se também a Nos (quase mil milhões de coroas).

 

EDP é a maior aposta

EDP é a maior aposta
A EDP é a maior aposta do fundo soberano da Noruega na bolsa portuguesa e foi também a cotada onde o investimento mais aumentou. O investimento na eléctrica portuguesa aumentou em 2017 pelo segundo ano consecutivo e atingiu um máximo nos 2.755 milhões de coroas norueguesas. O reforço no ano passado foi de 873 milhões de coroas, sendo que no final de 2017 o Norges Bank controlava 2,68% do capital da EDP, quando no final de 2016 a posição era inferior a 2%.

Reforço na Galp Energia pelo terceiro ano

Reforço na Galp Energia pelo terceiro ano
O Norges Bank aumentou o investimento na petrolífera portuguesa pelo terceiro ano, atingindo um recorde de 1.453 milhões de coroas. Ainda assim, o reforço foi ligeiro, com a posição a subir de 1,15% para 1,16% do capital.

Jerónimo Martins terceira maior aposta

Jerónimo Martins terceira maior aposta
A Jerónimo Martins é a terceira cotada portuguesa com maior peso na carteira de investimentos do Norges Bank. O investimento aumentou 338 milhões para 1.166 milhões de coroas. A subida de 41% levou o fundo norueguês a passar a controlar 1,23% do capital da retalhista. Em 2016 era inferior a 1%.

Maior posição accionista é na Nos

Maior posição accionista é na Nos
Entre todas as cotadas portuguesas onde está presente, a maior posição accionista está na Nos (3,53% do capital). O investimento aumentou mais de 40% ao longo de 2017 e aproxima-se da fasquia dos mil milhões de coroas norueguesas. Ainda assim o investimento está abaixo do máximo de quase 1,4 mil milhões atingido em 2015, primeiro ano em que investiu na empresa.

Investimento no BCP aumentou mais de sete vezes

Investimento no BCP aumentou mais de sete vezes
O BCP foi uma das cotadas nacionais onde o fundo soberano mais reforçou o investimento, que passou de menos de 100 milhões de coroas, em 2016, para mais de 700 milhões, no final do ano passado. Este é o nível mais elevado de sempre, sendo que o Norges Bank nunca chegou a ter uma exposição acima de 500 milhões ao BCP. A posição no capital aumentou para 1,78%.

Posição na Navigator desce

Posição na Navigator desce
O fundo da Noruega só investe na Navigator desde 2016, sendo que no ano passado reduziu a participação (passou de 2,09% para 1,67%). Como a empresa de pasta e papel valorizou 30% em 2017, o Norges Bank até conseguiu aumentar o valor investido na empresa de pasta e papel (500 milhões de coroas).

Investimento na Semapa aumenta quase 4 vezes

Investimento na Semapa aumenta quase 4 vezes
A Semapa surge logo de seguida na lista das cotadas portuguesas onde o fundo da Noruega tem mais dinheiro aplicado (332 milhões de coroas). O investimento cresceu pelo segundo ano e aumentou quase quatro vezes, mas ainda está abaixo do máximo de 2014 fixado próximo dos 500 milhões de coroas.

Posição na Sonae aumenta para 1,34%

Posição na Sonae aumenta para 1,34%
O Norges Bank aumentou a posição na Sonae de 1,14% para 1,34%, o que levou o investimento na cotada co-liderada por Paulo Azevedo a crescer 63% para 296 milhões de coroas. Apesar deste aumento, a exposição do fundo da Noruega à Sonae situa-se abaixo dos níveis registados em 2014 e 2015.

Exposição à EDPR baixa

Exposição à EDPR baixa
A EDP Renováveis foi das poucas cotadas que viu o fundo da Noruega baixar a exposição ano passado. O investimento caiu pelo segundo ano, para 266 milhões de coroas, o nível mais baixo desde 2010 e cada vez mais longe do pico de 754 milhões atingido em 2015.

Aposta na Altri em máximo de 2015

Aposta na Altri em máximo de 2015
O fundo soberano da Noruega até reduziu a posição accionista na Altri (de 2,57% para 2,43%), mas a exposição à empresa de pasta e papel até aumentou. Cresceu 37% para 253 milhões de coroas norueguesas, o que representa o nível de investimento na Altri para o nível mais elevado desde 2015.

Investimento na REN acima dos 200 milhões

Investimento na REN acima dos 200 milhões
A posição do Norges Bank na REN também baixou ligeiramente (passou de 1,42% para 1,36%), mas o investimento aumentou para 221 milhões de coroas, devido à valorização das acções da empresa de Rodrigo Costa ao longo de 2017. A REN fecha o lote das 11 cotadas portuguesas onde o fundo soberano da Noruega tem uma exposição acima de 200 milhões de euros.

Exposição aos CTT reduzido a metade

Exposição aos CTT reduzido a metade
No ano em que as acções perderam quase metade do valor, o fundo soberano da Noruega reduziu a posição nos CTT para 3,29% do capital. Só na Nos a posição accionista é superior, mas a exposição do Norges Bank aos Correios caiu para quase metade (166 milhões de coroas). Bem abaixo do máximo registado em 2015 (372 milhões).

