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Lucro da EDP sobe 56% para 801 milhões de euros em ano de pandemia

Os lucros da EDP subiram num ano que fica marcado pela pandemia de covid-19. A elétrica regressou aos lucros na atividade em Portugal, depois de prejuízos de 18 milhões em 2018 e de 98 milhões em 2019.

Miguel Stilwell de Andrade acumula a liderança da EDP e da EDP Renováveis.
Ricardo Almeida
24 de Fevereiro de 2021 às 16:43
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A EDP terminou o exercício de 2020 com lucros de 801 milhões de euros, o que representa um aumento de 56% em relação àqueles obtidos no ano anterior.

Este desempenho, de acordo com o comunicado publicado na página do regulador dos mercados, é "suportado pelo crescimento da atividade de produção de energia renovável, que registou um aumento de 7% face a 2019, para os 47,3 TWh de produção eólica, hídrica e solar".

Outro dos destaques recai sobre a atividade em Portugal, que apresentava prejuízos há dois anos consecutivos. Incluindo a produção convencional, redes de distribuição e comercialização de energia, Portugal atingiu em 2020 um lucro de 92 milhões de euros, que representou 11% do resultado líquido do Grupo EDP. Isto, depois de prejuízos de 18 milhões em 2018 e de 98 milhões em 2019. 

Os resultados foram, contudo, impactados negativamente por efeitos não recorrentes, num total líquido de 100 milhões de euros. Dentro destes efeitos, incluem-se os custos com o encerramento da central a carvão de Sines, custo anual com a Contribuição Extraordinária do Setor Energético e, por outro lado, os ganhos contabilísticos com alienação de operações em Espanha e Portugal.

Olhando ao resultado líquido recorrente, a subida foi de 6% para os 901 milhões de euros, de 2019 para 2020.

Em outubro, o atual CEO da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, havia revisto em alta as expetativas para o exercício deste ano. "Esperamos um EBITDA de 3,7 mil milhões de euros", um valor que compara com a anterior estimativa de 3,6 mil milhões de euros. Quando ao lucro recorrente, estimou que se situasse nos 900 milhões de euros, ou seja, que alcançasse o intervalo máximo estipulado anteriormente (entre 850 a 900 milhões de euros). Na altura, o CEO justificou a alteração com a melhoria de vários fatores como as reservas hídricas estarem a cima da média e com a mitigação dos efeitos cambiais adversos no Brasil na sequência de medidas regulatórias.

Covid-19 e câmbio abalaram EBITDA. Dívida derrapa


O EBITDA recorrente, em 2020, caiu 2% para 3.657 milhões de euros. A crise pandémica de covid-19 teve um impacto negativo de 100 milhões de euros neste EBITDA, sobretudo tendo em conta a queda da procura de eletricidade e aumento de provisões por dívidas de clientes, informa a empresa. Já excluindo impacto cambial, o EBITDA recorrente aumentou 3% face ao período homólogo.

No que toca à dívida líquida, tanto o montante desta como o rácio dívida líquida ajustada/EBITDA, registaram em 2020 os níveis mais baixos da EDP dos últimos 13 anos. A dezembro de 2020, a dívida líquida totalizava 12,2 mil milhões de euros, representando uma redução de 11% face a dezembro de 2019. 

Por detrás da redução da dívida estiveram as várias operações que foram concretizadas até ao final do ano passado. Em causa está a venda de duas centrais a gás e da carteira de clientes de retalho em Espanha, assim como de seis centrais hídricas em Portugal. Além disto, contaram-se duas transacções de rotação de ativos renováveis na Europa e nos Estados Unidos, assim como a aquisição da Viesgo e consequente parceria com a Macquaire para a distribuição de electricidade em Espanha.

Estes resultados são divulgados depois de esta manhã, antes da abertura dos mercados, a empresa ter revelado as contas da sua subsidiária de energias limpas, a EDP Renováveis. A EDP Renováveis fechou 2020 com um resultado líquido de 556 milhões de euros, valor que representa um crescimento de 17% face ao exercício anterior, e que beneficiou sobretudo com a descida dos custos financeiros.

(Notícia atualizada às 17:10 com mais informação)
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