Investimento na Mota-Engil dispara

Investimento na Mota-Engil dispara
A Mota-Engil foi uma das cotadas portuguesas onde o Norges Bank mais reforçou em 2017. A posição passou de 0,23% para 1,59% do capital, com o investimento a aumentar fortemente para 141 milhões de coroas. Este é o nível mais forte de sempre, que surge depois de três anos a reduzir o investimento na construtora.

Investimento máximo na Ibersol

Investimento máximo na Ibersol
A exposição do fundo à Ibersol subiu pelo quinto ano e atingiu em 2017 o valor mais elevado de sempre: 102 milhões de coroas. Apesar deste aumento, a posição accionista baixou de 3,68% para 2,86%.

Posição acima de 3% na Pharol

Posição acima de 3% na Pharol
O Norges Bank reduziu a posição no capital da Pharol de forma ligeira, para 3,08%, mas a exposição aumentou 30% para 68 milhões de coroas, devido ao bom desempenho das acções. A exposição máxima foi atingida nos 86 milhões de coroas em 2015, primeiro ano em que o fundo investiu na empresa.

Investimento aumenta na Corticeira Amorim

Investimento aumenta na Corticeira Amorim
O fundo da Noruega só investe de forma residual na Corticeira Amorim. Até 2017, ano em que passou a deter 0,44% do capital da empresa, o que corresponde a um investimento de 59 milhões de coroas.

Posição de 0,46% na Sonaecom

Posição de 0,46% na Sonaecom
O investimento do fundo da Noruega na Sonaecom aumentou em 2017 para 33 milhões de coroas, mas está abaixo do máximo de quase 50 milhões de coroas atingido em 2015, primeiro ano em que investiu na empresa liderada por Ângelo Paupério. O Norges Bank controla 0,43% do capital da companhia que controla o jornal Público, acima dos 0,26% de 2016.

Investimento no BPI afunda 76%

Investimento no BPI afunda 76%
O investimento do Norges Bank no BPI caiu a pique desde OPA do Caixabank. Em 2005 chegou a ter mais de 500 milhões de coroas. Em 2017 afundou 76% para 27 milhões de coroas, o que equivale a uma exposição accionista de apenas 0,16%.

Fundo volta a investir na Sonae Capital

Fundo volta a investir na Sonae Capital
O fundo da Noruega voltou a investir na Sonae Capital, o que já não acontecia desde 2010. Apesar de a exposição ser diminuta (17 milhões de coroas), corresponde a 0,77% do capital.

Regresso à Impresa com participação qualificada

Regresso à Impresa com participação qualificada
A Impresa é a segunda cotada portuguesa na qual o fundo regressou ao capital em 2017. O investimento ascende apenas a 16 milhões de coroas norueguesas, mas garante uma participação qualificada de 2,78%.

Posição na Sonae Indústria baixa para 0,52%

Posição na Sonae Indústria baixa para 0,52%
O fundo soberano da Noruega reduziu a posição accionista na Sonae Indústria de 0,75% do capital para 0,52%. Mas o bom desempenho das acções no ano passado permitiu um aumento do investimento de 5 para 8 milhões de coroas norueguesas.

Investimento mais baixo na Teixeira Duarte

Investimento mais baixo na Teixeira Duarte
A Teixeira Duarte é a cotada portuguesa onde o Norges Bank tem o menor investimento. Totaliza apenas 6 milhões de coroas e corresponde a uma posição de 0,6% no capital.

Investimento em dívida portuguesa também sobe

 

O reforço da aposta do fundo norueguês em Portugal também se verifica nos títulos de dívida. No final do ano passado o investimento em obrigações portuguesas ascendia a 5 mil milhões de coroas (633 milhões de dólares),o que se situa mais de 50% acima do valor de 2016 (408 milhões de dólares).

 

Este valor está contudo bem longe dos máximos fixados em 2018, quando o investimento do Norges Bank em dívida portuguesa superava os 20 mil milhões de coroas (3 mil milhões de dólares.)

 

O investimento do fundo em dívida portuguesa, no final do ano passado, está quase todo concentrado em obrigações soberanas, sendo que detém também investimentos em obrigações do BCP, CP, CGD, IP e Parpublica.       
        

Retorno recorde

 

Este reforço do fundo soberano da Noruega em Portugal surge num ano em que o Norges Bank alcançou um retorno de recorde de 13,7%. Uma rendibilidade que equivale e um ganho de 131 mil milhões de dólares, sendo que a carteira do fundo já é superior à marca do bilião de dólares.

 

Este bom desempenho estará relacionado com o facto de o fundo soberano ter uma forte exposição ao mercado accionista (acções representam 66,6% da carteira), que valorizou em quase todas as geografias em 2017. O Norges Bank controla cerca de 1,4% do capital das empresas cotadas em todo o mundo.

 

Os investimentos do fundo nas acções geraram um retorno de 19,4%, o que supera o desempenho de muitos índices. Nos títulos de dívida a rendibilidade foi de 3,3% e no imobiliário o fundo gerou um ganho de 7,5%.

 

O maior investimento do fundo está concentrado na Apple, que também é a maior cotada do mundo. A Nestle e a Royal Dutch Shell também são apostas fortes.

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